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COMING UP | The Umbrella Academy




Acabou a era dos super-heróis da Marvel no streaming da Netflix, mas não é o fim dos superpoderes. The Umbrella Academy é a nova adaptação de um universo de Banda Desenhada e tem feito correr muita tinta. Escrita pelo vocalista da banda My Chemical Romance e ilustrada pelo brasileiro Gabriel Bá há quem defina a história como “a versão emo dos X-Men”, mas o que quer isto dizer?

A equipa de heróis desta nova produção é um mergulho ao estilo noir. É dark mas com o drama necessário para prender a atenção e foge do lugar comum com o foco a ser dado à vida dos personagens ao inverso de passarmos por uma jornada de autodescoberta das capacidades sobrenaturais dos integrantes da The Umbrella Academy.

O plot começa com o nascimento de 43 crianças, sem que as mães destas estivessem grávidas no início do dia. A partir daí tudo se desenrola com um magnata a “comprar” sete dos jovens para formar o grupo que dá título à série. Somam-se as habituais discussões entre os elementos da formação e as questões familiares. Pode parecer assim, simples, mas é mais complexo. Aos que esperam assistir a uma versão alargada dos Fantastic Four, a trama dá uma “chapada de luva branca” pois os dramas familiares são adaptados aos problemas dos comuns mortais e em pouco ou nada se nota o “dedo” do fantástico nas vidas destes, com exceção de um ou outro caso cuja condição não permite que seja retratado de outra forma.



São humanos, a quem aconteceu fazerem parte de uma equipa que se foi dissipando e deu lugar à vida de adultos com problemas sociais comuns como a falta de oportunidades no trabalho ou o divórcio. Mas, se estamos a falar de um universo sobrenatural, os roteiristas não o podiam ignorar e introduzem uma ameaça fatal que coloca em risco o futuro do planeta, servindo de ponte para o que já regra nas histórias que acompanhamos no cinema, nos livros ou nas bandas desenhadas.

O fim do mundo volta a servir de pano de fundo aos heróis, e é talvez o ponto necessário para balançar o realismo com o fantástico. Equilíbrio, é este o mote da narrativa que se demarca como adulta numa aura um tanto ou quanto estereotipada como infantil, sem deixar de preencher e tocar em alguns pontos do imaginário de quem cresceu com o Batman, Iron Man, Hulk e outros que tais.

Aliás, o que é sobrenatural é embrulhado e entregue como normal, como acontece com o personagem Pongo, o macaco mordomo. Se numa primeira aparição eles vos causar estranheza, essa sensação vai passar umas cenas à frente pois a história é guiada de forma a que nada nos cause um choque de realidade. A “mãe” dos sete, um robot, serve ainda como um paralelo tecnológico e abre caminho a uma exploração do desenvolvimento destes como vimos noutros produtos bem recentes, como a série Humans da AMC.



A Netflix parece ter, também, do seu lado a oportunidade de conseguir agarrar bons elencos. Do mais novo ao mais velho todos parecem encaixados nos defeitos e feitios das suas personagens, mas há que dar destaque a Robert Sheehan, que entrega uma apresentação incrível na pele do lunático Klaus, e a Aidan Gallagher, que com apenas 15 anos nos convence mesmo que é um adulto que está preso dentro daquele corpo.

Por fim, The Umbrella Academy pode não ser tão fácil de maratonar como outras séries da Netflix mas consegue corrigir os defeitos de episódio para episódio. Quem assistir ao último vai perceber que o primeiro não é uma boa base de comparação para tudo o que a nova aposta do streaming tem para oferecer.