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20 Anos SIC: O que dizem os famosos no "Fantastic Entrevista"

 

Ao longo de dois anos, o Fantastic tem apresentado uma série de entrevistas a famosos que marcam o panorama audiovisual em Portugal. Alguns deles, ligados à SIC em alguma fase da sua carreira, relembraram este canal que marcou o início da TV privada no nosso país.

Na semana em que a SIC faz 20 anos, recordamos algumas das respostas em que os famosos referiram a estação de televisão.

Jorge Gabriel
Agosto de 2010 
 

O "Agora ou Nunca" foi o programa da sua carreira que mais o marcou?
Foi o programa que mais gozo me deu fazer. Marcou-me mais pelos critérios. Era a exploração dos medos das pessoas que servia de base para o programa. Todo o processo de produção do programa é que era muito meticuloso. Nós para avaliarmos se a pessoa que nos tinha sido comunicada como possuidora daquele medo estava a dizer a verdade, íamos verificar se aquele medo era efetivo. Então, tínhamos que criar muitas vezes situações em produção, antes do programa, para constatarmos que a pessoa tinha efetivamente esses medos.

Como foi mudar-se de uma televisão privada para uma pública?
No início não foi tão marcante quanto isso, pois eu continuei a trabalhar com produtores e profissionais com os quais já trabalhava quando estava na SIC. Mas depois há sempre períodos de habituação às estruturas. A máquina da RTP é diferente, é maior.

Francisco Penim
Setembro de 2010 

Em Outubro de 2005 sucedia a Manuel Fonseca na SIC, como director de programas. Na altura entrou como que um "furacão" prometendo revolucionar a SIC. Foi uma tarefa muito difícil dirigir um canal de televisão da envergadura da SIC, uma estação com 10 anos de liderança?
Eu nunca prometi revolucionar a SIC, demonstrei intenção de o fazer. Não foi difícil fazer o lugar mas foi demasiado intenso.

Nas várias grandes apostas que fez, Sílvia Alberto nunca foi um nome falado. Especulou-se que iria fazer a transição final do "SIC 10 Horas" enquanto se formatava o novo "Fátima" e numa possível inclusão no "Programa da Manhã" mas nada é confirmado. Sendo já uma cara firmada em prime time, a constante falta de projectos a longo prazo resulta na saída da apresentadora para a RTP a fazer programas de grande sucesso como "Dança Comigo" e "Aqui Há Talento". A Sílvia não se enquadrava naquilo em que queria que a SIC se tornasse?
Foi difícil dar trabalho para todos os apresentadores quando a aposta foi na área da ficção. A Sílvia saiu da SIC porque não concordou com o projecto que eu tinha para ela.

José Figueiras, Ana Marques, Cláudia Semedo, Liliana Campos, foram todas "caras" de longa data na SIC, porém, serviram como "bombeiros de serviço". Paralelamente, o seu star system: Bárbara Guimarães, Bruno Nogueira, Rui Unas, Ricardo Pereira e Soraia Chaves durante os 2 anos e meio que esteve na Direcção de Programas os seus projectos foram escassos. Qual a diferença entre o primeiro e o segundo grupo de profissionais?
Sempre apostei nas pessoas que tinham talento na SIC, que queriam trabalhar e que se coadunavam com as apostas de conteúdos desenvolvidas pela a Direcção de Programas da altura. Todas as pessoas referidas tiveram o seu espaço mediante as possibilidades de grelha.

Herman José veio várias vezes a público indignar-se contra algumas mudanças que eram feitas nos seus programas, porém, também já se referiu a si como um "grande profissional". Como correu a relação entre ambos durante o tempo que dirigiu a SIC?
Foi uma relação profissional muito boa e frutuosa. Gostei muito de trabalhar com o Herman.

Na sua fase enquanto director de programa na SIC porquê a escassez nas apostas no puro entretenimento?
Porque só se combate a concorrência com as mesmas armas. Se a concorrência vencia com ficção, era obrigação da SIC fazer o mesmo.

Apostou ainda na série "Aqui Não Há Quem Viva". Na altura teve um começo satisfatório mas as constantes oscilações de horário e os consequentes resultados levaram ao seu desaparecimento. Não se arrepende de ter acreditado mais nos produtos vendo o sucesso que a reposição de "Aqui Não Há Quem Viva" obteve este verão na SIC?

Infelizmente Aqui Não Há Quem Viva não teve o arranque que desejámos. Nesse momento a SIC não deveria ter avançado com a produção de séries. Fico no entanto contente que Aqui Não Há Quem Viva hoje seja o melhor conteúdo da SIC no prime time... mas isso nada tem a ver comigo. Fico contente pelos actores e equipa técnica.

"Vamos ganhar a SuperLiga", "Vamos liderar", "Pessoas com audímetro vejam mais a SIC", estas foram algumas das suas frases mais emblemáticas à frente da SIC. Arrepende-se de alguma destas situações?
Não me arrependo do que digo... e faço por dizer sempre tudo o que tenho a dizer. Sigo sempre com o objectivo de fazer mais e melhor e preocupar-me com o trabalho e com as pessoas.

