Especial 'Grammy Awards 2016' | A noite foi de Kendrick Lamar
A 58ª edição dos prémios de Música mais importantes do mundo, os Grammy Awards, decorreu na noite de segunda-feira, 15 de fevereiro, no Staples Center, em Los Angeles, EUA. Como já vem a ser hábito desde 2012, o músico e ator LL Cool J foi o apresentador de uma noite que premiou os músicos que mais se destacaram na indústria em 2015.
A cerimónia foi essencialmente uma noite de tributos aos artistas falecidos em 2015, com destaque para a homenagem a Lionel Ritchie feita por John Legend, Meghan Trainor, Luke Bryan e Tyrese. Ao interpretar Hello, Demi Lovato provou também a sua capacidade vocal, deixando a sala e o próprio Lionel Ricthie extasiados.
A banda The Hollywood Vampires (composta por Alice Cooper, Joe Perry e... sim, Johnny Depp!) homenageou Lemmy, dos Motörhead, e os Pentatonix (vencedores pelo segundo ano consecutivo do Grammy de Melhor Arranjo, Instrumental ou Acapella) juntaram-se a Stevie Wonder num tributo a Maurice White, dos Earth, Wind and Fire. Após a homenagem - com That’s the way of the World cantado, claro, acapella - Wonder mostrou todo o seu sentido de humor e brincou, de forma hilariante, com o facto de poder mostrar à vontade o vencedor do prémio que iriam apresentar: escrito em braille, ele seria o único na sala a conseguir ler o cartão, não é verdade?
Ainda nos tributos, Miguel, um artista R&B pouco conhecido em Portugal, surpreendeu a plateia com uma atuação irrepreensível de She’s Out of My Life, de Michael Jackson. Mas o tributo mais aplaudido e memorável da noite coube à Mother Monster. Vestida como o seu ídolo, Lady Gaga impressionou com a interpretação de alguns dos temas mais marcantes da carreira de David Bowie – que em vida recebeu apenas dois Grammys da Academia.
No que toca aos premiados, muitos dos Grammys das categorias de música mais comercial parecem ter sido divididos equitativamente entre novos talentos e artistas que já tinham vencido noutros anos. Na música Eletrónica, Justin Bieber sagrou-se vencedor do seu primeiro Grammy. A colaboração do jovem de 21 anos com Skrillex e Diplo na música “Where are you now” acabou por resultar tão bem que conseguiu bater canções como Runaway (U&I), dos Galantis, ou mesmo Go, dos Chemical Brothers. O Melhor Álbum foi também para “Skrillex And Diplo Present Jack Ü”, dando a Skrillex o seu oitavo Grammy em dez nomeações no total.
No Rock, os Muse acabaram por vencer o Melhor Álbum pela terceira vez com Drones, numa categoria onde se misturou o Metal dos Slipknot e o Rock mais folk e indie de James Bay. Não existe categoria para Melhor Álbum Metal mas existe para Melhor Álbum Contemporâneo e Melhor Álbum R&B, por exemplo. Com tantas mudanças e 83 Grammy atribuídos no total em tão diversas áreas, não haverá espaço para premiar individualmente o que melhor se faz no Metal?
Os Alabama Shakes, que também atuaram no palco do Staples Center, foram a banda vencedora da noite com três prémios, entre eles Melhor Álbum de Música Alternativa, categoria que a irlandesa Björk perde, inacreditavelmente, pela quinta vez consecutiva.
Quanto às desilusões da noite, parece inevitável referir Adele. A cantora apressou-se a justificar no Twitter a sua péssima e inesperada performance vocal justificou com os problemas técnicos que realmente se fizeram notar com mais ênfase, ironicamente, na atuação mais aguardada da noite. Mas Adele não foi a única. Elle Goulding e Andra Day, duas estreantes nos Grammy e estrelas em ascensão nos respetivos géneros, cantaram juntas numa junção pouco feliz. A primeira interpretou de forma competente Love Me Like You Do – uma canção do blockbuster Fifty Shades of Grey que passou incessantemente nas rádios portuguesas em 2015. Já Andra Day, com Rise Up (tema nomeado para Melhor Interpretação R&B, registe-se) saiu-se inacreditavelmente mal para a excecional intérprete que é. A razão foi hoje justificada pela cantora na sua conta de Facebook: uma faringite.
Os Alabama Shakes, que também atuaram no palco do Staples Center, foram a banda vencedora da noite com três prémios, entre eles Melhor Álbum de Música Alternativa, categoria que a irlandesa Björk perde, inacreditavelmente, pela quinta vez consecutiva.
