Cinema em Doses Curtas | Um Rapaz Chamado Jaime
Um Rapaz Chamado Jaime é a sugestão que o Fantastic apresenta neste Cinema em Doses Curtas. Este filme realizado por André Marques conta
a história de um rapaz que sofre de maus tratos pelas mãos do seu pai.
Vê a curta-metragem na íntegra:
Um Rapaz Chamado Jaime: A história
No elenco de Um Rapaz Chamado Jaime, o destaque vai para Henrique de
Carvalho, protagonista do filme e que, no papel de Jaime, venceu um prémio de
Melhor Ator na 1ª edição do FICI – Festival Internacional de Cinema
Independente, em 2015. Um troféu merecido, dada a interpretação intensa que o
jovem ator consegue nesta curta-metragem.
O neto de Ruy de Carvalho vive a
pele de um jovem rapaz que está preso na ilusão de que os maus tratos sofridos
pelas mãos do seu pai são banais, até ao momento em que se apercebe que os
abusos não irão terminar em breve. Para abandonar aquela infeliz rotina, acaba
por fazer o impensável e é então que a trama muda substancialmente.
Tecnicamente, Um Rapaz Chamado
Jaime cumpre o seu objetivo e a direção de iluminação, a cargo de Teresa O.
Sousa é um dos aspetos mais positivos desta curta-metragem, com claro destaque
para as cenas intensas de maus tratos.
A história de Um Rapaz Chamado
Jaime parte de uma boa premissa, embora alguns pontos do guião sejam explorados
de forma exagerada, uma vez que entramos nas ações mais dramáticas depressa
demais. Uma vez vez que falta alguma dimensão à construção das personagens, as
relações entre elas tornam-se um pouco superficiais e as ações tornam-se
rápidas e injustificadas. Precisávamos de mais algum tempo para criarmos um
ligação com o Jaime e para percebemos qual a relação deste com as outras
personagens.
O plot twist, no final, é
inesperado e acaba por ser um dos aspetos mais positivos. O filme que também é
montado por André Marques destaca-se sobretudo pela sua simplicidade visual e a
realização consegue mostrar a dor que Jaime sente ao longo da história. Este
facto acaba por criar um impacto dramático que nos leva a ser envolvidos por
esta relação simultânea de amor e ódio.
Por André Pereira
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