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Entrevista DOP - Nanda Zompero & Joana Moura (Stage Evolution)

Foto: Direitos Reservados

Stage Evolution é um novo evento de Dança Oriental que terá lugar nos dias 28 e 29 de Maio, na escola Academia Dancefloor, em Sacavém. Organizado pelas bailarinas Joana Moura & Nanda Zompero, este será o primeiro projecto nacional do ano de grande dimensão, contemplando a oferta de formação, uma avaliativa, gala, hafla e bazar. Na quarta edição desta iniciativa entre o Fantastic - Mais do que Televisão e o projecto Dança Oriental Portugal, estivemos à conversa com as organizadoras para desvendar todos os pormenores sobre este novo evento.

1. Como surgiu a ideia de criarem um projecto de Dança Oriental em conjunto?
Como já nos conhecemos e temos amizade percebemos que seria fixe fazer algo juntas pois, temos a mesma forma de pensar. Já tínhamos ideias de projecto em paralelo e muita vontade de proporcionar oportunidades de dançar às nossas alunas então, decidimos juntar e criar um evento que preenchesse esta lacuna no mercado.

2. Porque deram o nome Stage Evolution ao vosso evento?
A ideia surgiu porque queríamos proporcionar às pessoas oportunidades de evolução e crescimento na dança, sem perder o encanto da apresentação e do palco, daí Stage Evolution. Não se trata apenas da evolução da dança mas também da apresentação e comunicação com o público.

3. Apesar de não ser um festival, este evento assenta em moldes muito semelhantes a esse formato (workshops, gala e um espaço de avaliação de bailarinas). Em que é que se diferencia dos eventos de Dança Oriental existentes na comunidade até 2019?

Sim é muito semelhante, não há como negar. Porém distingue-se por não acontecer à volta de um concurso nem de premiações. Visamos dar prioridade a alunas de todos os níveis e criar verdadeiramente uma oportunidade de crescimento, proporcionando o contacto com as professoras avaliadoras, além de ser um espaço de muito acolhimento e partilha. Sentimos que os festivais se direcionam muito a alunas avançadas e profissionais, especialmente nos workshops, e foi aí que sentimos esta falta no mercado. O objectivo é englobar todos os níveis da dança.

4. O evento tem seis bailarinas nacionais que irão partilhar o seu feedback com as concorrentes na mostra avaliativa – Cris Aysel, Joana Coelho, Joana Moura, Nanda Zompero, Raquel Correia e Vanessa Azevedo. Qual as razões que vos levaram a convidar estas bailarinas em específico para encabeçar este evento?
O nosso objectivo não é só ser inclusivas com as alunas de diferentes níveis mas também com as profissionais. Nós começámos por fazer uma lista com todas as profissionais de Norte a Sul do país e enviámos convite a várias. No final, acabou por ser um conjunto de factores entre os quais a disponibilidade das mesmas. Queremos em cada edição trazer profissionais diferentes com conhecimentos variados nas várias vertentes da Dança Oriental, Fusão, Tribal, etc.

5. A bailarina brasileira Mahaila El Helwa é cabeça de cartaz. Porque é que optaram por esta artista para ser professora, jurada e bailarina na primeira edição do Stage Evolution?
A Mahaila El Helwa já era para ter vindo em 2020 antes da pandemia, com tudo o que vivemos nos últimos 2 anos o evento teve de ser cancelado. Entretanto surgiu a oportunidade da vinda dela este ano e nós resolvemos agregá-la ao nosso evento. É curioso porque, na nossa versão original do evento não teríamos workshops, seria apenas as Avaliações e a Hafla, mas com esta oportunidade de a termos cá decidimos reformular o evento para a podermos acolher, até porque sabemos o quanto ela é acarinhada no nosso país.

Bailarina: Mahaila el Helwa. Fotografia: Gabriel Weng

6. Mahaila El Helwa será a única professora a participar no evento. Existe alguma razão especial para esta escolha?
A Mahaila El Helwa é a única professora a lecionar no evento pelas razões apresentadas na questão anterior. No entanto, temos mais 6 profissionais que também estarão a actuar e a avaliar no evento, teremos para além da organização, Nanda Zompero e Joana Moura, as bailarinas e professoras Vanessa Azevedo, Cris Aysel, Joana Coelho e Raquel Correia.

7. Podem explicar-nos quais os critérios que fizeram com que tenham escolhido os workshops “Conscientização de movimentos básicos de anca e ligações” e “Deslocações em cena” como formação deste evento?
São temas que acreditamos que poderão acrescentar a alunas de todos os níveis, inclusive profissionais que são eternas alunas.

