Mário Coelho vence 2.ª edição do prémio revelação do Teatro D. Maria II
Foto: Direitos Reservados
O ator
Mário Coelho é o vencedor da segunda edição do Prémio Revelação Ageas
Teatro Nacional D. Maria II. O anúncio foi feito na passada sexta-feira, na sala Garrett do teatro, um galardão no valor de 5.000 euros, que resulta de uma parceria do D. Maria II e do grupo segurador, que visa reconhecer e promover talentos emergentes, com
idades até 30 anos, nas várias áreas ligadas ao teatro, cujos trabalhos
se tenham destacado no ano anterior.
Mário Coelho manifestou "grande surpresa e grande gratidão" pela atribuição do prémio. "É o reconhecimento de um trabalho e faz com que sinta que faz algum sentido continuar neste caminho que tenho feito", destacou, em declarações à Lusa.
Ator, encenador, dramaturgo e também produtor dos seus próprios espetáculos, Mário Coelho nasceu em Lisboa em 1994, movendo-se pelo panorama independente da cidade, motivado pela vontade de encontrar um lugar onde se possa expressar livremente, pois acredita "num teatro que é feito por pessoas e para pessoas e que celebra isso mesmo, pessoas".
"A mim interessa-me cada vez mais a individualidade de cada uma das
pessoas com a quais trabalho e provocar uma espécie de celebração no meu
trabalho. Tem sido um pouco essa tentativa de pesquisa e de comunhão
com as pessoas com quem tenho tido a sorte de vir a trabalhar e
colaborar que eu procuro. Então, acima de tudo, é inevitável que este
prémio seja também sobre essas pessoas que têm estado comigo ao longo
dos tempos e têm feito este caminho comigo", acrescentou Mário Coelho.
Em 2020, durante o primeiro confinamento, Mário Coelho criou, a partir de casa, a websérie de oito episódios Vai Ficar Tudo Bem!. Produzida sem nenhum apoio financeiro, a série conta com o próprio criador no elenco, ao qual se juntam Filipe Baptista, Mariana Guarda e Pedro Baptista.
"Em plena quarentena, dei por mim a voltar a esta ideia mas inserida no contexto em que vivíamos: de que forma poderia esta atriz exibir e dar a mostrar o seu trabalho, se o mundo todo parasse e ficasse fechado em casa?", revelou. "Tudo isto levou-me a repensar este projeto e a alterar o género da figura principal, acrescentando ainda outras três pessoas com os quais partilhava mais ou menos convivência quotidiana", acrescentou ainda Mário Coelho.
Apesar de o prémio ser relativo ao ano passado, Mário Coelho afirma que não consegue separar os trabalhos que tem feito nos últimos tempos, como se fossem uma "espécie de cadeia", funcionando em sequência, sem ser possível dissociá-los uns dos outros e de outras experiências que tem tido.
"Mas foi sobretudo relativo a um ano complicado para todos, que levou a pensamentos extraordinários e a procurar outras formas de continuar a fazer o trabalho mesmo com tudo fechado. Foi também o ano em que me estreei com uma websérie - outra variante do meu trabalho que nunca tinha explorado, que é uma série feita para o Youtube -, e a continuação de um trabalho, o "Fuck me gently!", que estreou em dezembro no CCB [Centro Cultural de Belém], e reflete também grande parte dos caminhos que pretendo vir a desenvolver nos próximos tempos enquanto criador e enquanto intérprete", explicou.
Mário Coelho sucede assim à atriz, encenadora e dramaturga Sara Barros Leitão, vencedora da primeira edição do Prémio, entregue em 2020. A escolha do premiado foi feita por um júri composto por treze profissionais representativos de diversas áreas associadas ao meio artístico e cultural português: Álvaro Correia, Cristina Carvalhal, Cucha Carvalheiro, Inês Barahona, Isabél Zuaa, John Romão, José António Tenente, Marta Carreiras, Mónica Garnel, Rui Horta, Rui Pina Coelho, Sara Barros Leitão e Tónan Quito.
Comente esta notícia