Quanto às desilusões da noite, parece inevitável referir Adele. A cantora apressou-se a justificar no Twitter a sua péssima e inesperada performance vocal justificou com os problemas técnicos que realmente se fizeram notar com mais ênfase, ironicamente, na atuação mais aguardada da noite. Mas Adele não foi a única. Elle Goulding e Andra Day, duas estreantes nos Grammy e estrelas em ascensão nos respetivos géneros, cantaram juntas numa junção pouco feliz. A primeira interpretou de forma competente Love Me Like You Do – uma canção do blockbuster Fifty Shades of Grey que passou incessantemente nas rádios portuguesas em 2015. Já Andra Day, com Rise Up (tema nomeado para Melhor Interpretação R&B, registe-se) saiu-se inacreditavelmente mal para a excecional intérprete que é. A razão foi hoje justificada pela cantora na sua conta de Facebook: uma faringite.
No R&B, o único nomeado que já tinha vencido um Grammy, D’Angelo, venceu novamente o Melhor Álbum com Black Messiah, acumulando o galardão de Melhor Música R&B ganho por Really Love. Já The Weeknd venceu na categoria de Melhor Álbum Contemporâneo Urbano com o aclamado Beauty Behind the Madness e com Earned It, na Melhor Performance R&B, dando à película Fifty Shades of Grey o seu único Grammy das sete nomeações que conseguiu.
Na Pop, Ed Sheeran, Taylor Swift e a dupla Mark Ronson & Bruno Mars foram os grandes vencedores. A dupla não só conseguiu vencer, meritoriamente, o Grammy de Melhor Performance de Grupo, como também o prémio individual mais importante: o hit mundial Uptown Funk acabou por ser considerado, sem surpresa até para o próprio Bruno Mars como se vê no vídeo acima, a Gravação do Ano. Sheeran, que tinha perdido sete prémios para os quais estava consecutivamente nomeado desde 2013, finalmente conquistou o de Best Pop Vocal Performance e um dos mais importantes da noite, Canção do Ano (galardão atribuído apenas aos compositores da canção e não aos intérpretes, como comummente se pensa). Já Taylor Swift, que abriu de forma competente a cerimónia, acabou por vencer o prémio mais importante do ano pela segunda vez na sua curta carreira. 1989 venceu Álbum do Ano a nomes como The Weeknd, Chris Stapleton, Alabama Shakes e Kendrick Lamar. Swift também venceu a categoria de Melhor Álbum Pop onde a concorrência era forte – Florence and the Machine e Mark Ronson pareciam fortes candidatos juntamente com Kelly Clarkson, que já tinha vencido a categoria por três vezes.
No entanto, o rei da noite foi mesmo Kendrick Lamar. O artista, considerado por muitos o melhor artista Hip Hop da actualidade, venceu cinco das onze categorias para as quais estava nomeado. Alright, que se tornou o hino dos protestos contra a morte de negros por polícias, venceu a Melhor Música e Performance Rap e To Pimp a Butterfly o Melhor Álbum Rap. Após concluir o que foi a melhor actuação da noite – e indiscutivelmente uma das mais interventivas performances de sempre nos Grammy Awards – Lamar ainda teve direito a uma ovação de pé dos seus pares no Staples Center, bem como nas redes sociais. Snoop Dogg, Justin Timberlake, Pharrell Williams (também vencedor por ser um dos produtores e letristas do álbum), Katy Perry e até a apresentadora Ellen DeGeneres foram os nomes maiores a manifestarem-se na Internet.
Da Internet para o universo da televisão portuguesa, a SIC Caras merece uma palavra de apreço por por ser o único canal português a transmitir este género de cerimónias. A escolha de Maria Botelho Moniz, que dinamizou os intervalos com informações relevantes para o espetador, apelando à sua interatividade nas redes sociais, merece igualmente elogios. E apesar de as audiências nos Estados Unidos da América não terem sido famosas (foram até as mais baixas dos últimos seis anos), os Grammy Awards 2016 continuam a ser a cerimónia de prémios musicais mais importante da indústria, que nem os Media nem o espetador comum querem perder.
Da Internet para o universo da televisão portuguesa, a SIC Caras merece uma palavra de apreço por por ser o único canal português a transmitir este género de cerimónias. A escolha de Maria Botelho Moniz, que dinamizou os intervalos com informações relevantes para o espetador, apelando à sua interatividade nas redes sociais, merece igualmente elogios. E apesar de as audiências nos Estados Unidos da América não terem sido famosas (foram até as mais baixas dos últimos seis anos), os Grammy Awards 2016 continuam a ser a cerimónia de prémios musicais mais importante da indústria, que nem os Media nem o espetador comum querem perder.
Especial Grammy Awards 2016
por Rita Pereira
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