No período final enquanto Director de Programas foi criticado e foi dito que a "Era Francisco Penim" foi apenas a "Fase Floribella". Depois de tanto esforço feito sente que o seu trabalho foi minimizado? Fica magoado com isso?
Não me importo com o que se diz de mim. Acho que todas as pessoas são livres de escrever e opinar sobre o que fiz, faço e farei.

Marina Mota
Outubro de 2010
 
À Marina é-lhe atribuída a frontalidade. Se pudesse dizer algo aos actuais directores de programas da televisão portuguesa (RTP, SIC e TVI), o que diria?
Equilibrem as grelhas de programação, sejam mais versáteis, dêem prioridade á qualidade e bom gosto, sondem as opiniões dos espectadores, criem programas de humor, de música portuguesa, com regularidade. E se me sentirem útil chamem-me.

Nos anos 90, programas como ‘Marina, Marina’, ‘Ora Bolas, Marina’ ou  ‘Um Sarilho chamado Marina’ eram verdadeiros sucessos de audiência. A que acha que se deveu tal sucesso?
O sucesso talvez se deva ao rigor, profissionalismo, talento, respeito pela entidade maior, O PÚBLICO, entrega total e sem reservas de uma grande equipa, da qual eu também fazia parte. 

Ediberto Lima
Setembro de 2011

Foi autor dos maiores sucessos dos anos 90 na SIC. É possível voltar a essa grandeza, quer de resultados, quer de produção?
Neste momento estamos a assistir a proliferação dos meios de comunicação e ter bons resultados é só um detalhe, basta ter talento e criatividade.

É do conhecimento geral que é o homem por de trás do "Muita Lôco", "Big Show SIC", "Super Bueréré" e da "Roda dos Milhões". Que tornou a Fátima Lopes numa apresentadora de horário nobre. Que viu na Bárbara Guimarães uma possível estrela. E que mais fez Ediberto Lima pela televisão em Portugal?
Não fiz, estou a fazer. No dia 11 de Setembro vou lançar o livro: Ediberto Lima - O Deus e o Diabo da Televisão em Movimento direccionado para estudantes, estagiários e profissionais de comunicação e espero sinceramente com este livro dar o meu contributo para melhorar a televisão portuguesa. A 21 de Setembro na Regiões TV, canal 88 da ZON e 19 da Cabovisão, estaremos no ar com uma grelha de programação alternativa aos canais generalistas repleta de bons programas de entretenimento.

Com "O Bar da TV", dá-se uma das maiores polémicas no mundo da televisão. O Ediberto esteve no meio desse processo. Nós, que estamos de fora, nunca percebemos bem o que aconteceu. Afinal, o que despoletou todo aquele escândalo?
Aguardem pelo meu livro que vocês saberão com detalhes.

Regressa após um período de pausa para programas como o "Crime Não Compensa", "Escândalos e Boatos" e o "Super Sábado". O sucesso não foi igual aos programas que tinha produzido antes. O que falhou?
O baixo custo de produção imperativamente exigido aos produtores e um erro primário a colocar os programas em horários e dias errados.

Desde a saída da Fátima Lopes da SIC, a televisão portuguesa teve a maior revolução desde a era-Big Brother. Quem, para si, saiu privilegiado e prejudicado com todas estas mudanças?
Sinceramente, nem dei por isso, há tantas outras coisas para me preocupar.

Sílvia Alberto
Março de 2012

Em 2002 estreia-se na SIC, como repórter em Catarina.com, que era apresentado por Catarina Furtado. Mas foi em 2003, com a chegada do Ídolos a Portugal, que se tornou definitivamente uma das caras mais conhecidas do grande público. Concorda com isto? Porquê? Concordo sim. Foi com o Ídolos que cheguei ao grande público. Um formato, na altura inédito em Portugal, e de grandes audiências. A apresentação em directo e em horário nobre implicava grande responsabilidade e obrigou-me a evoluir.

A seguir ao Ídolos ainda apresentou vários programas na SIC (chegou até a experimentar as manhãs da SIC, dando a cara pelo SIC 10 Horas), mas em 2005 abandona a estação, depois do final abrupto do Senhora Dona Lady. O final deste formato teve alguma coisa a ver com a sua saída? Quais foram os motivos que a levaram a trocar de canal?
Este assunto está gasto. A nova direcção não apostou em mim e eu apostei em sair. Se me permite, ainda hoje acho que apostei correctamente.
Maria Vieira 
Maio de 2012

Apresentou Encontros Imediatos na SIC, um dos primeiros programas da estação, em 1992. Como foi esta experiência? Prefere o papel de atriz ou de apresentadora?
Foi uma experiência salutar e de muito sucesso, uma vez que o programa esteve no ar durante quase três anos e foi líder da estação durante a maior parte desse tempo. O programa era muito simples, um bocadinho "kitsch" até, mas ainda assim eu gostei de o apresentar. Eu tinha acabado de fazer uma sitcom na SIC ("Giras & Pirosas") e alguém achou que eu tinha potencial para apresentar aquilo; felizmente resultou bem em termos audiométricos mas a minha "praia" é mesmo a representação. Eu sou actriz. Ponto final.

