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Crítica | Geostorm - Ameaça Global



Geostorm - Ameaça Global é o mais recente filme-desastre de ficção científica a estrear nos cinemas portugueses. Uma designação que não podia ir mais ao encontro desta película de Dean Devlin: um desastre do início ao fim.

A história de Geostorm começa quando os líderes das principais potências mundiais se juntam para resolver de uma vez por todas o problema das catástrofes naturais e criam um sistema de satélites que controla o clima e previne que desastres aconteçam. Só que, um dia, esse sistema é usado para o mal e começa a atacar em vez de proteger. 

Uma premissa que poderia ser interessante, sobretudo quando as alterações climáticas são um problema cada vez mais real e presente em todo o mundo. O que acontece neste filme, é que tudo o que poderia ser bom, acaba por se tornar demasiado mau.


Preso aos efeitos especiais e ao 3D, o filme acaba por pecar na falta de consistência narrativa e numa série de momentos clichê, em nada surpreendentes. Ainda assim, nem os efeitos especiais conseguem ser surpreendentes, uma vez que já os vimos em outros filmes do género.

Destaque negativo ainda para a forma como as personagens de Geostorm são desenvolvidas - ou, neste caso, não são. Meia hora depois do início do filme, já prevemos o que vai acontecer no final da película. E os momentos possivelmente sentimentais e emotivos na relação das personagens não resultam - sobretudo na relação dos irmãos Jake (Gerard Butler) e Max (Jim Sturgess), que narrativamente não dá espaço aos atores para a tornarem credível.


Perseguições mais do que vistas em Velocidade Furiosa, problemas em naves espaciais resolvidas ao último segundo e catástrofes naturais muito parecidas com 2012 não são novidades em filmes deste género. Mas quando não há mais nada para além disso e não acreditamos nas personagens, o que retiramos do filme? No caso de Geostorm, pouco ou nada poderemos acrescentar ao que já foi visto.

Dean Devlin escreveu filmes como O Dia da Independência, Godzilla ou Stargate. Em Geostorm estreia-se na realização e assina o argumento, ao lado de Paul Guyot. A sensação com que ficamos ao fim dos 109 minutos é a de que a intenção era "falar de tudo" e o resultado foi não chegar "a nada", num filme que é uma espécie de deja vu  cinematográfico um pouco confuso.

Fotos: Warner Bros / Divulgação