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Fantastic Entrevista - João Bettencourt

 
João Bettencourt tem apenas 19 anos mas já se tornou conhecido do grande público enquanto Lucas na telenovela Amor Amor, da SIC. Jogou futebol, pratica equitação, fez figuração e participações mais pequenas noutras telenovelas. Além do trabalho no mundo da representação, criou um projeto de desporto na sua página de Instagram, Get Fit With. O Fantastic esteve à conversa com a jovem promessa da ficção e quis saber mais sobre o seu percurso.

Iniciaste os teus estudos artísticos no Curso Intensivo de Representação em Televisão e Cinema na Academia Mundo das Artes em Lisboa. Em que momento sentiste que o que querias realmente fazer era representar?
Eu sempre fiz muito desporto, desde muito pequenino. Joguei 12 anos futebol e há cerca de 3/4 anos tive uma lesão no tornozelo e tive de parar durante 6 meses, e foi aí que eu percebi que queria fazer qualquer coisa diferente. Apesar do futebol ser um desporto que eu gosto muito e pelo qual tenho muito carinho, eu queria experimentar coisas novas e decidi apostar na área da representação. Eu não sabia como é que podia chegar lá, na verdade sabia zero sobre esta área. Sempre acompanhei muitos filmes e séries mas nunca soube como é que era possível chegar lá, então comecei a pesquisar e a fazer figuração, há cerca de 2/3 anos, e gostei muito de fazer figuração. Foi uma experiência muito gira porque pude aprender várias coisas, eu olhava para o que os atores estavam a fazer e tentava criar um género de um personagem, apesar de ser figurante. E foi aí que decidi investir na formação, porque tive a oportunidade de fazer um casting e ter algumas participações com maior relevância, e foi aí que eu senti que precisava de formação e que queria muito investir nisso.

Que importância achas que a formação tem no teu trabalho? Pretendes continuar a apostar na mesma?
Na minha opinião é fundamental a formação. Apesar de haver muito talento, e de eu acreditar no talento, eu também sou muito apologista da formação ser a base de tudo. Para ser engenheiro e professor também é preciso formação, e ser ator não foge à regra, por isso para mim é algo muito importante. E eu senti muito isso quando fui para a novela Amor Amor. Eu fiz o curso na Academia do Mundo das Artes e foi um curso que me ajudou a conseguir algumas das bases, não todas porque foi um curso muito rápido e curto, mas ajudou-me muito ter essa experiência porque não tinha tido experiência nenhuma com formação e acho que foi muito importante. E claro que quero continuar a apostar na formação, eu acho que para qualquer ator é preciso a formação, e é um dos processos que nós temos que levar para a vida.

Antes de ingressar neste mundo da representação, praticaste equitação. Que paralelismo fazes entre as duas áreas? O que é que levas da equitação para o teu trabalho enquanto ator?
Esta pergunta é muito interessante. Eu fiz e continuo a fazer equitação e eu acho que a equitação é muito importante na parte da concentração. Eu não me considero um cavaleiro, mas aprendi muito a trabalhar com os cavalos, e é preciso muita concentração, esforço e sacrifício, e eu levo isto para a área da representação porque quando nós estamos em cena é preciso uma extrema concentração. Muitas vezes, ao longo do dia, e como temos muitas cenas para gravar, é cansativo, e no mundo dos cavalos também é preciso muito trabalho e muito sacrifício.
 
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Além de teres jogado futebol, tens neste momento um projeto chamado Get Fit With. Que importância tem o desporto na tua vida?
O desporto para mim sempre foi algo muito importante, desde pequenino que a minha mãe sempre gostou que eu fizesse desporto e sempre foi uma coisa que eu quis. Sempre adorei futebol, skate, equitação, ténis, correr … tudo o que tivesse a ver com desporto eu sempre gostei muito. Portanto o desporto tem uma importância muito grande para mim porque quando faço desporto sinto-me bem, faz-me bem à cabeça, e é muito importante treinar para nos mantermos bem psicologicamente e fisicamente. Este projeto que eu criei do Get Fit With surgiu porque muitas pessoas me disseram que gostavam de treinar, mas por não terem motivação ou por vários outros motivos não conseguiam treinar, então eu decidi criar este projeto com os meus colegas que têm sido espetaculares. Decidi criar este projeto para treinarmos e termos ainda mais motivação para treinar, tanto eu como os meus colegas, e também motivar as pessoas e dar-lhes um incentivo para treinar em casa sozinhos e connosco.

