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Fantastic Entrevista - Elisa: "Quero fazer temas com que as pessoas se relacionem e nos quais encontrem conforto"

Foto: Direitos Reservados

Elisa tem apenas 23 anos, mas o seu caminho na música tem-se tornado a cada dia mais consistente. Diretamente da ilha da Madeira, veio para o continente e conquistou o coração do público quando se apresentou no Festival da Canção 2020 com a música "Medo de Sentir", da autoria de Marta Carvalho. Esta oportunidade catapultou a sua carreira, que conta já com 4 singles, 1 álbum, e vários concertos em diferentes cidades do país. Além de ter atingido o top 10 das músicas mais votadas pelo público na votação Melhor Música Portuguesa 2021, lançada pelo Fantastic, foi também considerada a artista revelação de 2021 pela equipa do Fantastic. A cantora esteve à conversa connosco, para contar tudo sobre o seu percurso.

Antes de falarmos de tudo o que foste conquistando, é importante percebermos uma coisa: como surgiu a música na tua vida?

Os meus pais sempre ouviram muita música, especialmente os clássicos dos anos 60/70/80, por isso desde nova que oiço Beatles, ABBA, Ray Charles… Comecei a cantar por causa dos festivais da escola e aos 13 anos comecei a ver a música como algo mais sério, a partir daí nunca mais parei.

Em que momento sentiste que a música podia ser mais do que apenas um hobbie?

Aos 13 anos, também porque tive incentivo de professores de música e porque a cada vez que subia a um palco sentia-me a pessoa mais feliz do mundo e queria agarrar essa sensação para sempre!

És natural da ilha da Madeira mas vieste há já alguns anos para Lisboa. Foi a vontade de lutar por uma carreira na música que te trouxe até à capital?

Em parte sim, porque o mercado musical na Madeira não é como o de Lisboa, não há tanta oportunidade para criar uma carreira com músicas originais; mas também porque queria ver mais, conhecer mais e é sempre bom sairmos da nossa zona de conforto.

É impossível falar do teu percurso sem abordar a vitória no Festival da Canção 2020. O que te trouxe de melhor esta conquista? De que forma consideras que contribuiu para a Elisa de hoje?

O Festival foi a melhor rampa de lançamento para a minha carreira que poderia ter tido. Se não fosse o Festival provavelmente as coisas não teriam acontecido tão rápido ou talvez não aconteciam de todo. Para além da experiência, deu-me mais confiança em criar uma carreira.

Foto: Sapo
Consideras indispensável que as tuas músicas reflitam aquilo que tu és e sentes, ou achas que é possível compor sobre uma realidade que não é a tua?

Para mim as duas opções são válidas, a arte no geral vive das diferenças dos artistas e da forma única como cada um compõe. No meu caso, sinto que preciso que a música reflita o que sou, ou algo que já me tenha acontecido. Mas isso é o agora, talvez no futuro a minha visão seja outra.

O teu primeiro álbum, “No Meu Canto”, tem no seu nome um duplo significado. Qual era o teu principal objetivo com este álbum de estreia? O que procuravas oferecer aos teus ouvintes?

Para além de mostrar uma vertente diferente e nova de mim, que é a composição, queria “dar” aos ouvintes a minha visão em forma de canções, um pouco de mim e queria que fosse genuíno.

És também tu que desenhas as capas dos teus singles. Como é que surgiu esta ideia e que importância tem para ti estares envolvida em todas as decisões por trás de cada single ou álbum?

Surgiu de forma muito natural, em intervalos de sessões de gravação do álbum eu levava o meu iPad e desenhava, e a minha equipa de management achou engraçado e sugeriu que fizesse a capa do primeiro single, fiquei tão entusiasmada que fiz a capa de todos os outros singles. Acho que é uma forma diferente de mostrar como interpreto as canções, nos desenhos estou a mostrar como vejo a canção e acho que isso complementa o que quero passar para quem me ouve.

Foto: JornalismoPortoNet

Com o lançamento do álbum, surgiram também algumas datas para concertos não só em Lisboa e no Porto mas também na Madeira e no Algarve. Que importância têm para ti os palcos?

Imensa! Comecei nos palcos e é o “lugar” onde me sinto melhor. Apesar dos nervos iniciais antes de cada concerto, não trocava a sensação de estar no palco por nada!

O que é que retiraste de melhor de cada um dos concertos que já deste?

O facto de poder estar com as pessoas e ouvir/ver as reações do público. Poder contar como as canções foram criadas, dar às pessoas um momento de paz, leveza e tentar fazer com que seja um momento muito bom, que faça com que vão para casa a pensar no concerto e no que ouviram. Em geral, são as reações das pessoas o que retiro de melhor sempre que atuo.

Este Meu Jeito foi uma das canções finalistas da votação Melhor Música Portuguesa 2021, lançada pelo Fantastic. Além disso, a equipa do Fantastic considerou-te a artista revelação de 2021. Como olhas para este tipo de distinções?

Com a maior felicidade por saber que o meu trabalho está a ser reconhecido. Fico muito grata a toda a equipa!

A tua música ficou no top 10 das mais votadas pelo público, entre 30 canções a concurso. Este resultado foi importante?

É sempre bom quando estamos no meio de outras músicas/artistas que gostamos e admiramos, mas não posso focar-me só nisso, o bom de haver várias músicas e artistas é que assim todos ouvimos coisas diferentes e temos gostos diferentes, talvez para umas pessoas eu não deveria estar no top10 e não há problema nenhum nisso! A música vai para além de avaliações e concursos. Mas sinto-me muito grata e feliz, levarei isto como combustível para continuar!

És uma das 6 vozes femininas que se juntaram a Elisa Rodrigues em “Eu Quero Paz”. Que importância tem para ti seres, de alguma forma, uma voz ativa perante o que vai acontecendo diariamente pelo mundo?

É muito importante porque de uma certa forma foi por isso que quis fazer música, quero poder dizer o que me vai na cabeça, cantar o que acredito e fazer temas com que as pessoas se relacionem e nos quais encontrem conforto. No caso da música da Elisa Rodrigues, eu sou apenas uma voz, o crédito é todo dela, mas fiquei muito honrada por poder fazer parte de algo tão bonito e importante.

Foto: Direitos Reservados
Quais são as tuas maiores inspirações nacionais e internacionais?

Salvador Sobral, Luísa Sobral, The Beatles, Celeste, Bon Iver, Carminho, Gisela João, ABBA, Queen… Enfim, tenho uma lista muito grande.

 Para ti, o que faz de alguém um verdadeiro "artista", na atualidade?

Ser alguém criativo e que saiba o que quer dizer com a sua arte.

O que é que tem sido diferente daquilo que imaginaste anteriormente?

O timing em que as coisas estão a acontecer, na minha cabeça só estaria a atingir isto daqui a 10 anos e não agora, nos meus 20.

Se te voltássemos a entrevistar daqui a 10 anos, o que gostarias de estar a fazer nessa altura?

Muita música nova, com muitos concertos e a conseguir viver só da música.

Se pudesses convidar alguém para partilhar um tema ou, até mesmo, o palco contigo, quem escolherias?

Já tive a maior honra de partilhar o palco com a Luísa Sobral, Tomás Adrião, Marta Carvalho, Tainá, Bárbara Tinoco e são artistas que admiro muito e que estavam na lista de pessoas com quem queria partilhar o palco. Respondo sempre o mesmo quando me perguntam, por isso não posso responder outra coisa até se realizar: Salvador Sobral!

 Fantastic Entrevista - Elisa

Por Joana Sousa

maio de 2022

Fotos: Direitos Reservados