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Catarina Rocha: «Todos nós almejamos aquela pontinha de "Sorte" que nos possibilite viver os nossos sonhos»

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Foto: Direitos Reservados

A cantora e fadista Catarina Rocha lançou recentemente o seu terceiro álbum intitulado Sorte. Com uma forte ligação ao fado, o novo projeto discográfico da artista promete também trazer outras influências, que vão desde o Folclore às Chulas do Minho, passando ainda pelos ritmos africanos bem como os Boleros e o Pop. O Fantastic teve oportunidade de conversar com Catarina Rocha para conhecer melhor o processo de criação e produção do disco Sorte, que já se encontra disponível em todas as plataformas digitais, em CD físico e em formato Pen Drive.

Considerada uma das vozes soprano do fado, desde pequena que a intérprete natural de Viseu começou a desenvolver uma forte aptidão para a música. Se aos cinco anos Catarina Rocha tinha o hábito de reproduzir as canções que ouvia na rádio e na televisão, quase três décadas depois acaba de lançar o terceiro projeto de longa duração chamado Sorte. O nome do álbum foi escolhido devido ao facto de a palavra sorte pertencer à etimologia do significado de fado, para além de a artista considerar que "todos nós almejamos aquela pontinha de sorte que nos possibilite viver os nossos sonhos". 

Ainda que direta ou indiretamente o fado esteja presente na grande maioria das canções que fazem parte do seu mais recente disco, Catarina Rocha conta-nos que há uma exceção, dado que integrou neste álbum o cover que gravou do tema original de Rui Veloso Benvinda Sejas Maria. No entanto, esta não é a única canção que não se trata de um original da fadista. Catarina Rocha decidiu também homenagear Amália Rodrigues ao interpretar o fado Algemas, algo que considera "uma responsabilidade acrescida". "No entanto, para mim o mais importante é que o tema seja bem cantado, com ótimo acompanhamento musical e repleto de sentimento, que é o que o fado requer", sublinha.

Foto: Direitos Reservados (Adelino Meireles/Global Imagens)

O "acompanhamento musical" foi algo que também não faltou no processo de produção do álbum, que ficou a cargo de Valter Rolo. O produtor ficou ainda responsável pelo piano, sendo que os acordes da guitarra portuguesa são da autoria de Ângelo Freire e os da viola de fado ficaram sob a responsabilidade de Bernardo Viana. A precursão foi assinada por Vicky Marques, Marino de Freitas esteve no baixo e João Frade no acordeão.  

Destaque ainda para Bicadas no Fado, um dos singles que faz parte do novo disco e, que, segundo a fadista, "fala essencialmente dos «papagaios» que muitas vezes aparecem na nossa vida, sempre a criticar, a repetir as mesmas ideias e que nada acrescentam à nossa evolução pessoal ou profissional". Num tom leve e descontraído, a letra assinada por Pedro da Silva Martins reforça a ideia de que não devemos dar importância ao que os outros pensam ou poderão pensar sobre nós.  

Esta canção, cujo videoclipe se distingue pela "explosão de cores", não se trata de um fado, contudo, partilha de algumas das suas características e revela a ligação de Catarina Rocha a este estilo tão português. "O fado é um misto de emoções, é amor, alegria, felicidade, desespero, tradição, desamor, angústia e liberdade", explica, acrescentando ainda que "são todas estas emoções que nos assolam quando interpretamos um fado e conseguimos contagiar quem nos ouve levando os ouvintes ao arrepio".

Podes ouvir aqui Bicadas no Fado, um dos temas que integra o projeto discográfico Sorte, que sucede aos álbuns Luz e Vida.