TRANSFERÊNCIAS - 5ª Edição: Maio 2021
Chegou maio e o mercado audiovisual português continuou a mudar. Mesmo sem transferências que nos deixem de queixo caído, a informação continua a ser o principal ramo de alterações com a CMTV a fazer a sua primeira contratação do ano depois de várias saídas registadas até agora. Este é o mês em que a SIC oficializou a sua primeira contratação de 2021, com a TVI a registar uma nova saída, desta vez no campo da ficção. Fica connosco e acompanha a edição de maio do Transferências onde te damos conta das caras mais ou menos mediática que abraçaram novos destinos profissionais neste mês.
DÉBORA SÁ
O Porto Canal está em processo de reestruturação desde o início do ano, numa nova aposta que vai privilegiar a informação, e tem visto sair parte dos seus profissionais. É agora a vez de Débora Sá se despedir do público, depois de ter assumido a condução de vários formatos na estação, nomeadamente ocupando o espaço de Maria Cerqueira Gomes no formato Olá Maria. O anúncio foi feito na rede social Instagram no último dia 1 de maio.
“Seis anos depois saio com muitas certezas, com um sorriso ainda maior. Aqui confirmei o que eu só eu sabia e não tinha coragem de assumir: queria ser apresentadora de televisão. E como fui feliz”, refere Débora Sá numa publicação de despedida que chamou a atenção do público. Questionada pelos seguidores sobre o futuro, a apresentadora avança que sai “sem destino” e com a esperança de “ser mais feliz” num próximo desafio profissional. No texto da publicação, Débora Sá refere que muitos lhe “chamam de menina na televisão”, e que o seu percurso profissional deverá continuar a passar pelo pequeno ecrã, estando agora livre no mercado.
No arranque de 2020, Júlio Magalhães, antigo Diretor-Geral do Porto Canal, cessou funções, abandonando o canal nortenho que prometia passar por uma alteração na grelha dando um maior destaque à linha informativa. Poucos dias depois foi a vez de Ana Guedes Rodrigues, um das mais reconhecidas figuras da estação, anunciar a sua saída, passando a integrar depois um novo projeto na RTP.
Ao leque de profissionais que deixou o Porto Canal junta-se Ricardo Couto, apresentador do formato das manhãs que durante algum tempo foi o parceiro de apresentação de Maria Cerqueira Gomes no daytime. Perante as várias saídas, o canal contratou Estela Machado, da RTP, para integrar o leque de novos Diretores, assumindo o cargo de Diretora-Adjunta de Informação ao lado de Tiago Girão.
JÚLIO MAGALHÃES
Em janeiro deste ano, Júlio Magalhães encerrou uma ligação de dez anos com o Porto Canal, no qual assumia funções de Diretor-Geral. Quatro meses volvidos, o jornalista tem um novo projeto profissional que marcará o regresso às raízes da sua carreira na comunicação. Desde a passada terça-feira, dia 4 de maio, Juca, como é conhecido no meio do audiovisual, passou a integrar a equipa da Rádio Observador.
Júlio Magalhães terá agora dois novos espaços que passam tanto pela informação quanto pelo entretenimento, e presença diária. O anúncio foi realizado em direto no último dia 3 de maio, durante a emissão do Manhãs 360, em direto do NorteShopping.
“É com muito gosto que volto à rádio. Estou muito entusiasmado com este novo projeto”, referiu Júlio Magalhães em conversa com Carla Jorge de Carvalho, Maria João Simões e Paulo Ferreira, que a partir desta terça-feira, dia 4 de maio, passam a ser companheiros de bancada do comunicador no formato matinal Manhãs 360, que traz atualidade informativa todos os dias entre as 7 e as 11 horas.
"Estarei aqui convosco a fazer parte desta magnifica equipa, devo-vos dizer que fiquei muito sensibilizado com o convite que o Observador me fez e fiquei também muito satisfeito quando vos conheci”, acrescenta o profissional que regressa à rádio depois de um longo percurso em televisão no qual passou pela direção do Porto Canal, mas, também, pela Direção de Informação da TVI.
Desfazendo-se em elogios aos novos colegas de equipa, Júlio Magalhães assinala o “bom ambiente” sem o qual é impossível trabalhar, no seu entender. Forte apologista do norte do país, nesta incursão na rádio Observador, o jornalista promete trazer um maior retrato do norte do país e reforçar o que se faz na região do país de forma a descentralizar um pouco o foco na capital.
Neste novo projeto em parceria com a marca Observador, e também na rádio, o comunicador terá, ainda, um espaço de entrevista em nome próprio, intitulado O Norte de Júlio Magalhães, que não tem, para já, calendário revelado.
MARCO PAULO
Depois de várias participações recorrentes em formatos da SIC, Marco Paulo foi oficializado no arranque deste mês como o novo rosto da estação de Paço de Arcos. O interprete de temas como Coração Maravilhoso ou Eu Tenho Dois Amores, reforça assim o leque de ativos do canal dirigido por Daniel Oliveira, e chegará à antena com vários projetos em nome próprio. O anúncio foi feito no início do mês de maio depois de um longo período de negociação que envolveu uma polémica com a TVI numa possível contratação que acabou por ser desmentida pelo canal de Queluz de Baixo.