Achas que fazem falta, na televisão nacional, mais programas sobre outros desportos além do futebol? Porquê?
Eu acho que é muito importante haver muito mais desportos sem ser o futebol na televisão, apesar de hoje em dia haver já muitos desportos, como o vólei, o ski, ténis, basket, …, mas, apesar de poder haver mais, acho que estamos bem recheados de programas de desporto. Percebo que na televisão nacional seja mais complicado, mas ainda assim encontramos alguns desportos mais variados e não só o futebol. Mas sim, na minha opinião acho que deveria haver ainda mais desportos na televisão nacional.

Integraste também algumas campanhas publicitárias, nomeadamente para a Garnier e para a Telepizza. A publicidade tem este lado de utilizar textos narrativos para vender produtos. Sentes que a publicidade será, a longo prazo, uma forma de experimentar novas técnicas de representação e filmagem?
Eu gostei muito de fazer anúncios, acho que é uma técnica completamente diferente do que eu estou habituado agora, interage-se muito mais com o público, cria-se quase uma ligação. E eu acho que é possível que ao longo do tempo se possam vir a transformar essas técnicas tanto para a televisão como para o cinema, como aliás já se tem feito também em vários filmes e séries.

 
O teu percurso no pequeno ecrã começou com uma participação na telenovela Na Corda Bamba da TVI. Que importância teve para ti esta primeira oportunidade?
Foi muito importante para mim, foi a minha primeira participação, com a Júlia Palha e com a Paula Neves. Foi muito enriquecedor porque na altura eu ainda não tinha formação e, apesar de eu ter ainda muita coisa para aprender, comparado com o que sei hoje naquela altura eu ainda não sabia nada. Foi muito importante para mim porque tive a sorte de contracenar com duas pessoas espetaculares, mas foi também um momento de muita tensão porque eu estava muito nervoso. Mas foi um orgulho olhar para os figurantes e perceber que tive a sorte de evoluir de figurante para ter já uma pequena participação, foi um orgulho ver que tudo estava a evoluir, e para mim foi muito importante e especial.

De que forma recebeste a notícia de que farias a tua estreia com um papel maior no mundo da representação na novela Amor Amor da SIC?
Eu fiz o casting na minha agência e, no dia a seguir, os meus agentes ligaram-me a pedir que fosse à agência e eu fui, não sabia de nada, e eles deram-me um papel para eu ler e eu li, e continuava sem fazer ideia do que é que seria aquilo, mas disseram-me que aquele era o percurso do meu personagem para a novela Amor Amor na SIC. A partir deste momento caiu-me tudo. Fiquei super contente, foi uma coisa que eu já esperava há algum tempo e para a qual eu trabalhei com esforço e, obviamente, com sorte, porque também é preciso muita sorte para ingressar neste meio. Fiquei super feliz.

Que semelhanças encontras entre ti e o Lucas, a tua personagem em Amor Amor?
Eu e o Lucas somos muito parecidos, principalmente na forma de estar na vida, na felicidade que transmitimos à vida. Eu estou sempre muito sorridente e o Lucas é mais ou menos isso. Acho que essa felicidade que ambos queremos transmitir é uma das grandes semelhanças entre o Lucas e o João.

Amor Amor está a ser um projeto muito especial para o canal e para o público, com um lado muito musical que não é habitual nas telenovelas. Como descreverias o ambiente de gravações da novela?
Tem sido um ambiente de muita galhofa, mas com muita concentração. Acho que tem sido um projeto muito diferente e eu, apesar de não ter experiência a gravar outras novelas, posso dizer que toda a gente anda a cantarolar Do Lado do Amor no estúdio, nos camarins e em todo lado. Há uma nuvem de felicidade e de amor no estúdio, e isso é muito importante tanto para os atores, como para a equipa técnica, como para a direção de atores. Tem sido um ambiente muito saudável mesmo.
 
