COMING UP | Game of Thrones - Episódio IV
É no meio de um
amanhecer fúnebre em Winterfell que começa o novo capítulo de Game of Thrones. O episódio que finalmente
marca Daenerys, Sansa e Cersei como os três vértices da guerra pelo Trono de Ferro, deixando Jon Snow como o coadjuvante mais importante. O fim aproxima-se,
mas talvez só agora estejamos a perceber quem é realmente o foco desta
história.
A ação começa de
forma bem serena, forçando-nos a encarar as parecenças entre a Mãe dos
Dragões com a filha mais velha de Ned Stark. Terminada a batalha ambas perderam
dois dos seus fiéis companheiros, mas não há tempo para secar as lágrimas. Há
apenas espaço para uma homenagem às vítimas do embate com um discurso bem
atípico de Jon Snow. O bastardo assume uma posição de líder numa exposição bem
mais eloquente do que o género a que nos habituou em temporadas anteriores. Afinal
ele não é apenas um guerreiro, e apesar de não ser o seu objetivo, a posição
que toma poderá fazer dele a escolha mais acertada para assumir o lugar que todos desejam.
Para lá das
despedidas, é hora de celebrar. Está vencida a primeira batalha. Aquela que era
tida como a grande ameaça do Norte chegou ao fim com direito a festa. Mas nesta
lógica, a política não pode ser esquecida, tudo é um jogo de interesses para
Daenerys. Em pleno banquete, a jovem Targeryen usa um dos seus trunfos para
atribuir o título de lord a Gendry. Perante o povo fica a mensagem de compaixão,
mas na verdade é apenas uma forma de afastar e manipular um dos seus
adversários na luta pelo domínio dos sete reinos. Uma amostra daquilo que vemos
do início ao fim do episódio: O egoísmo da rainha.
In vino veritas, é na folia do Norte que
se revelam alguns pormenores importantes e opiniões bem vincadas sobre
algumas alianças. Bebedeiras que servem de guia para uma acelerar da trama ao mesmo tempo que satisfaz fan services. Game of Thrones sempre nos habituou à
exploração sexual dos seus personagens, no entanto a última temporada consegue
destacar-se ainda mais, com demonstrações gratuitas. Todos esperávamos o
envolvimento entre Brienne e Jamie, mas não a forma como a narrativa o abordou.
É abrupto e forçado. É a repetição do que assistimos com Arya e Gendry. Contudo, não
deixa de ser um dos pontos-fortes do capítulo, afinal é desenlace que todos queríamos
ver.
A batalha de
Winterfell deixou em stand by a conversa entre Jon Snow e Daenerys sobre a sua
verdadeira identidade. Sabemos que a relação entre os dois nunca voltaria a ser
a mesma, mas talvez não fosse expectável que a Khaleesi se escolhesse a si
mesma. O homem que ama é, neste momento, um dos seus maiores entraves na
guerra. É um peão que precisa ser descartado do tabuleiro, mesmo que isso signifique
que ele nunca possa assumir quem realmente é. É o segredo que Dany pede e que
deixa o homem dividido entre o amor e a família.
Na discussão que
prepara o início do combate contra Cersei, firma-se de uma vez por todas a
oposição entre Sansa e a sua rainha. Não há volta a dar, e tudo piora quando
o seu meio irmão defende a sua namorada ao invés de escolher o seu lado. Tudo
isto leva à reunião do que sobra da família Stark. O momento que poderá mudar
todo o rumo da história. Ao contrário do que lhe foi pedido, Jon recusa-se a
guardar segredos das suas irmãs e revela toda a sua ascendência. É a
traição do verdadeiro herdeiro.
Falando em
traição, George R. R. Martin já deixou bem claro que neste xadrez nada é
estático e que a lealdade é algo muito ténue em Westereos. Varys e Tyrion já
perceberam que algo de errado se passa como a sua líder. O enuco chega mesmo a
ponderar alterar a sua posição, tal como já fez anteriormente. A confiança de
Tyrion mantém-se inabalada, mas por quanto tempo?
Chegamos ao fim
de um episódio longo. É uma altura crucial e o plot esmera-se para não deixar nada por dizer, mas peca em não
saber deixar os cliffhangers
corretos. A morte quase certa do mais novo dos Lannister seria o sítio
certo para nos deixar a querer mais. Mas não termina, e conseguimos ver o
primeiro ato da batalha feminina.
Numa embuscada,
a mãe de Joffrey consegue matar um dos dragões e sequestrar a dama de honra da “usurpadora”,
acabando por degolar Missandei na frente do exército adversário. Tudo se transforma,
cada vez mais, numa ode ao poder feminino e poucas dúvidas existem que será uma
mulher a sentar-se no trono de ferro. Mas quem? Sansa? Daenerys? Ou será Cersei
a manter a sua soberania?
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