Fantastic Entrevista | Salvador Sobral
Em junho de 2016, o Fantastic Entrevista esteve à conversa com o cantor Salvador Sobral. Depois de passar uma temporada nos Estados Unidos e de morar alguns anos em
Barcelona, onde estudou jazz na escola Taller de Musics,
Salvador regressou a Portugal para trabalhar no seu primeiro disco
de originais, lançado a 18 de março do ano passado.
Ouvimos-te pela primeira vez na temporada do concurso Ídolos que passou em 2009. Como recordas essa experiência? O que te trouxe de novo?
Esta experiência trouxe uma certeza do que não queria fazer. Também me deu alguma "estaleca" para lidar com os nervos e para lidar com o público.
Esta experiência trouxe uma certeza do que não queria fazer. Também me deu alguma "estaleca" para lidar com os nervos e para lidar com o público.
Sentiste mais facilidade em entrar no mundo da música depois de participar no concurso da SIC, ou, pelo contrário, algumas portas chegaram mesmo a fechar-se?
Na verdade, nem uma coisa nem outra. O que faço hoje não tem nada a ver com o que fazia na altura, nem eu sou o que era na altura, portanto não tem grande influência.
Como avalias hoje a aposta neste tipo de talent-shows por parte de quem quer seguir a área musical? No teu caso, voltarias a concorrer?
Estes programas são programas de televisão, não de música. Se a pessoa gosta verdadeiramente de música, deve estudá-la. Se quiser ser "famosa" durante dois meses, então deve concorrer a este tipo de programas. Eu não voltaria a concorrer.
Como descreves a tua evolução da tua musicalidade, comparando o Salvador de hoje com o de 2009?
Aprendi, estudei e sobretudo ouvi muita música. Hoje sou o resultado das várias influências que tenho recebido e de coisas que fui entendendo sobre a música.
Aprendi, estudei e sobretudo ouvi muita música. Hoje sou o resultado das várias influências que tenho recebido e de coisas que fui entendendo sobre a música.
Decidiste ir para Barcelona e para os EUA estudar jazz. Porquê? Que aprendizagens e oportunidades encontraste lá fora?
Sempre quis viver fora. Inicialmente, fui fazer Erasmus a Maiorca (estudava Psicologia na altura), depois desisti do curso e comecei a fazer concertos. Entretanto, disseram-me que havia uma boa escola de jazz em Barcelona, e como queria ficar em Espanha não hesitei e fui!
Sempre quis viver fora. Inicialmente, fui fazer Erasmus a Maiorca (estudava Psicologia na altura), depois desisti do curso e comecei a fazer concertos. Entretanto, disseram-me que havia uma boa escola de jazz em Barcelona, e como queria ficar em Espanha não hesitei e fui!
Quais são as tuas influências musicais, portuguesas e internacionais, e especificamente no Jazz e na Pop?
Chet Baker, Billie Holiday, Ahmad Jamal, Peter Bernstein, Roy Eldrige, Patrick Watson, Caetano Veloso, Sílvia Pérez Cruz e Luísa Sobral.
Chet Baker, Billie Holiday, Ahmad Jamal, Peter Bernstein, Roy Eldrige, Patrick Watson, Caetano Veloso, Sílvia Pérez Cruz e Luísa Sobral.
“Excuse Me” é o single de abertura do teu álbum de estreia. O que significa para ti esta canção e porque é que a escolheste?
Esta canção foi a primeira que compus com o meu amigo Leonardo Aldrey. Na altura, achei que só fazia sentido ser artista e depois fui descobrindo que as pessoas não dependem da sua profissão para ser felizes, as coisas pequenas da vida satisfazem-nas.
Esta canção foi a primeira que compus com o meu amigo Leonardo Aldrey. Na altura, achei que só fazia sentido ser artista e depois fui descobrindo que as pessoas não dependem da sua profissão para ser felizes, as coisas pequenas da vida satisfazem-nas.
No teu álbum optaste por cantar em português, inglês e espanhol. De que forma a sonoridade do que já tinhas composto foi ao encontro das letras escritas em várias línguas?
Normalmente, compomos a música e a letra em paralelo. A canção simplesmente sai em espanhol ou em inglês, mas é a música que decide.
Defines-te como um artista que mistura o Jazz e o Pop. Como é que está a ser a adesão do público a esta mescla invulgar que apresentas em Excuse Me?
Até agora estamos a ter uma boa aceitação do público. As pessoas gostam e felicitam-me. Está a correr bem!
Acreditas que o mercado musical está a mudar em Portugal? Porquê?
Não sei, sinto que a música que passa nas rádios mais ouvidas é música muito pobre no seu conteúdo e que não traz nada de novo. É pena.
Não sei, sinto que a música que passa nas rádios mais ouvidas é música muito pobre no seu conteúdo e que não traz nada de novo. É pena.
Daqui a muitos anos, como gostarias de ser recordado pelo público?
Como uma pessoa que trouxe algo de bom e de fresco à música em Portugal.
Fantastic Entrevista | Temporada 8 - Edição 2
Junho de 2016
Convidado: Salvador Sobral
Entrevista: Rita Pereira
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