"NOMA AZORES - Festival Internacional de Cinema de Direitos Humanos" chega aos Açores em julho
Foto: Direitos Reservados (Imagem do filme "Visões do Império") |
De 27 a 31 de julho, o Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, recebe a primeira edição do NOMA AZORES - Festival Internacional de Cinema de Direitos Humanos. Ao todo, são oito filmes que competem pelos dois prémios principais do evento, numa selecção que integra quatro filmes produzidos em solo português e quatro vindos de outros cantos do mundo.
Segundo a organização, o festival conta com uma programação "que chama a atenção para o lugar das mulheres nas sociedades contemporâneas, traça os caminhos de diferentes passados coloniais com impactos que resistem até aos dias de hoje e revela novas histórias em ebulição por entre as nossas cidades".
Prazer, camaradas!, uma longa metragem pós-revolução do 25 de Abril, onde se debate o direito das mulheres ao prazer sexual, será exibida a 27 de julho, pelas 19h00. O filme português de João Filipe Costa estreou há poucas semanas no circuito comercial e acompanha Eduarda, João e Mick, que viajam da Europa do Norte para trabalharem nas cooperativas das herdades ocupadas em Portugal.
Chico Rei entre Nós, de Joyce Prado, é um filme brasileiro que parte da história do rei congolês com o mesmo nome para explorar os diversos ecos da escravidão brasileira na vida dos negros de hoje. A película será exibida no primeiro dia do festival, a 27 de julho, pelas 21h30.
Other Conviction, de Juan Manuel Repetto, Sebastian, leva-nos
pelo dia-a-dia de uma casa de correcção, levantando questões sobre os
direitos infantis e as políticas de reintegração social. Passa a 28 de
julho, pelas 19h00.
Já Bostofrio passa no Teatro Micaelense a 28 de julho pelas 21h30. O filme de Paulo Carneiro parte para uma aldeia remota de Portugal, onde o realizador tenta traçar a vida e histórias da sua avó, por entre testemunhos de todos os que com ela privaram.
As tensões e os encontros dentro da comunidade cigana são o ponto de partida para Como el Viento, filme de Raquel Ruiz, que nos apresenta Mara, uma mulher crioula que se torna cigana. Por meio da sua história de vida, mergulhamos na profundidade e na vida quotidiana dessa comunidade. Fragmentos de vida e costumes contados na primeira pessoa, chamam a atenção para as contradições que se geram, diariamente, entre os antigos ciganos e as novas gerações. O filme passa no dia 29 de julho pelas 19h00.
A Batida de Lisboa, de Rita Maia e Vasco Viana, é exibido a 29 de julho, pelas 21h30. O filme leva-nos até Lisboa e ao seu cenário musical emergente, num documentário que percorre as jornadas, histórias e influências de diferentes músicos a habitarem a cidade.
Visões do Império, de Joana Pontes, onde revemos historicamente a forma como o império português foi imaginado, documentado e publicitado até à revolução que, em 1974, pôs fim ao regime político autoritário que governava Portugal. O filme será exibido a 30 de julho, pelas 19h00.A fechar a lista de selecionados está uma ode poética à sede indelével de um povo por liberdade, cultura e soberania, por terras da Nova Guiné.Ophir, de Alexandre Berman e Olivier Pollet, será exibido no dia 30 de julho pelas 21h30.
As novas confirmações juntam-se ao já anunciado programa não competitivo de curtas metragens (Tahiti e La chambre, de Latifa Said, e Novos Vizinhos: Um só Deus, de Bruno Correia) e ao ciclo de conversas com a atriz Ana Lopes, a ativista Carolina Brito e o realizador e produtor Filipe Tavares.
Os filmes que integram a Competição Internacional do NOMA concorrem aos prémios de Melhor Longa Metragem, Melhor Longa Metragem Portuguesa e Prémio do Público. O júri que decidirá os vencedores é composto por Ana Margarida Cunha Silva, Diogo Lima, Eduardo Leal, Joana de Sousa e Salomé Lamas.
Promovido pela Câmara Municipal de Ponta Delgada que o NOMA Azores “é a expressão do compromisso público e político de Ponta Delgada com a problemática dos Direitos Humanos em todas as suas dimensões e, sobretudo, com a identificação dos mecanismos e sistemas de promoção de direitos e liberdades que, não obstante estarem legalmente salvaguardados e dos progressos alcançados, são ainda hoje repetida e reiteradamente violados.”.
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