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"Fest - Festival de Novos Realizadores" regressa a Espinho de 20 a 27 de junho

Foto: Direitos Reservados
 
O Fest - Festival de Novos Realizadores está de regresso à cidade de Espinho, no distrito de Aveiro, para uma edição muito especial, até porque este ano o evento atinge a maioridade. A 18ª edição do festival vai decorrer entre 20 e 27 de junho e não só promete celebrar o cinema que se faz em Portugal, como também irá ter uma secção dedicada a filmes de origem ucraniana, que se apresenta como uma extensão do Festival de Odesa. Para já, apenas são conhecidas as secções Lince de Ouro, Grande Prémio Nacional e Be Kind Rewind. O Fantastic apresenta neste artigo um filme de cada categoria. 

Espinho é terra de sol e praia, mas nem tudo se passa nos extensos areais que desde finais do século XVIII atraem dezenas de pescadores e banhistas. De 20 a 27 de junho, todos os caminhos vão dar ao Centro Multimeios, ao Casino de Espinho e ao Espaço Outdoor Village, que durante oito dias "concentram uma programação eclética em que a qualidade une participantes, convidados e público". 

O evento permanece atento à atualidade global e é por isso que nesta edição foi criada uma secção especial, intitulada Be Kind Rewind. O objetivo passa por exibir uma seleção de filmes produzidos na Ucrânia, como forma de prestar homenagem e colaborar com a população. A parceria entre o Fest - Festival de Novos Realizadores e o Festival de Odesa já é antiga, pelo que a secção Be Kind Rewind assume-se como uma extensão do evento que anualmente leva o cinema à cidade de Odesa, na Ucrânia.

Esta categoria é composta por seis filmes, dos quais se destaca a longa-metragem Stop - Zmyla. Da autoria de Kateryna Hornostay, pode ler-se na sinopse que a película conta a história de Masha, uma rapariga introvertida que apenas não se sente excluída e estranha quando está com as duas melhores amigas: Yana e Senia. No entanto, no último ano de escola, a protagonista vai apaixonar-se de uma forma que a obriga a sair da zona de conforto. De salientar que a obra produzida na Ucrânia estreou na edição de 2021 do Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Foto: Stop - Zmyla, de Kateryna Hornostay (Direitos Reservados)
Ainda que a Guerra da Ucrânia esteja em destaque no Fest - Festival de Novos Realizadores 2022, a celebração do cinema português não podia faltar. Em nota de imprensa, a entidade promotora avança que uma das metas do evento "continua a ser promover de forma sustentada o cinema português, potenciando e promovendo novos cineastas e criando novos públicos". Para esta categoria foi desenvolvida uma lista de 18 filmes, entre os quais a curta-metragem A Rapariga de Saturno, de Gonçalo Almeida. A exibição em Espinho sucede à passagem do filme pelo Festival de Cinema Fantastic Fest 2021, nos Estados Unidos da América, do qual Gonçalo Almeida saiu com o prémio de Melhor Realizador, na secção Shorts With Legs.

Quanto ao tema do filme, em entrevista ao Fantastic, o realizador avançou apenas que o Alentejo é o pano de fundo e que a história "gira em redor de um acontecimento cósmico que altera a vida de um rapaz para sempre". Acrescenta ainda que a obra é "constituída por memórias de momentos que fazem parte do imaginário comum que partilho com as pessoas que conhecem e cresceram no litoral alentejano".  

Foto: A Rapariga de Saturno, de Gonçalo Almeida (Direitos Reservados)
O que também não pode faltar na 18ª edição do Fest - Festival de Novos Realizadores é a secção Lince de Ouro, composta por seis filmes. Utama, de Alejandro Loayza Grisi, é um dos mais aguardados desta categoria. A narrativa faz um retrato de um casal de idosos Quechua, no planalto boliviano, obrigado a confrontar uma seca catastrófica causada pelo degelo de um glaciar nos Andes. Trata-se de uma obra cinematográfica que cruza a arte com a ecologia. 
Foto: Utama, de Alejandro Loayza Grisi (Direitos Reservados)

Podes ver aqui a lista dos títulos nomeados para cada uma das secções competitivas já anunciadas:


Lince de Ouro

Utama de Alejandro Loayza Grisi (Bolivia/Uruguai/França)
Matar a la Bestia de Agustina San Martín (Argentina/Brasil/Chile)
A piece of Sky de Michael Koch (Suíça/Alemanha)
The Noise of Engines de Philippe Grégoire (Canadá)
Immaculate de Monica Stan & George Chiper-Lillemark (Roménia)
Children of the Mist de Ha Le Diem (Vietname)

Grande Prémio Nacional

Quando a Terra Sangra de João Vicente Morgado (Portugal)
Vórtice de Guilherme Branquinho (Portugal)
Femogtyve de João Moreira (Portugal)
Kumaru de Bruno Maravilha, Patrícia Santos & Tânia Teixeira (Portugal)
The Event de Frank Mosley & Hugo De Sousa (EUA/Portugal)
Mansa de Mariana Bártolo (Portugal)
Duas Irmãs de LoTA Gandra (Portugal)
Block de João Vaz Oliveira (Portugal)
They made me believe I was daddy’s girl when I was in fact momma’s boy de Sol Marques Duarte (Portugal)
Ultra de João Lourenço (Portugal)
Da sala ao cinema à rua de Leonardo Miranda (Portugal)
Os Abismos da Alma de Guilherme Daniel (Portugal)
A Felicidade e Coisas Mórbidas de Débora Gonçalves (Portugal)
Mais que Sangue de Sibelle Lobo (Portugal)
A Rapariga de Saturno de Gonçalo Almeida (Portugal)
Kafka de Tiago Iúri (Portugal)
Farol de Henrique Brazão (Portugal)
Nha Sunhu de José Magro (Portugal)

Be Kind Rewind (extensão do Festival de Cinema de Odesa)

Homeward de Nariman Aliev (Ucrânia)
Blindfold de Taras Dron (Ucrânia)
Stop-Zemlya de Kateryna Hornostay (Ucrânia)
Atlantis de Valentyn Vasianovych (Ucrânia)
My Thoughts Are Silent de Antonio Lukich (Ucrânia)
Dad’s Sneakers de Olga Zhurba (Ucrânia)
Leopolis night de Nikon Romanchenko (Ucrânia)
Two people de Vladyslav Vitriv (Ucrânia)
The Secret, the Girl and the Boy de Oksana Kazymіna (Ucrânia)
In Our Synagogue de Ivan Orlenko (Ucrânia)