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"Amor Fati": Filme de Cláudia Varejão ganha prémio no Festival Internacional de Documentário de Melgaço

Foto: Direitos Reservados

A realizadora portuguesa Cláudia Varejão foi galardoada com o prémio Jean Loup Passek para melhor documentário português, no Festival Internacional de Documentário de Melgaço. O júri do evento não ficou indiferente à obra intitulada Amor Fati e revelou que a película "pinta uma paisagem completa da vida, não só dos protagonistas, mas também de cada um de nós". 

"Amor ao destino" é o que significa a expressão latina que dá nome ao documentário de Cláudia Varejão. Quem o diz é o filósofo Friedrich Nietzsche, que vai mais além e explica que Amor Fati consiste na aceitação integral da vida e do destino humano. Na sinopse pode ler-se que o filme integra "retratos de casais, amigos, famílias e animais com os seus donos". "Partilham a intimidade dos seus dias, dos hábitos, as crenças, os gostos e alguns traços físicos", prossegue a sinopse. Acrescenta ainda que " A partir dos seus rostos e da coreografia dos gestos, descobrimos a história que os enlaça". 

Cláudia Varejão compara Amor Fati a "um atlas de histórias e emoções" que expressam o seu sentimento "pela humanidade e que tende a engrandecer diante da nossa vulnerabilidade, diante da morte". A portuguesa é assim a vencedora da categoria Melhor Documentário Português.

No entanto, o festival não se resume apenas à categoria de Melhor Documentário Português. Destaque para o filme Acasa, do romeno Radu Ciorniciuc, que ganhou o prémio Jean Loup Passek para Melhor Longa Metragem Internacional. A película do cineasta Romeno foi rodada no seu país de origem e relata a história de uma família que vivia há vários anos numa cabana que ficava na Reserva Natural de Bucareste. Na sequência da construção de um parque público naquela zona, a família foi forçada a mudar-se para um apartamento na cidade, onde teve de adaptar-se a uma nova forma de viver e de estar. 

A organização do Festival Internacional de Cinema de Melgaço não poupou nos elogios ao Acasa, referindo em comunicado à Lusa que se destacou a "abordagem poética, honesta e poderosa de um filme que coloca uma questão fundamental: o que é um lar?".

Entre as 19 longas-metragens internacionais que estavam na categoria de Acasa, o júri decidiu também atribuir duas menções especiais aos filmes Lua Vermella, do galego Lois Patiño, e Colombia in My Arms, da dupla de finlandeses Jenni Kivisto e Jussi Rastas.

A novidade da edição de 2021 do evento internacional foi a estreia do prémio Jean Loup Passek para Melhor Cartaz de Cinema.

De salientar que Jean Loup Passek, que dá nome aos prémios do Festival Internacional de Cinema de Melgaço, foi um cineasta que desenvolveu uma relação profunda com Portugal. Tudo começou nos anos 70 em Paris, quando Jean Loup Passek estava a gravar um documentário sobre a imigração e entrou em contacto com vários membros da comunidade portuguesa. Entre eles destacaram-se dois habitantes do concelho de Melgaço, com quem o cineasta manteve uma relação de amizade até ao fim da sua vida.