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Prisma Quintet: "Queremos promover a música erudita junto do público em geral"

Foto: Tiago Iúri
Catarina Gomes, Daniela Rodrigues, Pedro Martinho, Rúben Neves e Sofia Brito Florença são os cinco elementos que compõem o Prisma Quintet, um Quinteto de Palhetas formado por instrumentistas de sopro da família das madeiras (clarinete baixo, clarinete soprano, fagote, saxofone alto e oboé) com o objetivo comum de explorar o conceito de música de câmara numa formação de quinteto. O Fantastic esteve à conversa com este coletivo para conhecermos melhor o seu trabalho.

"O nosso projeto surgiu pelo simples facto de eu ter vivido na Holanda. Eu fui para lá estudar música, e ao longo dos dois anos de Mestrado estive em contacto com o primeiro quinteto de palhetas do mundo, os Calefax, holandeses, que me inspiraram a criar este tipo de formação também, mas em Portugal", começa por contar Daniela Rodrigues ao Fantastic.

"Quando decidi voltar para o nosso país, e me dei conta de que este tipo de ensemble não existia de momento, entrei em contacto com os restantes membros do quinteto. Alguns já eram amigos de longa data e já tínhamos tocado algumas vezes juntos em outros projetos, outros acabei por os conhecer devido ao grupo. Tornamo-nos muito amigos rapidamente e decidimos investir num projeto em que nos tornaríamos únicos e especiais nos dias de hoje", continua ainda.

Foi deste forma que surgiu o Prisma Quintet, um "projeto alternativo" que, segundo o quinteto, procura "oferecer ao público em geral uma sonoridade e uma variedade de cores diferenciadoras de qualquer outro projeto existente em Portugal, uma vez que esta se trata de uma formação pouco conhecida e maioritariamente vista em contexto académico".
Foto: Direitos Reservados
Formado em plena pandemia, as condicionantes que esta poderia trazer não impediram os cinco elementos de começarem a trabalhar juntos. "Apesar de estarmos a viver ainda em plena pandemia, foi um factor que não nos fez desistir de o constituir. É um projeto em que estamos todos com a mesma prioridade, de o levar avante e trabalhar para ele, mas também estamos com os pés bem assentes na terra e queremos ir com muita calma para que tudo seja feito ao seu tempo", começam por explicar.

"Este projeto nasceu durante a pandemia, porém numa fase de alívio de medidas. De certa forma o ritmo mais lento que nesse momento se vivia a nível cultural deu-nos espaço para melhor prepararmos os alicerces deste projeto", continuam por explicar ao Fantastic. Desta forma, o quinteto acabou mesmo por surgir, tendo como um dos objetivos principais "promover a música erudita junto do público em geral, sem restrições de idade ao nível do seu entendimento, de forma a valorizar a música e os seus instrumentos".

Foi também a pensar nos estudantes de música da zona centro que o Prisma Quintet decidiram iniciar este projeto, para que fosse possível trazer "uma maior oferta de performances presenciais de música erudita" a estes estudantes, "descentralizando assim a que existe maioritariamente nas grandes metrópoles".

"Sentimo-nos muito realizados por podermos fazer música juntos e criar momentos mágicos que pretendemos transmitir para quem nos ouve. Alguns de nós têm experiências internacionais pois estudaram fora do país e portanto vivenciaram uma realidade diferente da que existe no nosso país, e mesmo entre os elementos que não estudam fora existe uma grande variedade de experiências vividas dentro da área musical, o que torna o trabalho em conjunto muito enriquecedor pois todos sentem ter algo a aprender uns com os outros", explicam ainda.

Foto: Tiago Iúri

"Partilhamos opiniões musicais, adaptamo-nos uns aos outros como também aos nossos instrumentos, ouvimos música em conjunto, gravamos o que fazemos e analisamos de maneira a chegarmos a um consenso do que gostaríamos de partilhar com o publico, e acima de tudo, divertimo-nos bastante em cima do palco ao partilhar o que mais gostamos de fazer com a nossa audiência", continuam.

Do repertório do Prisma Quintet fazem parte obras originais para quinteto de compositores como Ton ter Doest, David Biedenbender ou Marc Mellits, contando ainda com arranjos de peças sinfónicas, jazz e músicas do mundo, incluindo o Fado. "Pretendemos também difundir a música portuguesa para quinteto de palhetas e aumentar a oferta musical existente, cultivando assim o gosto pela música e consequentemente uma maior valorização da cultura", revelam também.

Levar música a toda a população sem restrições de idade é outra das preocupações do quinteto. "Nesse sentido, os estilos musicais que apresentamos vão desde o período barroco, passando pelo romântico até à música moderna, da qual faz parte o repertório original escrito especificamente para a formação que apresentamos (quinteto de palhetas)", acrescentam ao Fantastic.

"Atualmente estamos a apresentar esse mesmo repertório original, com o intuito de mostrar o que já existe escrito, assim como algumas obras transcritas de outras épocas de forma a abranger todo o público. Paralelamente a estas obras o grupo tem como objetivo a curto prazo impulsionar e incentivar a composição para esta formação por parte dos compositores portugueses", avança ainda o Prisma Quintet.

"Iniciámos o nosso quinteto com uma residência artística em Pombal, na Casa Varela, um centro de experimentação artística, onde tivemos a oportunidade de nos constituir como grupo e nos darmos a conhecer. Sem dúvida que foi um marco importante para o nosso crescimento, mas de momento sentimos um grande desafio em encontrarmos sítios que nos acolham para continuarmos esta evolução", revela o coletivo ao nosso site.

Vídeo: Tiago Iúri


Com alguns projetos em mente,"algumas candidaturas em mão"e "o agendamento para alguns dos próximos concertos", o Prisma Quintet procura também investir na divulgação através das redes sociais. Um dos próximos concertos agendados, levado a cabo pela plataforma Pandemónio, acontece no dia 18 de dezembro, em Braga.

O Prisma Quintet promete continuar a levar a sua música a vários públicos, uma vez que considera este um projeto diferenciador no panorama nacional. "Até aos dias de hoje, houve alguns quintetos do mesmo género mas todos em contexto académico, que nasceram dentro das escolas na disciplina de música de câmara. Nós decidimos levar este projeto a um nível profissional e fazer o nosso próprio caminho enquanto Prisma Quintet, de modo a dar a conhecer este tipo de formação a toda a comunidade musical e a todas as comunidades interessadas em ouvir-nos", acrescenta ainda, em declarações ao Fantastic.
Podes acompanhar todas as novidades do Prisma Quintet em www.instagram.com/prismaquintet ou em https://www.facebook.com/prismaquintet.

Por André Pereira e Miguel Frazão