“Marco Paulo faz parte do património afetivo dos portugueses, é um ídolo da música nacional há várias gerações, tem uma carreira que fala por si e é dotado de uma voz ímpar. Com este passo, a SIC pretende continuar a consolidar o vínculo com a cultura popular portuguesa, valorizando os artistas nacionais e oferecendo conteúdos relevantes e surpreendentes aos nossos espectadores”, avançou em comunicado Daniel Oliveira, reforçando que esta parceria será transversal a vários programas da estação e que terá frutos, também, na ficção da SIC.
No próximo sábado o popular cantor romântico vai voltar à apresentação de programas com a emissão de Alô Marco Paulo, um especial que vai ocupar a tarde de sábado da SIC, utilizando o cenário do Alô Portugal, matutino conduzido por Ana Marques e José Figueiras nas manhãs do canal três. No segundo semestre deste ano arrancam os trabalhos de produção de uma série biográfica sobre a vida do artista que deverá ser lançada na antena da SIC e na plataforma digital OPTO SIC ainda em 2021.
ANA LEAL
Um ano depois do anúncio da saída da redação de Informação da TVI, Ana Leal está de regresso à televisão. A jornalista é uma das novas caras da equipa de Investigação do Correio da Manhã e da CMTV, num desafio que promete trazer maior liberdade à antiga profissional da estação de Queluz de Baixo.
A confirmação da contratação, depois de alguns rumores no final da semana passada, chegou no último sábado, dia 8 de maio, numa entrevista em que Ana Leal promete dedicar-se ao projeto “a 100 por cento” e onde revela que vai onde tiver de ir em busca da verdade dos factos.
“As pessoas vão poder voltar a ver-me no meu registo habitual, que é fazer investigação em que não existem intocáveis, em que vamos onde tivermos de ir, e vamos sempre até ao fim. Doa a quem doer”, refere a jornalista em entrevista ao Correio da Manhã, a sua nova casa, onde em breve serão emitidas as suas reportagens, integradas num dos espaços com maior audiência dentro do canal da Cofina, o Investigação CM, emitido diariamente no canal de cabo. “É um projeto que vou abraçar a 100 por cento. O jornalismo deixou de ser o quarto poder para passar a ser o quarto do poder ou, como costumo dizer, o quarto dos políticos. Aqui, vai ser tudo diferente”, avança.
Carlos Rodrigues, Diretor-Executivo do Correio da Manhã e CMTV, também reagiu à contratação, revelando que o Investigação CM, espaço que Ana Leal vai integrar agora na antena da estação, vai continuar a ser uma das âncoras da emissão, reforçada agora com uma cara bem conhecida de todos os portugueses. “São investigações jornalísticas corajosas, que incomodam poderes instalados e que se adequam perfeitamente ao ADN do projeto jornalístico do Correio da Manhã”, afiança o responsável pela tomada de decisões do canal, que tem subido as audiências em Portugal de forma gradual, conquistando cada vez mais, uma maior preferência do público.
Depois de vinte anos ao serviço da TVI, onde conduziu várias reportagens que vão desde o acompanhamento da tragédia do Meço que resultou numa grande investigação em torno da Praxe Académica, até Despertares, aclamada reportagem sobre uma nova esperança para os autistas em Portugal, e um formato em nome próprio, Ana Leal deixou a estação numa decisão que foi dada a conhecer ao público através das redes sociais.
“Moro num livro envelhecido pelo tempo. Hoje abri esse livro. As imagens sucedem-se. São a minha existência. O que vi. O que senti. O que ninguém poderá contar por mim. Nomes. Lugares. Pessoas. Rostos. Expressões. Montanhas. Vales. Cores. Cheiros. Medo. Esperança. Memórias. O que nunca me conseguirão tirar porque fui eu que escrevi essas linhas. Hoje chorei. Amanhã será outro dia”, revelou na publicação feita em julho de 2020 no Facebook.
LOURENÇO ORTIGÃO
Lourenço Ortigão é o mais recente ator a juntar-se ao elenco da próxima série histórica da RTP. A Rainha e a Bastarda adapta para televisão a história da nova obra literária de Patricia Müller, com a realização de Sérgio Graciano. As gravações já decorrem no Pinhal de Leiria, e contam com a presença do ator que soma ao seu currículo a sua terceira série consecutiva e a segunda no canal público depois de uma participação em Até Que a Vida Nos Separe. A estreia desta nova aposta da Fado Filmes para a RTP está prevista para o início de 2022.
A carreira de Lourenço Ortigão tem passado maioritariamente pela ficção da TVI, contudo, o ator pretende agora abrir novos horizontes, abrindo espaço para a participação em novos projetos para além do canal Quatro. Depois de anunciada a presença do interprete na lista deste ano da iniciativa Passaporte, promovida por Patrícia Vasconcelos, chega agora a confirmação de Lourenço Ortigão em A Rainha e a Bastarda. Sem pormenores revelados sobre o seu papel neste drama histórico que nos levará até ao reinado de D. Dinis, o ator já filmou as suas primeiras cenas neste enredo, onde vestirá a armadura de um dos guerrilheiros que defende Portugal aos comandos do Rei que regia os destinos de Portugal em 1319.
Ainda sem se pronunciar sobre o encerramento da sua ligação ao canal de Queluz de Baixo, o ator está, ainda, entre a lista de selecionados pela iniciativa Passaporte, desenvolvida por Patrícia Vasconcelos, e que pretende levar o talento de atores nacionais além fronteiras reunindo-os com produtores e diretores de casting de projetos de vários países e de produtoras aclamadas como a Netflix. A aposta na carreira internacional já tinha sido referida por Lourenço Ortigão em várias entrevistas e está agora mais próxima de se confirmar.
Comente esta notícia