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TVI - 30 anos de história na televisão portuguesa


A TVI comemora neste dia 20 de fevereiro, 30 anos de emissões. Foi em 1993 que surgiu a segunda televisão privada em Portugal. Quatro meses antes, tinha nascido a SIC, o canal que estava a revolucionar por completo a oferta televisiva, destronando a liderança de vários anos da RTP.  Atualmente, a SIC volta a ser líder de audiências, num ano que a TVI pretende recuperar definitivamente o primeiro lugar.

Durante a década de 90, o então conhecido "canal da igreja", dirigido pelo padre António Rego e com uma programação pensada por José Nuno Martins, andava longe de conquistar os telespetadores. 

Nos primeiros anos de emissões, poucos foram os programas que marcaram os portugueses. Numa altura em que Teresa Guilherme dizia “Não se Esqueça da Escova de Dentes” e Catarina Furtado trazia uma “Chuva de Estrelas” à SIC, a TVI apostava num formato que viria a tornar-se icónico na televisão. Amiga Olga marcou a estreia de Olga Cardoso na televisão portuguesa, depois de 50 anos na rádio. “Uau!” é o grito que dificilmente alguém esquecerá. 

 
A Amiga Olga e a frase «quer a chave ou o dinheiro? chave ou dinheiro?» que tanta gente repetiu, e o «rapaz do gongue» foram marcos do humor nacional. Este programa marcou a estreia televisiva de Olga Cardoso” “Amiga Olga “(1993)

Apenas em 1997, a TVI inicia a sua reformulação. Podemos dizer que a TVI passou por duas grandes eras: antes de Moniz e depois de Moniz. Foi quando José Eduardo Moniz tomou as rédeas do canal, que a TVI entrou verdadeiramente na luta pelas audiências.

 A partir de então estrearam formatos como Ri-te Ri-te, Reis da Música Nacional ou Bora Lá Marina. O público infanto-juvenil passou também a ser uma das preocupações da estação, e a ideia surtiu efeito: Batatoon estreia-se em 1998, torna-se um dos formatos de maior sucesso da televisão portuguesa e ainda hoje é recordado pelos jovens da época, 18 anos anos depois. Mix Max e Rita Catita foram outros formatos que derivaram deste sucesso.


“Escolhidos entre cerca de 120 mil candidaturas, um grupo de residentes propõem-se a viver cerca de cento e vinte dias isolados do Mundo. Nunca se conheceram antes. Estão sozinhos consigo próprios, sem qualquer contacto com o exterior. Mas o Mundo assiste. Todos os movimentos, palavras e sentimentos, à vista de todos. Dia-a-dia, as suas vidas, em direto”
 “Big Brother" (2000)

O ano de 2000 passaria a ser, para além da entrada num novo milénio, uma nova fase para a TVI. A estreia do programa Big Brother foi o início da revolução, depois da SIC recusar estrear o reality-show em Portugal. A partir de então, nada foi igual.

A TVI terminou o ano de 2002 com um share de 22,4% (mais 5% em relação ao ano anterior). Aliada ao reality-show apresentado por Teresa Guilherme, a forte aposta na ficção nacional contribuiu também para atrair espetadores. Todo o Tempo do Mundo e Jardins Proibidos foram as primeiras telenovelas nacionais da nova era da ficção. 


“Mariana (Paula Neves) cresceu num convento. Desde logo revela um jeito de maria-rapaz, como companheira de rua dos miúdos da aldeia. Numa saída à noite, Mariana conhece Pedro (José Carlos Pereira).”
 “Anjo Selvagem “(2001)

Em 2001, Olhos de Água confirmava, definitivamente, o renascer das produções portuguesas, ao registar valores próximos dos 35% de share.  No mesmo ano, surge Anjo Selvagem, um dos maiores sucessos de sempre da ficção. “Trinca Espinhas, o caraças!” é uma expressão recordada por todos, ainda hoje. Esta foi a telenovela mais longa de sempre, com mais de 600 episódios exibidos ao longo de um ano e meio. Nesse momento, a liderança no horário nobre já tinha sido conquistada. Faltava chegar ao público durante todo o dia.

Depois de ‘roubar’ Manuel Luís Goucha à RTP1, a TVI apostou em Olá Portugal, corria o ano de 2002. Mas o formato não conquistou o público, que continuou a preferir Fátima Lopes na SIC, e chegou ao fim em julho de 2004. Em setembro desse ano, eis que Cristina Ferreira se junta a Goucha e estrea Você na TV!. Durante doze anos, a dupla de apresentadores conquistou o seu espaço e estatuto, reinventando a forma de apresentar em televisão. 


