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Fantastic Entrevista | Bruno Abreu


Bruno Abreu é o convidado desta edição do Fantastic Entrevista. O bailarino que participou no programa Achas que Sabes Dançar? e que atualmente é o DJ residente do Agarra a Música, da SIC, esteve à conversa com o nosso site e contou-nos um pouco acerca do seu percurso profissional. Conheça melhor o jovem talento de Setúbal, nesta entrevista exclusiva ao Fantastic.

Como e quando é que surgiu a tua paixão pela dança?
A minha paixão pela dança sempre esteve presente desde que sou criança, talvez pelo facto de em minha casa sempre se ouvir muita música. Por isso, acho que não existe uma data certa. O movimento e a dança sempre me atraíram.

Quando é que decidiste enveredar por esta área? E onde é que procuraste formação?
A dança entrou na minha vida de uma forma, até certo ponto, engraçada e inesperada. Lembro-me de estar numa das festas que na altura se realizavam na Discoteca Convento, em Santos (Lisboa), que davam pelo nome de "Urbanites" e eram direcionadas a um público um pouco específico, que era a malta da dança. Na altura, gostava de ir porque me sentia mais à vontade para dançar, mas note-se que não tinha aulas nem nada que se parecesse, aliás, eu sempre fiz artes marciais. Lembro-me de estar a dançar com uns amigos e ser abordado por uma menina, chamada Glória, que me convidou a aparecer numa audição para um grupo chamado Ritmos Urbanos, no ginásio Gemini, em Entre Campos. E foi assim que tudo começou. Devo dizer que fui terrível na audição: os nervos tomaram conta de mim, mas lá viram algo.

Quais são as tuas principais referências artísticas?
As minhas principais referências como artista são várias, até porque gosto muito de me inspirar em diferente áreas e em diferentes pessoas. Michael Jackson será com certeza a maior, assim como Michael Jordan, pelo seu espírito competitivo e de querer sempre fazer melhor. Existem várias pessoas que me rodeiam e que me inspiram todos os dias a querer fazer mais e melhor, por isso é complicado dizer.

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Participaste na primeira edição de Achas Que Sabes Dançar. Que oportunidades o programa te proporcionou? 
Sinceramente, não acho que a participação no programa me tenha trazido algo de novo profissionalmente, até porque já trabalhava bastante, mas a nível de realização pessoal foi brutal entrar no TOP20 dos melhores bailarinos de Portugal. Se bem que esse rótulo é sempre um pouco relativo, porque existem imensos bailarinos talentosos em Portugal e que nem participaram, mas especialmente para quem seguia o formato americano, foi em tom de sonho que entrámos no programa.

Que contributo pode este tipo de formatos fornecer aos bailarinos?
Eu acredito que tudo o que seja bem feito e para promover a dança é excelente e acho que as pessoas que participam nestes formatos devem ir de “pés bem assentes na terra”, que se dediquem e trabalhem. Claro que estes formatos trazem alguma visibilidade durante um curto intervalo de tempo, mas o foco do bailarino ou do coreógrafo não deve ser o de aparecer, antes o de fazer o máximo possível por esta arte que é a dança.

Ser artista em Portugal e fazer disso profissão nem sempre é fácil. Quais são as maiores dificuldades que sentes? Como consideras que o paradigma possa mudar?
Acho que não é mesmo nada fácil. As maiores dificuldades, para mim, são os atrasos nos pagamentos, os baixos cachets, a falta de união entre bailarinos/coreógrafos e a falta de educação dos portugueses, que dão pouco valor à arte. Eu acredito que as coisas estão a mudar, apesar de lentamente, e enquanto houver pessoas que acreditem, “batam o pé” e defendam alguns princípios como eu, existirá sempre uma luz ao fim do túnel.

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Vários bailarinos representam Portugal um pouco por todo o mundo em grandes eventos internacionais. Para ti, quais são os nomes portugueses mais importantes no mundo da dança, atualmente?
Diana Matos, Márcio Ratinho e Marcelino Sambé.

Há uma vasta comunidade de Hip Hop em Portugal pouco conhecida pelo público em geral. O que nos podes contar sobre ela?Já foi desconhecida, mas hoje em dia é cada vez mais (re)conhecida. Neste momento existem muitos bons eventos de dança em Portugal, por isso convido todos a pesquisarem um pouco mais ou a enviarem-me mensagem a perguntar e terei todo o gosto em informar quando será o próximo, mas posso desde já deixar o convite a todos para o STB Dance AllStars 2017, que se vai realizar em Setúbal.

Em setembro de 2016 organizaste o espetáculo STB Dance Allstars em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal. Como é que surgiu a ideia e qual foi o teu objectivo com a competição? Como correu a experiência?
O STB Dance AllStars foi o meu bebé. A verdade é que já existem muitas competições, a maior parte delas brutais. Já há algum tempo que queria fazer algo em grande, na área da dança, em Setúbal, e dar um bocadinho de mim à cidade, que também é minha, e para fazer algo teria de ser diferente bem ao estilo do "Abreu", por isso meti tudo no caldeirão com a ajuda da Câmara, mais especificamente com a grande ajuda da Divisão de Cultura, tendo a grande ajuda da Eliana, da Sheila e da Iza. E assim fez-se o STB Dance AllStars, que foi um mega sucesso para todos, do qual ninguém estava à espera. Por isso, nunca é demais agradecer a todos que acreditaram e que me ajudaram a erguer este conceito, que se irá realizar, esperamos nós, de novo este ano, com muitas surpresas.


O STB Dance All Stars vai continuar, assim, este ano. O que é que nos podes avançar sobre o espectáculo?
Para já não posso avançar muito, até porque não há muito para avançar. Estamos na fase das propostas, parcerias e a querer fazer mais e melhor, por isso pedimos a todos que nos acompanhem nas nossas plataformas pessoais e se, de alguma forma, quiserem contribuir com uma parceria ou acharem que têm algo a acrescentar ao STB Dance AllStars, enviem-nos um email.

Queres deixar alguma mensagem para os jovens que querem ser bailarinos?
Quero deixar uma mensagem a todos os jovens que ambicionem ser alguém, mesmo que não seja na área da dança. Acreditem, trabalhem e não se deixem ficar por estatutos sociais ou mesmo por vos dizerem que não conseguem. Toda a gente é capaz de tudo se acreditar mesmo nisso a 100%. Façam por vocês, porque mais ninguém vai fazer, e sempre com princípios e a respeitar o próximo. Arranjem algo que gostem de fazer e façam-no de coração.

Para conhecer melhor o trabalho de Bruno Abreu, poderá segui-lo nas redes sociais:

Fantastic Entrevista | T8 -  Edição 7
Fevereiro de 2017
Entrevista: Rita Pereira