Bonga regressa a Lisboa e Porto para assinalar 50 anos de carreira

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Conhecido pelos êxitos Mariquinha e Olhos Molhados, Bonga está de regresso a Lisboa e Porto para assinalar os 50 anos de carreira junto daqueles que mais apreciam o seu trabalho. Meio século de história vai ser celebrado na Altice Arena a 19 de novembro e, no dia seguinte, vai rumar ao Pavilhão Rosa Mota. O concerto promete fazer uma viagem pelo percurso do artista, passando não só pelas canções mais famosas, mas também pelas mais recentes que compõem o último álbum Kintal.

Quem diria que um aprendiz de alfaiate em Angola e velocista do Benfica se tornasse um artista de sucesso? A verdade é que depois de muitos anos no mundo do desporto, Bonga trocou as competições pelos palcos e nos próximos dias 19 e 20 de novembro vai celebrar 50 anos de carreira com dois concertos especiais. Se no mundo do desporto o artista era conhecido como Barceló de Carvalho, o nome Bonga surgiu para que não o reconhecessem numa fase inicial do seu percurso na música. 

Acompanhado pela voz rouca que tanto o caracteriza, Angola 72 é o primeiro disco de Bonga. O que poucos sabem é que o início de uma carreira que completa em breve meio século de vida foi muito atribulado por causa da tão famosa "caneta azul" que limitava a liberdade de expressão antes do 25 de abril. Angola 72 foi desenvolvido durante o exílio na Holanda e o álbum foi proibido em Portugal e Angola por retratar temas como o colonialismo, libertação de Angola, pobreza, injustiça e imigração.

Após cinco décadas sem nunca ter medo de se expressar, Bonga soma no seu currículo 400 composições, 32 álbuns e 7 bandas sonoras de filmes. Sabe-se que dentro de poucas semanas este número vai sofrer alterações porque o artista está agora a preparar um novo álbum com 10 faixas intitulado Quintal da Banda. Ainda sem data de lançamento marcada, Bonga foca-se agora nos concertos que vai dar em novembro na Altice Arena, em Lisboa, e no Pavilhão Rosa Mota, no Porto. 

O anúncio das datas foi feito pelo Grupo Chiado, que, em comunicado, revela que "Para além das canções mais conhecidas do público, como Mariquinha, Olhos Molhados ou Homem do Saco, vão fazer parte do alinhamento destes concertos de celebração alguns temas de Kintal, o novo disco de inéditos do cantor que nos remetem para o percurso de vida do próprio". 

É, portanto, no ano em que completou 79 anos de vida que o artista celebra meio século de carreira junto daqueles que admiram as suas obras que "retratam a vivência de Angola e a sua cultura, através de uma fusão entre a própria pessoa e o semba, mas não só". Carrega aqui para recordares Mariquinha, a música que marcou o ano de 1996 e que ainda hoje põe os portugueses a dançar.