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Segunda Opinião | "Agora Nós: Fim à vista?"


Estreou em setembro de 2014 e prometia ser uma revolução nas manhãs da RTP. Depois de 18 anos de Praça da Alegria, chegou à estação pública o Agora Nós. João Baião tinha saído da RTP há poucos meses e o seu último trabalho tinha sido na condução da Praça, na sua segunda versão, nos estúdios de Lisboa. O apresentador abandonou a RTP1 e rumou (novamente) até ao canal de Carnaxide, deixando assim a Praça sem apresentador. Foi essa uma das razões principais para as mudanças nas manhãs.

Chegou a falar-se que Tânia iria regressar às tardes, ao lado se Herman José. Depois, falou-se que iria conduzir as manhãs sozinha. E eis que, a poucos dias da estreia, é revelada a dupla do novo formato das manhãs: ao lado de Tânia, surgia Zé Pedro Vasconcelos.

Oito meses depois, Tânia Ribas de Oliveira e José Pedro Vasconcelos provaram que nem tudo o que parece eterno o é e a antiga colega de João Baião adaptou-se rapidamente à forma de trabalhar do também apresentador do 5 Para Meia-Noite. É de realçar a cumplicidade que ganharam um com o outro em tão pouco tempo.

Agora Nós veio marcar o seu espaço de excelência no período das manhãs. E porque é que o programa resulta tão bem? Porque tem uma dupla que funciona que contrabalança entre o humor moderado de Zé Pedro e a simpatia de Tânia Ribas de Oliveira; tem rubricas interessantes e que cumprem o serviço público ao mesmo tempo que o entretenimento é garantido; tem temas atuais e as típicas histórias de "faca e alguidar" mas que, aqui, ganham outro tratamento e soam bem melhor que em outros formatos da concorrência, na qual muitas vezes o sensacionalismo fala mais alto.

O programa soma ainda pontos no seu grafismo e estética, com um estúdio agradável e inovador e uma imagem simples mas muito eficaz. Agora Nós é, sem dúvida, um passo em frente em relação à Praça e uma marca entre os canais generalistas. Mas se o Agora Nós é tudo isto e muito mais, há uma questão que se coloca: porque é que a RTP quer acabar com o formato?

A notícia surgiu recentemente e surpreendeu muita gente. A Praça da Alegria pode regressar, nos seus moldes originais, apresentada por Sónia Araújo e Jorge Gabriel, a partir do Porto. Mas porquê? E, sobretudo, para quê? Para que é que a estação pública precisa do regresso de um formato que se foi desgastando, quando tem em antena um programa de qualidade e que tem, até, conquistado cada vez mais telespetadores?

A Praça da Alegria marcou gerações, é verdade, mas os canais, principalmente uma estação pública, precisam de se reiventar. A Praça teve os seus momentos de glória, a sua época de sucesso, mas quando passou para Lisboa, passou a ser um programa morto e o seu fim foi uma opção mais que certa. Não faz sentido regressar agora. 

O fim de Agora Nós é quase certo. Se o formato terminar mesmo em julho, então este será um dos maiores erros que a RTP cometerá nos últimos tempos. Esperamos que a nova direção da RTP volte atrás e que as manhãs continuem a ser de Tânia e Zé Pedro por mais alguns anos.

Segunda Opinião - 31ª Edição


Uma crónica escrita em parceira pelo Fantastic e o Diário da TV





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