 
O que é que tens retirado de melhor, a nível pessoal deste projeto?
Eu tenho retirado muita coisa importante neste projeto a nível pessoal. O sentido de responsabilidade, eu sinto que tenho crescido muito e ficado cada vez mais adulto porque também estou numa fase de transformação pessoal. Tem sido um processo evolutivo muito bom, não só como ator mas também pessoalmente. E também tive a sorte de poder estar com vários atores com muita experiência e todos foram muito importantes, mas em especial o Paulo Rocha, que é com quem me dou mais. Eu aprendi e continuo a aprender muita coisa com ele, ele ensinou-me muito a importância da dedicação, do trabalho, da concentração, do respeito, do carinho, … eu levo muitas coisas boas que me ensinaram para a minha vida pessoal.

Um dos grandes desafios deste projeto foi o facto de iniciarem gravações com todas as medidas de segurança devido à COVID-19. Como foi trabalhar desta forma inédita?
Foi uma aventura muito grande e, de certa forma, havia um bocado de medo e receio de “apanhar o bicho”. Eu próprio apanhei, não tive sintomas, mas foi uma fase complicada, logo no início das gravações estive ainda um bom período sem gravar, e isso foi algo que na altura me deixou um bocado em baixo, mas entramos logo com força e, com as medidas de segurança, cada vez ficamos mais fortes. Apesar do receio, tivemos que entrar com tudo e não ter medo deste “bicho”. Tivemos que alterar algumas cenas, mas acabou por correr tudo bem.

Ainda não tivemos oportunidade de ter ver no Cinema e no Teatro. São vertentes da representação que gostarias de experimentar? Porquê?
Sem dúvida que eu gostaria e vou experimentar. Adoro cinema, adoro teatro, e quero muito experimentar esta duas vertentes porque acho que são fundamentais, tanto para o crescimento de um ator, como para ganhar experiência, para conhecer novos mundos, novas estratégias e novas maneiras de nos conhecermos. Experimentarmos as três vertentes - cinema, teatro e televisão - é tornarmo-nos atores cada vez mais completos.

 
 
As séries e o streaming são duas das grandes apostas a nível mundial, que Portugal tem vindo a acompanhar. Como vês esta evolução na forma de fazer e de ver ficção?
Eu acho que as séries têm evoluído cada vez mais. Em Portugal temos já uma grande plataforma, a OPTO da SIC, e acho que se tem evoluído cada vez mais e com tempo, dinheiro, trabalho e novas maneiras de fazer as coisas, cada vez se vai evoluir mais e ficar-se cada vez melhor. Mas acho que já está a haver uma grande evolução, nós já temos grandes séries portuguesas que estão a acontecer agora.

Quais são as tuas maiores inspirações nacionais e internacionais?
O Diogo Morgado, o Paulo Rocha e o Ricardo Pereira são grandes inspirações para mim. Há tantos atores que são grandes referências portuguesas e têm tanto talento, mas um no qual eu me revejo muito e com quem adoro contracenar é o Paulo Rocha, é uma das pessoas que eu mais tenho como referência. Evoluí muito com a forma como o Paulo me foi ajudando e dando conselhos, foi muito importante para mim. E nesta novela, como faço de filho dele, e os filhos são um bocado dos pais, criámos uma ligação muito bonita que se transmitiu para a novela. E acaba também por ser uma inspiração também para a minha personagem, porque o Lucas está a tornar-se um adulto. A nível internacional, tenho como grande referência vários atores, como o Joaquim Phoenix e o Leonardo DiCaprio.

Se te voltássemos a entrevistar daqui a 10 anos, o que gostarias de estar a fazer nessa altura? 
Daqui a 10 anos quero e vou estar a fazer grandes séries, grandes filmes, grandes telenovelas e grandes peças de teatro. E espero ter uma vida recheada de trabalhos bons e que continue a aprender cada vez mais.

Fantastic Entrevista - João Bettencourt
Por Joana Sousa

abril de 2021

Fotos: Direitos Reservados