Header Ads

Fantastic Entrevista - Teresa Leal [Teresa Vai de Férias]



Teresa Vai de Férias é um projecto inovador, levado a cabo por uma expert em Marketing e Turismo que, por ter trabalhado na TAP, se fartou de viajar. Bom, talvez não se tenha fartado. As viagens ficaram-lhe tatuadas na alma. Diz que abriu os horizontes, cresceu e aprendeu muito com elas. Tanto, que agora quer partilhar com os outros o que, ao longo de vários anos, a tem tornado mais rica. Escreveu um livro onde fala das viagens que fez e das experiências que viveu. Descreve o que encontrou e realça o melhor de cada lugar onde já pôs os pés.Confessa-se uma apaixonada pelo Oeste de Portugal e abriu um espaço na Foz do Arelho que é agora o ponto de partida para dezenas de actividades. Desde workshops a uma voltinha de helicópetro, o Teresa Vai de Férias é um projecto que não pára quieto. Animada, enérgica, positiva e aventureira...falamos de Teresa Leal.

Olá Teresa. Muito obrigado desde já por esta entrevista. Gostaria que voltasses um pouco atrás,e nos explicasses como surgiu este projecto. Quem é a Teresa Leal? Apresenta-te... 

A minha familia é da região das Caldas, o meu pai nasceu nos Vidais e a minha mãe em Alvorninha. Decidiram mudar para Lisboa com os meus irmãos e eu nasci lá, por isso, quando era muito pequena, o meu pai chamava-me carinhosamente Alfacinha.
A Alfacinha sempre foi diferente dos irmãos mais velhos, lembro-me perfeitamente de passear com livros nos braços em vez de bonecas e da minha mãe dizer aos meus tios, quase em jeito de desculpa – ela é diferente dos outros irmãos....

Durante a instrução primária lia tudo o que aparecia lá em casa - lia mesmo tudo! Lia os livros da Anita, lia alguns livros infantis, lia os romances que a minha irmã escondia entre os livros da escola, lia as bandas desenhadas de cowboys e do Mandrake dos meus irmãos, lia os jornais, em voz alta, sentada à mesa da sala de jantar, a emitar os jornalistas da TV. Pedia livros e lia-os numa rajada. Lia tanto que até fiquei a pensar que tinha lido todos os livros da Biblioteca das Caldas.

Terminei o ensino secundário e fiz rádio nas Caldas, na Rádio Margem. Quando as rádios fecharam por imposição estatal regressei a Lisboa, entrei para a TAP e lá fiquei durante 29 anos. Durante este periodo fiz carreira na área comercial, viajei muito, voltei à escola e na ESTM em Peniche terminei a licenciatura em Marketing Turistico e comecei o mestrado também na área de marketing.

O Blog Teresa Vai de Férias nasceu em finais de junho de 2015, o nome inspirado nos comentários dos meus amigos por causa das minha viagens constantes, o logo da bicicleta romântica, com o cesto de flores, inspirado numa foto que tirei em Óbidos. No final de setembro de 2019 encerrei um ciclo da minha vida profissional, saí da TAP, para desenvolver o projecto Teresa Vai de Férias. Em Dezembro do ano passado, achava eu, tinha estruturado o que seria 2020 e os anos seguintes....  

   



Deste projecto também faz parte um livro o “Teresa vai de Férias”. O que é que nasceu primeiro, o gosto pela escrita ou o gosto pelas viagens? 

Apesar de ler tanto e de ter tido textos meus reconhecidos na escola, nunca me tinha atrevido a escrever. Um dia, uma amiga do site Canela e Hortelã, desafiou-me a escrever e a tirar fotografias para serem publicadas no site.

Nessa altura, eu viajava muito para destinos espetaculares e ela achava que podiamos fazer uma experiência. Fizemos e correu muito bem, mais tarde, com a vontade de dar corpo a uma escrita mais personalizada, iria nascer o Teresa Vai de Férias.

Neste projecto, para além de escrever sobre as viagens que realizei, escolhi também escrever sobre Portugal, porque acreditava que a promoção do nosso país dependia um pouco de todos nós, e que todos juntos poderiamos conseguir fazer a diferença.

Não sei o que nasceu primeiro, mas sei que para mim andaram sempre de braços dados, não foi por acaso que a área de estudo que eu escolhi no secundário foi Jornalismo/Turismo.  