Mais tarde, juntou-se à equipa de Herman José e participou em programa como Hermanias, Humor de Perdição, Casino Royal, Crime na Pensão Estrelinha, Herman 98 ou Herman SIC. Acha que a participação nestes sucessos televisivos foi importante na sua carreira? O que recorda destes tempos?
Trabalhar com o Herman foi determinante na minha carreira. Foi dessa forma que eu tive o privilégio de participar em alguns dos melhores programas de humor que se fizeram no nosso país. Desses tempos recordo a amizade, a alegria no trabalho e o sucesso granjeado.

Os últimos dois projetos na SIC foram Hora H (também o último programa de Herman José na estação) e Sete Vidas. O primeiro acabou ao final da noite de domingo e a série foi para o ar apenas nas madrugadas. O facto da estação ter maltratado estes projetos foi um dos motivos pelo qual não voltou a colaborar com o canal?
Eu não sei se a SIC maltratou esses projectos, isso são palavras suas. Eu saí do "Hora H" porque não estava satisfeita com o personagem que me foi atribuído e por isso só fiz 9 programas. Em relação ao "Sete Vidas", confesso que nem sequer me lembro quando e a que horas foi transmitido. De resto, voltarei a colaborar com a SIC, desde que o projecto seja interessante e que eu tenha disponibilidade para o fazer e isso aplica-se a qualquer estação de televisão, seja em Portugal ou no estrangeiro.

Pedro Granger
Maio de 2012
 

Em 2003 deu a cara pelo programa [Ídolos], nas duas primeiras edições do mesmo em Portugal. Ao seu lado teve Sílvia Alberto, com quem sempre teve uma enorme cumplicidade. Como é trabalhar com a Sílvia?
É a melhor coisa do mundo a seguir ao chocolate. A Silvia é uma grande amiga e uma ‘profissionalona’ de mão cheia. Ajudámo-nos e aprendemos imenso um com o outro. É sempre um prazer trabalhar com ela. Um privilégio mesmo.

O formato está de regresso à SIC. Os jurados e os apresentadores mudaram, e o formato é o mesmo mas com algumas mudanças. Assistiu às duas últimas edições do formato? O que tem achado?
A Claudinha e o Manzarra fazem aquilo muito bem, os jurados são ótimos e o Ídolos continua a ser, sem qualquer ponta de dúvida, o melhor programa da televisão nacional.

Rui Porto Nunes
Setembro de 2012
Lua Vermelha foi, até agora, a única produção nacional onde foi protagonista. Com ela, chegou a confirmação do seu talento junto do grande público. A novela era diferente do habitual. Aceitou logo o projeto? Como foi participar nele?
O convite não surgiu directamente. Primeiro fui a um casting na produtora SP, passei por três fases e então sim acabei por ficar com o papel de Afonso. O processo de construção da personagem foi muito intenso e exigente, mas também muito compensador. Senti pela primeira vez que estava a fazer trabalho de actor a sério. Procurei até perder peso para melhor encarnar um vampiro. Aprendi imenso com os meus colegas, com a direcção de actores e com a equipa de duplos Mad Stunts que orientava as cenas de acção.
  
Contudo, a novela não correu como o previsto, e foi uma das produções portuguesas com mais mudanças de horário. Os 180 episódios foram emitidos de manhã, à tarde e à noite, semanalmente e diariamente, e ao longo de mais de 2 anos. O que acha do tratamento que a SIC deu ao projeto e porque acha que não resultou?
Tinha tudo para resultar. Desde o elenco à equipa técnica, estávamos todos muito empenhados para que corresse bem algo que nunca antes tinha sido feito em Portugal mas com as sucessivas alterações de horário tornou-se muito difícil fidelizar o público. Para nós que fizemos parte do projecto tornou-se desmotivador ver o produto do nosso trabalho desvalorizado dessa forma. Ainda assim, houve muita gente que acompanhou a Lua Vermelha ao longo destes dois anos, sem nunca desmobilizar.
Apesar de tudo, este projeto foi muito acarinhado pelos fãs, e foi bastante importante para progredir na sua carreira de ator na SIC. Depois disso, já participou em Laços de Sangue e Rosa Fogo, nesta última com um dos papéis mais cómicos da trama. Como foi fazer de Vítor e qual a aceitação do público?
Tive a sorte de contracenar com duas actrizes fantásticas, a Inês Castel-Branco e a Susana Mendes, que me ajudaram imenso. A aceitação do público traduz isso mesmo, é sempre compensador para um actor sentir que gostam do nosso trabalho e as brincadeiras com o nome do Barbalho são inevitáveis.