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"Loucos por Amor" em cena no Teatro Bernardim Ribeiro a 5 e 6 de novembro

Foto: Direitos Reservados
O Teatro Bernardim Ribeiro, em Estremoz, será o palco do novo espetáculo produzido pelo Coletivo Cultura Alentejo, intitulado Loucos por Amor. A obra de Sam Shepard fala de amor, ou do excesso de amor, que se pode transformar em obsessão. Sonja Valentina e Cláudio Henriques interpretam as personagens May e Eddie, respetivamente, que prometem levar o público a questionar onde estão os limites numa relação. O Fantastic esteve à conversa com o ator e fundador do Coletivo Cultura Alentejo, Cláudio Henriques, assim como com a encenadora, Carla Maciel, que nos dão conta de todo o processo de preparação da peça, que estará em cena a 5 e 6 de novembro. 

Entramos naquela que é conhecida como a Cidade Branca com o desejo de visitar o castelo e provar as famosas Gadanhas, um doce típico confecionado com ovos e amêndoas. Para recordar a visita à terra onde em tempos viveu D. Dinis e a Rainha Santa Isabel, talvez seja melhor levar uns Bonecos de Estremoz. Foram declarados como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Já que se fala em cultura, uma ida ao teatro faz tão bem como uma caminhada pela cidade. A 5 e 6 de novembro, o Teatro Bernardim Ribeiro, em Estremoz, acolhe o espetáculo Loucos por Amor. Encenado por Carla Maciel, a peça será interpretada por Sonja Valentina, Cláudio Henriques, Pedro Ramalho e Rui Serrano.

"Agora que pensava já ter estabilizado a sua vida, May vê-se novamente confrontada com a presença de Eddie, que aparece de rompante para vir buscá-la mais uma vez", lê-se na sinopse. Loucos por Amor traz para palco questões, como "O que é o amor? O que é obsessão? O que é dependência emocional? Quais as fronteiras numa relação?". Cláudio Henriques dá vida a Eddie e, ao Fantastic, refere que este "é um dos grandes responsáveis pela complexa e dura realidade em que vivem os personagens e todas as consequências dessa existência".  

Foto: Cláudio Henriques (Direitos Reservados)
Num Portugal onde a violência doméstica tem sido um crime cada vez mais recorrente (na primeira metade do ano, 13 mulheres morreram e, até agosto, foram registadas 20 334 denúncias), torna-se essencial o espaço de reflexão criado pela cultura. "Explorar estas personagens na sua relação com a obsessão, a loucura, o gozo e a dependência no amor permite-nos identificar comportamentos, analisar o que pode ser realidade ou imaginação quando se ama alguém, como a dependência emocional pode ser um reflexo de solidão, de falta de autoconhecimento, grandes lacunas do ser humano, mas também, como amar de forma violenta pode ser arrebatadora", avança a encenadora, Carla Maciel.

Ainda que a peça tenha apenas estreia marcada para sábado, 5 de novembro, há todo um processo de preparação que está a decorrer. Carla Maciel mostra-se orgulhosa da "equipa envolvida neste projeto e da forma como tratam o teatro e a arte: com enorme respeito e amor". Em Loucos por Amor é encenadora, noutras ocasiões é atriz. Talvez por ter estado dos dois lados, embora hoje assuma a função de "orquestrar os atores para que tudo fique devidamente sintonizado", tem abertura para que os intérpretes sejam também eles encenadores. "Referências, ideias, sensações, tudo o que pode ser dito e proposto ao longo do processo é bem vindo para encontrar a linguagem do espetáculo", sublinha. "Gosto de trabalhar com a intuição dos atores, com as suas propostas e seguidamente guiá-los para melhorar a performance que me apresentaram", acrescenta. 

Foto: Carla Maciel (Direitos Reservados)
O espetáculo é uma produção do Coletivo Cultura Alentejo. A estrutura criada no início da pandemia tem ainda prevista a estreia de cinco novas peças. Para já, o balanço dos últimos dois anos é "positivo". Cláudio Henriques tem promovido oficinas de teatro, residências artísticas, exposições, leituras de poesia, mediação cultural e acolhimentos. Todas estas atividades têm "colocado muita gente a gravitar em torno deste projeto, desde alunos a professores, atores, encenadores, técnicos e comunidade". O ator e fundador do Coletivo Cultura Alentejo destaca ainda, em entrevista ao Fantastic, a evolução do projeto, que agora tem um protocolo com a Câmara Municipal de Estremoz, para além da parceria com a Direção Regional do Alentejo. "Temos conseguido implementar oferta formativa em Estremoz junto dos públicos mais novos". 

Loucos por Amor estará em cena no Teatro Bernardim Ribeiro, em Estremoz, a 5 e 6 de novembro. Depois, iniciar-se-á uma digressão. Por enquanto, sem datas confirmadas