Teatro Helena Sá e Costa acolhe a peça "Despe-te [Isabel]" a 10, 11 e 12 de março
Foto: Direitos Reservados |
Despe-te [Isabel] é o nome do próximo espetáculo a entrar em cena no palco do Teatro Helena Sá e Costa, no Porto. A adaptação portuguesa da peça homónima da dramaturga britânica Ella Hickson retrata a vida da rainha Isabel I e é promovida pela Ensemble - Sociedade de Autores. O Fantastic esteve à conversa com a atriz Emília Silvestre para conhecer mais alguns detalhes acerca do espetáculo que chega à cidade Invicta esta quinta-feira, 10 de março, também com sessões marcadas para os dois dias seguintes.
Mais de quatro décadas marcaram o reinado de Isabel I em Inglaterra. Se o extenso período de tempo que Isabel I esteve no poder já foi uma surpresa para muitos, o maior espanto prende-se com o facto de a rainha ter estado sempre solteira, sem intenção de ter filhos. Numa altura em que os conselheiros e ministros homens pressionavam a rainha a atuar da forma que eles queriam, Isabel I nunca cedeu aos desejos dos elementos do governo e talvez tenha sido por isso que esteve presa, para além de ter sido alvo de várias tentativas de assassinato. No entanto, foi a sua determinação e capacidade de lidar com as pressões masculinas assim como com um mundo que desvalorizava o papel da mulher, que Isabel I conseguiu acalmar os conflitos entre católicos e protestantes, promover a cultura e impulsionar as viagens à descoberta de novos mundos.
Com estreia marcada para 10 de março, no Teatro Helena Sá e Costa, Despe-te [Isabel] "reflete sobre os modos e meios que as mulheres no poder são obrigadas a usar para resistir à pressão masculina e conseguirem sobreviver num mundo que é fundamentalmente hostil com elas e os seus corpos", segundo avança o comunicado enviado ao Fantastic. Em declarações ao nosso site, a atriz Emília Silvestre garante que o objetivo de trazer a peça britânica para Portugal é "por o público a refletir sobre as razões que explicam que, em pleno século XXI, as mulheres continuem a ser tratadas como seres inferiores, sem capacidades para a governação ou chefia, e a serem sistematicamente afastadas de cargos públicos e das decisões importantes para o destino dos países".
A encenação está a cargo de Pedro Galiza e a interpretação é de Emília Silvestre, Ana Pinheiro, Filomena Gigante e Margarida Carvalho. A atriz Emília Silvestre, para além de intérprete, é, a par com Jorge Pinto, fundadora do Ensemble - Sociedade de Autores, a promotora do espetáculo Despe-te [Isabel]. O projeto foi criado em 1996 e trata-se de uma estrutura artística de criação, investigação, experimentação e formação contínua de atores.
Depois de quase três décadas de atividade, a Ensemble - Sociedade de Autores leva agora a peça Despe-te [Isabel] ao Teatro Helena Sá e Costa, no Porto. "Trata-se de um texto dramático muito bem escrito, com personagens, enredos e climas fantásticos e, por outro lado, aborda uma temática muitíssimo atual de uma forma que não é panfletária nem acusatória, mas antes muito ágil e eloquente", refere Emília Silvestre em entrevista ao Fantastic. As sessões estão marcadas para os dias 10, 11 e 12 de março pelas 21h.
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