Viajar Porque Sim | 10 lugares à beira-mar para viver o Verão em Portugal
É Verão, está calor e os dias são grandes. Mesmo para quem não é amante de praia, nesta época surge a vontade de um passeio perto do mar, de tomar uma bebida fresca numa esplanada com vista, de ver o sol a mergulhar no Atlântico. Com quase 950 km de costa, não faltam no nosso país lugares para passar bons momentos ao ar livre, com os olhos no oceano e a sentir a brisa fresca que cheira a sal. De norte para sul, estes são alguns dos meus sítios preferidos para aproveitar os dias (e noites) de Verão.
Moinhos ao pé do mar: Apúlia
Marcada pelos seus icónicos moinhos – que serviram durante muitos anos o seu propósito fundamental, mas agora são apenas casas de veraneio – a praia da Apúlia é um areal extenso protegido por dunas e cortado por rochas baixas. Ventosa e de águas frias, é ideal para quem for encalorado. A bandeira azul garante a qualidade ambiental, e nas imediações não faltam sítios onde comer. Um paredão acompanha a praia e serve de miradouro. Junto aos moinhos começa e termina o Trilho das Masseiras, um percurso pedestre com cerca de 7 km que junta mar e terra – o meio-ambiente dos sargaceiros que agora fazem parte do folclore local. Na Praça dos Pescadores, os pequenos barcos coloridos alegram o ambiente mesmo nos dias mais cinzentos. Ao lado, a lota, onde há peixe fresco de manhã cedo. E para compor o quadro, um palacete abandonado, que já viu melhores dias e assume ares de casa assombrada em dias de nevoeiro.
Uma capela muito original: Miramar e Aguda
A Capela do Senhor da Pedra ergue-se na praia de Miramar sobre um rochedo junto à linha de água, um local que se crê ter sido em tempos um altar pagão. Está “de costas” para o mar, o que não é habitual nas ermidas portuguesas mas certamente justificável para proteger a porta de entrada da violência das ondas quando há temporal. Mas é com o mar bem à vista que vale a pena passear pelas praias de Miramar e Aguda. São cerca de 3 km que podem ser percorridos a pé, em passadiço, ou de bicicleta pela ciclovia. Pelo caminho, vários bares “pé na areia”, restaurantes para um jantar depois do pôr-do-sol, algumas dunas e rochedos, e muito areal deserto (ou quase!).
Passadiços e um parque ambiental: Esmoriz
Esmoriz é daqueles sítios capazes de satisfazer os interesses de toda a gente. Dos que gostam de caminhadas ou de observar aves no seu elemento natural, pois têm ao seu dispor um belíssimo passadiço de madeira com 8 km de comprimento que contorna a Lagoa de Paramos, onde poderão avistar aves aquáticas de várias espécies, águias-sapeiras e alguns pássaros menos comuns. Dos que gostam de praia ou de fazer uma refeição com os olhos no mar, porque aqui há areia e água a perder de vista, e também não faltam spots para tomar uma bebida ou comer. E dos que não são apreciadores de praia mas querem passar uns bons momentos ao ar livre e em contacto com a natureza, que podem aproveitar o Parque Ambiental do Buçaquinho para relaxar a fugir ao calor nos amplos espaços verdes deste parque, onde há tudo o que é preciso para ocupar muitas horas de forma bem agradável.
Lagoa e mar: Foz do Arelho
A Foz do Arelho é assim uma espécie de praia bipolar: de um lado o Atlântico, com a ondulação forte típica da zona Oeste; do outro a Lagoa de Óbidos, que em tempos idos era quase uma piscina mas agora, depois de desassoreada, tem água do mar com fartura. Às vezes, o contraste entre a temperatura baixa da água e o calor do sol faz surgir uma neblina misteriosa, que dá à lagoa um ambiente irreal e um encanto ainda maior. Há uma avenida marginal bem arranjada, com quiosques coloridos, e vários restaurantes virados para a praia e o mar, alguns num plano superior, que são também excelentes miradouros. E há também uns passadiços de madeira sobre as dunas, já no lado do Atlântico, bons para exercitar as pernas e o coração. Apesar de tudo isto, a Foz do Arelho não perde o ar simples e despretensioso que sempre teve, e que lhe dá um encanto muito particular.
Falésias espectaculares: Cabo Carvoeiro
A oeste de Peniche e no extremo da península com o mesmo nome, o Cabo Carvoeiro é um local de excepção para passear. Neste promontório rochoso com características particulares podemos observar grandes áreas de lapiás e outras formações rochosas, resultantes da erosão ao longo de muitos milhares de anos. Além do farol, o seu ex libris é a Nau dos Corvos, uma enorme rocha isolada no meio da água, que faz lembrar uma embarcação a dirigir-se para o largo. No carreiro da Furninha, para sul do Cabo, a Furna que Sopra proporciona uma experiência divertida e fora do comum. Para norte, entre os rochedos com formas exóticas (um deles faz lembrar a cabeça de um elefante), a Varanda de Pilatos é um miradouro de excelência para observar um pôr-do-sol memorável, com as ilhas Berlengas a marcarem a paisagem ao longe.
Castelo com vista: Sesimbra
Sesimbra e a sua baía têm uma história velha de muitos milhares de anos e intimamente ligada à pesca e actividades conexas. Hoje em dia, a vila é sobretudo famosa pelos seus restaurantes, onde podemos comer bom peixe e outras iguarias vindas do mar, e pelas suas praias viradas a sul e abrigadas pelo casario, que trepa pela encosta acima até ao castelo. Com origens no séc. IX, quando a Península Ibérica ainda estava ocupada pelos mouros, o castelo mantém a traça medieval, e percorrer as suas muralhas oferece-nos vistas deslumbrantes sobre a paisagem da região e a vila, aninhada lá em baixo. Apesar da modernização periférica, Sesimbra continua a ter uma atmosfera pacata, mesmo durante a época alta do veraneio, e as ruazinhas do centro histórico não perderam as suas características mais genuínas.
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