Fantastic Entrevista - Joana Aguiar: "Adoro o desafio que é construir personagens diferentes e dar-lhes vida"
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Desde pequena que os meus pais promovem a prática de
desporto na minha vida. Eles sempre praticaram exercício físico e esse gosto
foi-nos naturalmente passado, sempre de forma positiva e saudável. Pratico
desporto desde os 3 anos, com regularidade e, mesmo trabalhando de forma tão
intensa, como acontece quando estou a gravar uma novela, esforço-me por não
descurar a prática de desporto porque, para além de contribuir para o meu
bem-estar físico, sempre foi algo muito importante, também para a minha saúde mental.
O teu início no mundo das telenovelas deu-se quando substituiste a tua irmã gémea em Mar Salgado aquando de um
problema de saúde. Em que momento é que surgiu este interesse pelo mundo da
televisão e quando é que sentiste que era esse o teu caminho?
Comecei desde cedo a fazer publicidade e, mais tarde, a participar em
cursos e workshops de representação, onde descobri que era uma área de que
gostava. Aos 16 anos, depois do episódio da minha irmã, posso dizer que tive a
certeza absoluta que era isto que queria fazer para o resto da minha vida.
Foste investindo
também em vários cursos e workshops ligados à representação e à moda.
Consideras a formação uma componente fundamental no teu trabalho? Pretendes
continuar a apostar na mesma?
Sim, sem dúvida. A formação é muito importante e dá-nos bases essenciais. Para mim é fundamental estar em constante aprendizagem e atualização, quer seja através de formações, filmes, livros, etc. Sempre que consigo, invisto em formações que considero importantes para o meu crescimento enquanto atriz.
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Espero que não seja necessário utilizar o meu curso de
Gestão e que ele possa ser sempre aquilo que tem sido até hoje, um backup plan (risos)! Neste momento, estou dedicada a 100% à representação. No entanto,
formar-me em Gestão foi uma experiência que me enriqueceu e me ajudou a crescer
não só a nível pessoal, mas também enquanto profissional.
Somas já vários
trabalhos em televisão, nomeadamente integrando o elenco principal de Onde
Está Elisa?, Nazaré e, mais recentemente, Amor Amor. O que é que te
fascina neste mundo da representação?
Esta é uma pergunta complexa. Representar é sinónimo de liberdade. Adoro o desafio que é, em cada projeto, construir personagens diferentes e dar-lhes vida, de forma genuína. Gosto de me desconstruir para
poder acrescentar algo novo à personagem, características e traços de
personalidade que diferem dos meus e conferir-lhes credibilidade e, acima de
tudo, passar emoções genuínas através delas.
Como é para ti o processo de construção de uma personagem? Tens mais dificuldade em criá-la ou a despedires-te dela?
São dois processos complexos e trabalhosos. Construir uma
personagem é um processo que me dá muito gozo e penso que é o mais difícil
quando se quer criar algo diferente. Despedir-me é sempre um processo um pouco
doloroso, principalmente quando se vive intensamente uma personagem como esta a
que estou a dar vida, neste momento. Sei que despedir-me da Sandra será,
certamente, um processo difícil por ser uma personagem tão carismática e
intensa.
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Este é, sem dúvida, um projeto muito especial para o
público, para o canal e para toda a equipa que o integra. Sendo um projeto
diferente daquilo a que estamos habituados a ver na televisão nacional é, com
certeza, uma novela que vai marcar aqueles que a acompanham. Enquanto elenco, criámos
uma ligação muito bonita e genuína entre todos, mas também com a história e com
a música que a envolve. O interessante na minha personagem é que não vive
somente da música. A Sandra é uma personagem complexa e intensa, o que a torna
uma artista diferente.
A nível pessoal tem também sido muito enriquecedor. Não só
porque tenho tido a oportunidade de conhecer pessoas que já admirava
profissionalmente e que agora passo também a admirar a nível pessoal, mas
também porque criei uma ótima relação com grande parte do elenco e equipa, sei
que ganhei alguns amigos.
A “Sandra” é uma personagem com alguns momentos dramáticos. Como te preparaste para ela e como foste lidando com esta exigência? É fácil para ti representar as cenas mais emocionais?
O processo de criação de personagem foi fundamental para a
construção da Sandra. Houve uma grande exigência durante todo esse processo,
para que fosse possível criar densidade na personagem. Só assim se torna
possível, diariamente, fazer cenas mais pesadas de uma forma consistente e
sólida.
No cinema, contas
também com alguns projetos, desde as curta-metragens A Secret of Sintra e Rafeiro, até às longas-metragens Leviano e O Fim da Inocência. Fazer mais
cinema é uma ambição?
Sim, claro que sim. Gostava de poder integrar, brevemente,
uma longa metragem. Adorei a experiência e, sem dúvida, que o meu trabalho e
foco são nesse sentido, também.
Ainda não tivemos oportunidade de te ver nos palcos. É importante para ti, enquanto atriz, abrir os teus horizontes para o teatro?
Sim, gostava muito e acho que é um passo importante para
qualquer ator.
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De que forma as experiências que viveste na tua carreira de atriz te têm ajudado a crescer a nível pessoal?
Existe uma comunhão entre o lado profissional e o lado
pessoal que é inevitável. Da mesma forma que as experiências pessoais nos fazem
crescer profissionalmente, também o lado profissional nos acrescenta muito, a
nível pessoal. Desde cedo que sinto a responsabilidade de ter uma equipa que
depende, também, do meu trabalho e, inevitavelmente, do meu profissionalismo e
entrega ao que faço. Há uma ligação, evidente, entre estas duas vertentes.
Quais são as tuas
maiores inspirações nacionais e internacionais?
A nível nacional, tenho a sorte já ter trabalhado com
pessoas que admiro e que me fizeram crescer e ensinaram muito, como é o caso do
Albano Jerónimo, Sandra Barata Belo e, recentemente, Maria João Bastos, Ricardo
Pereira e Luísa Cruz. Sempre foram referências para mim e hoje em dia tenho o
prazer de poder contracenar diariamente com eles e, se já admirava
profissionalmente, passei também a admirar de forma pessoal.
Internacionalmente, admiro muitos atores. Samuel L.Jackson,
Joaquin Phoenix ou Natalie Portman, são apenas alguns exemplos.
Se te voltássemos a
entrevistar daqui a 10 anos, o que gostarias de estar a fazer nessa altura?
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