“Durante a emissão, o programa carateriza-se pela conversa e a cumplicidade com os telespetadores e o público presente no estúdio, as rubricas, as histórias, os testemunhos, os convidados. os jogos, os passatempos, os eventos e as reportagens.”
“Você na TV" (2004)

A série Morangos com Açúcar também veio trazer um novo sabor às tardes da TVI. Em 2003, a série juvenil ocupou o horário das 19h, mas rapidamente ‘invadiu’ o horário nobre e começou a ser emitida em dose dupla, todos os dias. Pipo (João Catarré), Joana (Benedita Pereira) e companhia iniciaram a “Geração Morangos” que se manteve no ar ao longo de nove anos, mais do que uma série popular, uma autêntica escola de atores. 

Já em 2005, a TVI conseguiu superar a SIC na sua audiência média diária. Depois do Big Brother, surgiram outros formatos do mesmo género, de sucesso, como Primeira Companhia, Quinta das Celebridades ou Fear Factor. As telenovelas - Ninguém Como Tu, Dei-te Quase Tudo ou A Outra são alguns dos exemplos - e os programas de daytime – como Você na TV e As Tardes da Júlia - construíram igualmente a liderança do canal de Queluz. Com 34,9% de share médio, o quarto canal tirava os onze anos de liderança à estação de Carnaxide. 

Depois de apostar em Circo das Celebridades, A Bela e o Mestre e Cantando e Dançando por um Casamento de Sonho, a TVI precisava de um programa com uma nova roupagem que viesse reafirmar o papel dos realities na televisão portuguesa.  Secret Story – Casa dos Segredos deu início a uma nova fase dos reality-shows na TVI. Dez anos depois do Big Brother, a TVI voltou ao formato inicial, com um grupo de pessoas fechados numa casa. Desta vez, os concorrentes tinham como objetivo descobrir o segredo dos outros participantes e guardar o seu.

 
“Dez anos depois do primeiro Big Brother, a TVI volta a vigiar, agora com a Casa dos Segredos. Dezasseis concorrentes vivem isolados do mundo exterior durante 3 meses, com o objetivo de descobrir o segredo dos outros participantes.”
“Casa dos Segredos" (2010)
 
À primeira edição de Casa dos Segredos, apresentada por Júlia Pinheiro, seguiram-se mais quatro edições conduzidas por Teresa Guilherme, três edições de Desafio Final e uma versão Luta Pelo Poder. Pelo meio, Teresa conduziu ainda Big Brother Vip, A Quinta e, mais recentemente, Biggest Deal.

Em 2018, a TVI tinha confirmado o 14º ano de liderança consecutiva, mas em 2019 perdeu-a para a SIC. Atualmente, continua a ser o segundo canal mais visto em Portugal. Mas, em 2020, estação apostou em formatos que prometiam mudar o paradigma da televisão portuguesa. BB2020, a nova versão do Big Brother, que celebrou 20 anos em Portugal, foi uma das apostas fortes da estação. O concurso Mental Samurai ou a telenovela Quer o Destino foram ainda outros dos destaques de um ano que, ainda assim não foi de liderança para o quarto canal.
 
 

"Há um acontecimento televisivo que marca, definitivamente, o ano que passou: o regresso de Cristina Ferreira à estação, não só como apresentadora, mas também como uma das accionistas do grupo Media Capital e como Diretora de Entretenimento e Ficção da TVI
Há um acontecimento televisivo que marca, definitivamente, o ano de 2020: o regresso de Cristina Ferreira à estação, não só como apresentadora, mas também como uma das accionistas do grupo Media Capital e como Diretora de Entretenimento e Ficção da TVI. Desde que voltou, em julho de 2020, Cristina já prometeu um "Futuro" bem diferente para a estação que considerou ser a sua verdadeira casa. A estreia de Dia de Cristina - uma das apostas da nova diretora que acabou por não continuar em 2021 - ou o fim de formatos como Você na TV e A Tarde é Sua no daytime - que deram lugar a Dois às 10 e Goucha - são apenas alguns exemplos.

Cristina Ferreira estreou em 2021 os programas Cristina ComVida e Alll Together Now, formatos de entretenimento que se juntaram às novas telenovelas e à minissérie Pecado com o objetivo de reconquistar o público. Já em 2022, foi a vez de conduzir Big Brother Famosos. Este é o ano em que a TVI comemora 30 anos de uma história televisiva repleta de altos e baixos, avanços e recuos. São 30 anos de TVI como uma "televisão feita por si", próxima dos portugueses, popular, moderna e irreverente, num 2023 que
pretende ser o "ano de mudança".

TVI - 29 anos de história na televisão portuguesa