Header Ads

"Hamlet", de William Shakespeare, estreia no Estoril numa versão "muito sólida, bonita e impactante"


Foto: © Ricardo Rodrigues

Escrito entre 1599 e 1601, Hamlet chega agora ao Teatro Mirita Casimiro, no Estoril, numa versão renovada, encenada por Carlos Avilez e conta com a participação de José Condessa, Maria João Pinho, Miguel Amorim, Bárbara Branco e Elmano Sancho, entre outros. O Fantastic esteve à conversa com os atores Rodrigo Cachucho, Miguel Loureiro e Teresa Côrte-Real para perceber o que é que o público pode esperar deste espetáculo que estará em cena a partir de 21 de abril no Estoril.

Hamlet conta a história do Príncipe da Dinamarca (José Condessa) que descobre que o seu pai foi morto pelo tio, Cláudio (Elmano Sancho), usurpador do trono e agora casado com Gertrudes (Maria João Pinho), mãe de Hamlet. Depois de várias versões com elencos diversificados, Rodrigo Cachucho, que nesta encenação interpreta Marcelo, revela em conversa com o Fantastic que "o público pode esperar uma versão muito sólida, bonita e impactante".

O ator que dá vida a Marcelo acrescenta ainda que "há momentos absolutamente marcantes durante o espetáculo", que considera serem o resulta da "harmonia dos inputs criativos que a equipa deu para criar esta nova leitura de Hamlet". Com tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen, a exibição do espetáculo divide-se entre o Teatro Mirita Casimiro, no Estoril e o Teatro Municipal Joaquim Benito, em Almada. 

Rodrigo Cachucho explicou ainda ao nosso site que o Teatro Experimental de Cascais foi a sua "base teatral". "Foi na Escola Profissional de Cascais que eu me formei e depois estreei-me no TEC, profissionalmente, onde tenho vindo a trabalhar e a desenvolver algum trabalho no último ano. O Teatro Municipal Joaquim Benite conheço apenas como espectador, portanto estou ansioso para estreá-lo como intérprete", garante Rodrigo Cachucho.  

Com apenas 24 anos, o ator começou a estudar teatro desde os 15 e, por isso, conta já com uma dezena e meia de espetáculos teatrais no currículo. "Tem sido um caminho sempre pautado pela instabilidade, como acontece com todos os jovens artistas deste país. Mas tem sido um caminho muito bonito, em que me consigo ver a crescer artisticamente e profissionalmente. Acho que o mais bonito de tudo isto são as pessoas com quem nos cruzamos, o que retiramos delas e o que lhes damos também".

Renato Godinho, Sara Matos, Rita Calçada Bastos, João Gaspar, Miguel Amorim, José Condessa, Bárbara Branco ou Elmano Sancho são alguns dos nomes que Rodrigo Cachucho refere ao nosso site como exemplos de atores que o ajudaram a "absorver ao máximo e tentar perceber o que é que cada processo artístico tem para dar, para fazer crescer".


https://www.tecascais.com/_files/200003784-9d48f9d492/PHOTO-2021-04-20-11-36-04-5.jpg

Foto: © Ricardo Rodrigues

A nova versão da obra de William Shakespeare vem celebrar os 65 anos de carreira do encenador Carlos Avilez, com quem a atriz Teresa Côrte-Real tem trabalhado ao longo de vários anos. Sobre Hamlet, a atriz que interpreta Cornélio mostra-se entusiasmada com este novo projeto, onde assume ser  "um prazer imenso trabalhar um texto magnífico super atual - felizmente e infelizmente para todos nós na humanidade".

"Este é um projeto inovador e acho que vai ser muito polémica a forma de o Carlos ver este novo Hamlet de 2021, em pandemia. Eu tive a sorte de ver a peça encenada por ele, no final dos anos 80, na ACARTE, com um elenco estrondoso que incluía o Carlos Daniel como Hamlet, mas também Canto e Castro, António Monteiro, António Marques, Fernanda Neves, entre muitos outros. Na altura foi um projeto muito inovador, foi um trabalho que me marcou nos anos 80", conta a atriz, que assegura ainda estar "felicíssima pela aposta, por esta filigrana que é o novo Hamlet, tecnologicamente inovador, a nível da ideia e da concepção".

No que toca a expectativas, o ator Miguel Loureiro explicou ao Fantastic que, o facto de se tratar de uma peça tão famosa de William Shakespeare, faz com que sinta uma maior responsabilidade. "O público vai com as suas expectativas, pois a obra é universal e pertence a nós todos, há já algum tempo, e depara-se com uma versão de outro, a do artista, e normalmente uma versão é uma versão. Mas por outro lado, infelizmente, em Portugal há muita gente a conhecer Hamlet de nome, mas sem nunca ter lido, classe teatral incluída", explica ainda.

Para o intérprete de Polónio, este não é verdadeiramente um regresso aos palcos, porque não sentiu esse afastamento durante o confinamento, uma vez que esteve "muito ativo no teatro até dezembro, antes dos teatros fecharem, e o tempo de preparação deste Hamlet coincidiu com o confinamento". Para o ator, o seu envelhecimento "e os consequentes problemas com a memorização do texto" foram os maiores desafios nesta aventura.

É com uma mensagem de esperança que Teresa Côrte-Real encerra a conversa com o Fantastic. "Viva o teatro, viva a abertura dos teatros e de tudo aquilo que é necessário para as nossas vidas serem mais felizes. Viva Portugal e vivamos nós. Cuidem-se, vão ao teatro, aos restaurantes, às lojas, mas sempre com muito cuidado. E como se diz em teatro: até já!", despede-se a atriz, convidando o público a assistir à peça.

A peça estreou no Teatro Mirita Casimiro, no Estoril a 21 de abril, onde estará em cena de terça a sexta-feira, às 19h, até 30 de abril. Em maio, e ainda na mesma sala de espetáculos, os atores entram em cena às 19h de quarta a sábado e aos domingos às 16h até dia 21. Por fim, nos dias 28 e 29 de maio, Hamlet sobe ao palco do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, às 21h. Os bilhetes estão à venda nos locais habituais.