José Fragoso: "«Causa Própria» é uma série que nos coloca num patamar de qualidade e exigência cada vez maior" - Fantastic - Cultura na palma da tua mão
É já na próxima quarta-feira, dia 5 de janeiro, que estreia na RTP1 a série Causa Própria, da autoria de Edgar Medina e Rui Cardoso Martins. A produção da Arquipélago Filmes apresenta uma narrativa principal que leva o espectador a acompanhar o percurso de Ana, uma juíza que é posta à prova ao ter de tratar de um caso no qual a sua família se vê envolvida. Há ainda uma linha secundária que revela casos mais ou menos dramáticos, baseados nas crónicas Levante-se o Réu de Rui Cardoso Martins. Margarida Vila Nova e Nuno Lopes são os protagonistas e o Fantastic esteve à conversa com eles e com outros elementos do elenco para conhecermos os bastidores de Causa Própria.
Na quarta-feira, 22 de dezembro, o relógio marcava as 10h30 da manhã quando a equipa do Fantastic entrava no Cinema Ideal, em Lisboa, para assistir à apresentação da série Causa Própria. A chuva foi motivo para alguns atrasos, mas rapidamente todos se reuniram na sala de cinema para assistir aos dois primeiros episódios da série. No entanto, momentos antes houve tempo para o Diretor de Programas da RTP, José Fragoso, dirigir algumas palavras à imprensa a respeito deste projeto, que vai marcar o arranque do novo ano na estação pública. "Causa Própria é uma série que nos coloca num patamar de qualidade e exigência cada vez maior", diz. José Fragoso não poupa nos elogios ao trabalho desenvolvido pelos atores e equipa técnica, mostrando ainda que esta série tem um perfil que lhe poderá permitir no futuro fazer um "percurso internacional".
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A série de sete episódios conta a história de Ana, uma juíza que acompanha vários casos, mas surpreende-se com um em particular que se trata da morte de um jovem no jardim central de uma pequena cidade portuguesa. Com o desenrolar das investigações acaba por saber que a sua família está envolvida no processo, pelo que terá de escolher entre "o amor ou a força da lei", segundo avança a sinopse. Sabe-se também, que, para além desta narrativa de maior destaque, Causa Própria apresenta um enredo secundário que conta histórias dos tribunais portugueses com pessoas reais e crimes verdadeiros, tendo como base as crónicas Levante-se o Réu, que Rui Cardoso Martins escreveu no jornal Público ao longo de 20 anos.
"Acho sempre curiosa esta adaptação da realidade à ficção". Quem o diz é Margarida Vila Nova, que aceitou assumir um dos papéis principais desta série. A atriz interpreta a juíza Ana e assume que este projeto foi de uma "enorme responsabilidade" pelo facto de esta personagem ter sido escrita e desenvolvida a pensar em si. Em declarações ao Fantastic adianta que para preparar este papel esteve a acompanhar algumas sessões em tribunal bem como falou com advogados, procuradores e juízes a fim de compreender "como é o modus operandi de uma sala de tribunal e como é que tudo se processa". Neste projeto, a juíza Ana é também mãe de dois filhos: Clara (Sílvia Chiola) e David (Afonso Laginha).
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Causa Própria é o primeiro trabalho de Afonso Laginha em televisão, que destaca que apesar de esta personagem se distanciar um pouco da sua personalidade na vida real, acaba por ter alguns traços comuns. "Eu acredito que para fazer uma personagem viva e coesa temos sempre de lhe pôr um pouco de nós mesmos", justifica.
Edgar Medina faz parceria com Rui Cardoso Martins na escrita do argumento de Causa Própria e "satisfação" é a palavra de ordem quando o Fantastic questiona este último sobre o balanço que faz deste projeto. "Eu já trabalho em cinema e televisão há muitos anos mas posso dizer que estou muito satisfeito pois este é o resultado de um trabalho de equipa muito bom a começar pela realização, a montagem, os atores são fenomenais, portanto, não podia estar mais contente", sublinha. Quem também faz um balanço positivo acerca do trabalho desenvolvido é o protagonista Nuno Lopes, que avança que a forma como a série está construída permite levar ao espectador "um retrato do que é o nosso país". "Acho que é uma série que pode competir em termos de qualidade com qualquer série de streaming", acrescenta.
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Nuno Lopes interpreta Mário, um agente da Polícia Judiciária, que tem como parceira de trabalho Maria, personagem interpretada por Catarina Wallenstein. Através da forma como fala, do visual e da postura corporal, Maria vai também desconstruindo alguns preconceitos da nossa sociedade. É precisamente por isso que Catarina Wallenstein diz que o processo de construção da sua personagem foi "muito rico". "No meu caso começou por uma mudança de visual ousada, que é uma alegria para uma atriz ter esse empurrão da equipa de realização e da equipa de maquilhagem e cabelos", refere ao Fantastic. A atriz aponta ainda que "uma das coisas que se procurou em rodagem foi aproveitar este look para estar nas entrelinhas porque há muitas formas de falar das coisas e muitas formas de ativismo ultra necessárias".
Podes ver aqui o trailer de Causa Própria, uma série realizada por João Nuno Pinto e que também integra no elenco outros grandes nomes do cinema, teatro e televisão nacional, nomeadamente Ivo Canelas, Maria Rueff, Adriano Carvalho e António Fonseca. A estreia está marcada para 5 de janeiro, às 21h, na RTP1.
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