Qual foi a viagem mais inesquecível, mais marcante que já fizeste? 
O mais marcante foi a quantidade de viagens que tive a oportundidade de realizar. Lembro-me de ser míuda, com aquela idade em que comecei a devorar livros, e de pensar que seria dificil partir à descoberta do mundo, mas de como isso me fascinava. Sonhava, sentada no chão da sala, a ver TV, com o Hotel Copacabana e com o Calçadão do Rio de Janeiro e ficava fascinada a imaginar, porque a TV ainda era a preto e branco, as cores de África, nos filmes dos anos 50 e 60, feitos por artistas conhecidos de Hollywood. Nessa altura viajar era só um sonho, demasiado caro para a maior parte dos portugueses.

Talvez a minha viagem mais marcante tenha sido feita com o meu pai, com 3 e 4 anos, quando ele me levava ao aeroporto para ver os aviões e eu tão pequenita, colocava os dedinhos na rede de metal e ficava a ver as senhoras tão elegantes, a subir a escadaria e depois a desaparecerem dentro do grande passaro de metal.

Mais tarde, já na TAP, sempre que subia a escadaria para mais uma viagem, olhava para trás e quase que conseguia ver a miudita com as mãos pequeninas a agarrar a rede e a sonhar, ao lado da figura do pai, esguio, que admirava a pista dos aviões....  

Tive a sorte de conhecer um pouco de África, da América do Sul e da Europa. Sou aquilo que todas todas estas viagens fizeram de mim por isso tenho tanta dificuldade em escolher uma delas.   
  
E também, tens, certamente, uma viagem que te marcou pela negativa, ou não? 
Não 😊. Repeti destinos e mesmo assim nunca foi igual e se tive esperiências menos agradaveis não fiquei marcada pela negativa. Serviram para perceber melhor que somos todos diferentes, que nos temos de respeitar e entender porque apesar das diferenças partilhamos o mesmo espaço, o mesmo planeta. A viajar aprendi que a tolerancia e o respeito são fundamentais, viajar alargou-me os horizontes e encheu de cor a minha vida.

Quando recomendas Portugal enquanto destino de férias, aos teus amigos ou seguidores, qual é a zona do país que mais gostas de destacar e porquê? 
Recomendo o Oeste, claro! Porque conheço muito bem e porque consigo colocar muita emoção quando conto histórias relacionadas com a região.

Não acho que exista uma região melhor do que outra, acho que é a sua diversidade que torna Portugal tão atrativo. Depois não podemos esquecer o que todos dizem sobre nós, que somos muito simpáticos, disponiveis para ajudar e que a qualidade e variedade da nossa gastronomia é extraordinária.

Para bem do turismo ddevemos conservar aquilo que somos, porque somos únicos e é essa diferença que é tão apreciada por quem nos visita. 

Enquanto blogger neste registo, sentes que és uma influenciadora? 
Dizem que sim, mas eu não quero pensar dessa forma talvez porque tenha receio de que ser influenciadora seja só mais uma moda, com um tempo de vida limitado, e eu gostava mais de construir uma obra, um projeto, que tivesse o dom de tocar outras vidas de uma forma mais estruturada, mais duradoura. 

O que é o teu projecto nos oferece, concretamente? 
O Teresa Vai de Férias começou por ser um blog, este ano, com os conteúdos mais lidos de viagens, lá fora e cá dentro, pubbliquei o livro com o mesmo nome, que está à venda online e na loja na Foz do Arelho.

No Natal passado. Aqui na Foz, desenhei o projeto de turismo que pretendia desenvolver. O Covid 19 trocou-me a s voltas, fechou-me em casa, eu respirei fundo e não desisti mas adaptei o modelo à nova realidade.

Por um lado, percebi que existe a ideia de que não há muito para fazer na região e por outro eu considero que o turismo deve ser um veiculo de divulgação da nossa cultura, raizes, daquilo que nos define e nos destingue das outras regiões.

O Teresa Vai de Férias.com é um site onde estão disponíveis experiencias, tours e workshops, escolhidas de forma a que num formato lúdico, quem nos visita aprenda mais sobre nós.

No site, para além do Oeste começam a surgir outras regiões, são pessoas com larga expêriencia no turismo que debaixo do chapéu do Teresa Vai de Férias, vão fazer o mesmo na zona onde habitam.

O nosso público alvo são turistas, nacionais e internaconais e os residentes estrangeiros que escolhem Portugal para comprar casa.

Entretanto parece-me importante dar visibilidade às marcas regionais por isso irei contactar empresas da zona para as convidar a juntar ao projecto contribuindo com a oferta de um pequeno objecto que identifique a sua marca e um pequeno flyer. Este pacote será entregue a todos os que comprem as actividades.

Ao contactar com as marcas eles vão levar algo consigo. Imaginem que é oferecida uma maçã. A probalidade do turista associar a região à produção de maçãs é muito maior, tal como a probalilidade de ele comprar maçãs enquanto está por cá, de as recomendar aos amigos que vêm de férias ou de as comprar, se estiverem disponiveis no lugar onde habita.