8. No evento existirá uma mostra avaliativa em vez do tradicional concurso. Podem dizer-nos porque optaram por este formato?
Nós como participantes regulares de concursos sentimos falta de alguns pontos que queríamos proporcionar às participantes do nosso evento. Sentimos muitas vezes em concurso a falta de contacto com o júri para percebermos o porquê da nossa avaliação ou até mesmo para perguntar o que poderíamos melhorar. Já nos aconteceu o júri nem se lembrar de nós, ou dizer que enviaria a sua opinião por mail e não o chegar a fazer ou até recebermos a avaliação por escrito e não percebermos metade do que o jurado quis dizer. Então criámos a Mostra Avaliativa onde a participante pode mostrar o seu trabalho para um conjunto de profissionais que irão fazer anotações e no final poderá sentar-se e falar com as avaliadoras sobre o que a sua dança tem de bom e o que poderá melhorar. A bailarina vai inclusive poder levar as avaliações por escrito para casa, poder gravar a conversa com as profissionais para analisar calmamente mais tarde e poder ainda colocar questões.

9. Para além da mostra avaliativa, o evento terá um Hafla – que já se encontra esgotado. Podem falar-nos um pouco sobre este momento?
A Joana já tinha o projecto da Hafla que estava prevista acontecer em Março de 2020, antes da pandemia, em que o objectivo era que alunas de vários níveis tivessem oportunidade de dançar o que quisessem da forma que quisessem. O que vemos muitas vezes nas alunas é que ou não têm oportunidade de dançar fora da sala de aula para um público ou quando o fazem têm que o fazer em grupo e com as coreografias da respectiva professora. Então o objectivo era incentivar as alunas a criarem a sua própria coreografia fosse a solo ou em grupo para poderem apresentar para as colegas, amigos e familiares num ambiente confortável de inclusão e partilha em que apenas alunas poderiam actuar, sendo que as profissionais apenas poderiam assistir.
Estamos muito felizes de este momento do evento ter sido tão bem recebido e de ter sido o primeiro a esgotar.

10. Esta mostra não terá público. Existe alguma razão por trás desta decisão?
A Mostra Avaliativa não terá público precisamente para tentarmos proporcionar às pessoas que estão a ser avaliadas um ambiente mais relaxado, com menos pressão e onde no final possam sentar e falar com as professoras. Uma vez que a bailarina está ali para ter um feedback, não seria confortável recebê-lo à frente de outras pessoas, por isso achámos que este momento de “discussão” seria impossível com público.

11. A mostra é muito inclusiva, contemplando categorias de vários níveis (Iniciado, Intermédio, Avançado e Profissional), de estilos (Oriental e de Fusão) e de número de bailarinos (Solos, Duplas e Grupos). Foi este o vosso principal intuito?
Sim. O nosso intuito sempre foi abrangir o máximo possível de alunos/as de todos os níveis, independentemente do estilo ou de actuação de solo ou grupo. A distinção de níveis é precisamente para que as profissionais possam ser o mais justas possível na hora da avaliação.

12. No Domingo, haverá uma gala onde as cabeças de cartaz terão a oportunidade de actuar juntamente com alguns grupos convidados. Podem adiantar um pouco sobre o conceito da gala e mais alguns nomes a que o público poderá assistir neste espectáculo?
O principal objectivo da Gala é oferecer um show de Dança Oriental e Fusão a nível profissional para o público e para as alunas, como uma forma de incentivo e inspiração. Ao contrário da Hafla a Gala é um espectáculo exclusivamente profissional que contará com grandes nomes do panorama nacional como Nanda Zompero, Joana Moura, Cris Aysel, Raquel Correia, Niikuty e Zaharah de Lisboa, Vanessa Azevedo das Caldas da Rainha, Joana Coelho do Porto, Sara Salazar de Guimarães, Flávia Reis da Madeira, Elektra de Lisboa e Caldas da Rainha e ainda a estrela internacional Mahaila El Helwa do Brasil.



13. Todo o evento se localizará na Dancefloor Academia. Qual a razão da escolha deste local?
Decidimos realizar o Stage Evolution no espaço onde a DanceFloor Academia tem parceria neste momento com os Bombeiros Voluntários de Sacavém, pois o espaço oferece uma excelente infra-estrutura às portas de Lisboa, além de se adaptar perfeitamente aos diferentes formatos que o nosso evento oferece. O facto de podermos fazer todas as fases do evento no mesmo local foi um factor decisivo, bem como a amplitude do mesmo que nos faz sentido uma vez que ainda vivemos uma pandemia.

14. Porque é que as bailarinas devem participar no Stage Evolution?
Porque nós acreditamos que qualquer pessoa que dance, independentemente de ser profissional ou não, tem o desejo de melhorar e evoluir na sua dança. Além de estarmos certas que após os longos anos de pandemia estão todas cheias de saudades (tal como nós) de oportunidades de actuação, aprendizagem, convívio e de assistir a lindíssimos shows.

15. Porque é que o público deve assistir à gala?
Além de ser uma oportunidade para pessoas que não são da Dança Oriental puderem desfrutar de um maravilhoso espectáculo, as praticantes terão a oportunidade de ver uma bailarina internacional a actuar, além de desfrutar de apresentações de diversas profissionais de vários pontos do País.
Gostaríamos de acrescentar também que além da Mostra Avaliativa, Hafla, Workshops e Show de Gala teremos um Bazar com várias marcas e artistas a expor durante o fim de semana.

Entrevista DOP: Edição Especial 
Nanda Zompero & Joana Moura
Por Rita Pereira
Abril de 2022