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Welket Bungué vence prémio de Melhor Ator em Estocolmo

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Foto: Divulgação

O ator e realizador luso-guineense Welket Bungué venceu o prémio de Melhor Ator no Festival Internacional de Cinema de Estocolmo, pelo seu papel no filme Berlin Alexanderplatz. O filme realizado pelo alemão Burhan Qurbani foi ainda distinguido como o Melhor Filme da competição oficial.

"Dedico ainda este reconhecimento à memória do meu pai que sempre me incutiu de um sentimento de resiliência mesmo desde miúdo. E ainda ao povo de Guiné-Bissau, que deve sentir-se orgulhoso e confiante por ter em nós, em mim e nos meus irmãos e irmãs espalhados pelo mundo a vontade de dar continuidade aos sonhos dos nossos pais e mães, com 'a liberdade de ser aquilo que queremos, fazendo o que é certo e dignificante em nome coletivo'", partilhou Welket Bungué na sua página do Instagram.

Neste filme, que se estreou a nível mundial no no Festival Internacional de Berlim, em fevereiro deste ano, Welket Bungué interpreta Francis, um refugiado que chega à Europa depois de um violento naufrágio. "Este prémio é dedicado a todas aquelas pessoas que se rebelaram e decidiram sair dos seus países à procura de melhores condições de vida, e que tiveram de se reinventar tal como o "Francis" numa Europa que precisa inevitavelmente das diásporas para se reinventar", escreveu ainda o ator.

O filme é inspirado num romance escrito em 1929 por Alfred Döblin, e foi um trabalho “muito desafiante” para Welket Bungué, que não falava alemão, como contou em fevereiro em entrevista à agência Lusa. O filme esteve também nomeado nos Lola, os Prémios da Academia de Cinema Alemã, contando com onze nomeações, entre elas 'Melhor Filme' e 'Melhor Realização'.

"As reações foram muito positivas, isto significa muito para a nossa equipa. Eles arriscaram muito ao retratar o filme sob esta perspetiva nova, dando o protagonismo a um afrodescendente que entra na Europa clandestinamente", contou Welket Bungué à Agência Lusa, em abril deste ano. "É preciso valorizar, porque poucos são os países que conseguem formar artistas para que possam ter esta transversalidade e sejam multifacetados desta maneira", revelou ainda o intérprete.