Ainda relacionado com empresas, muito em breve serão disponibilizados produtos/atividades de team building. O Covid veio afastar muito as pessoas dentro das empresas e é urgente que se voltem a estabelecer laços entre elas.

O Team building deve ser visto em duas vertentes: uma oportunidade de convivio entre todos, onde de forma informar se transmite o posicionamento da empresa, se faz um resumo dos resultados e se mostra o caminho para o futuro e a realização de actividades lúdicas, com trabalho de equipa, onde se procura que se cimentem laços entre as pessoas. O sucesso em épocas dificeis depende disso e ajuda as empresas a criarem raizes e alcançarem melhores resultados. Não estamos a falar de um investimento elevado e onde o retorno pode ser significativo. 

Temos sempre a ideia de que viajar não está ao alcance de todos. Viajar é realmente caro, ou há forma de contornar essa dificuldade? 
O caro ou o barato é dos conceitos mais relativos que conheço. Tenho amigos que acham caro pagar 10€ por uma t-shirt e não se importam de pagar 40€ por uma boa refeição.

Algo é caro quando fica aquém das expectativas e barato quando vai para além do esperado. Depois não vimos todos o mundo da mesma forma e não procuramos as mesmas coisas. Durante o tempo que trabalhei na TAP, algumas reclamações dos passageiros eram feitas porque o destino não correspondia ao seu ideal de férias e nesses anos todos nunca vi uma reclamação quando as férias tinham corrido bem, quando muito diziam: “não foi muito barato mas pronto, valeu a pena”.

Por isso viajar, seja com que preço for, é caro não estiver entre as primeiras prioridades da nossa vida, se estiver vamos conseguir encontrar uma forma de realizar essa vontade e de valorizar o dinheiro que investimos nesse projeto.  

Para mim é um vício, começo a vibrar quando vou ver se o passaporte ainda está válido, depois adoro desde o momento em que faço a mala, entrar dentro do avião, a viagem e o regresso a casa. Desde a minha primeira viagem que a sensação de meter a chave na porta e ver que lá dentro está tudo como eu deixei me deixa confortável e feliz.   



Quais sentes serem as maiores dificuldades em mostrar o teu trabalho? 
Não é fácil chegar ao nosso público, temos de saber quem são e onde estão e depois fazer com que eles nos encontrem.

Para além disso um negócio não é um sucesso de um dia para o outro, temos de investir tempo e dedicação uma vez que existe um caminho que temos de seguir até sermos reconhecidos no mercado.

Apesar do efeito do Covid 19 eu acredito que os turistas vão voltar, afinal nós somos exatamente os mesmos que eramos e já tinhamos ganho reconhecimento a nível internacional. Vai ser preciso estar cá nos próximos meses, continuar a desenvolver trabalho, prestar serviço a quem nos procura, apostar forte na comunicação e ter a capacidade de ir para além das expectativas de quem nos procura. 

Como te defines numa unica palavra? 
Resiliente. 

Costuma-se dizer. “ Nunca voltes onde já foste feliz”. Qual é o lugar onde já foste muito feliz e gostarias de voltar? 
Todos os dias quando acordamos já estamos diferentes, pequenas mudanças que vão modelando o nosso ser. Nunca voltaria atrás nem aos lugares onde fui muito feliz porque seria impossivel repetir a experiência, quanto mais não fosse porque já não seria uma novidade. Onde eu quero chegar? Ao futuro. Acredito que no fim do arco-iris existe mesmo o pote cheio de ouro, ou de mel, mas existe de certeza no futuro, um pote de felicidade, construida no presente, mas que está lá à nossa espera.  

Quais são os teus planos para o futuro? 
Sem dúvida que estou muito focada no crescimento do Teresa Vai de Férias.

O blog vai continuar e projecto de turismo também, a marca já está registada e todas as oportunidades que possam surgir e encaixar no conceito serão tidas em conta. 

Queres deixar uma mensagem para os teus seguidores? 
Acreditem nos vossos sonhos, a capacidade de os materalizar só depende da força de vontade de cada um de nós. Não existe nada que nos possa impedir de ser feliz, a idade, a falta de energia, as dificuldades financeiras só são um obstáculo se o deixarmos. Aprendam com o passado, mas vivam com os olhos postos no futuro, não olhem para trás porque o passado não depende de vós, mas o futuro, esse, está nas vossas mãos e nas vossas escolhas. 

Descobre mais sobre o Teresa Vai de Férias aqui:






Fantastic Entrevista - Teresa leal
Por Ana Cristina Pinto