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Já nasceu a União Negra das Artes em Portugal

Foto: Direitos Reservados

A última semana ficou marcada pela criação da União Negra das Artes, uma associação que procura combater o racismo em Portugal. Esta missão está a cargo dos 35 profissionais do setor da cultura que integram a iniciativa, mas a UNA  garante em comunicado que são um espaço "aberto para quem se reveja nos princípios" da organização. 

Foi a 31 de julho que a União Negra das Artes foi apresentada publicamente com o nascimento do site uniaonegradasartes.pt. Na página inicial pode ler-se que a associação "resulta da necessidade de criar uma estrutura que defenda os interesses específicos da negritude no setor cultural, atendendo às continuidades históricas do racismo colonial que mantém assimetrias profundas e dificultam a criação, fruição, acesso, produção, programação e, consequentemente, a representatividade negra no setor artístico em Portugal".

Para além de ter como objetivo o "fortalecimento da representatividade negra no campo artístico português", bem como o seu reconhecimento e valorização, a União Negra das Artes em Portugal está também a levar a cabo um "auto mapeamento" que pretende avaliar a representatividade negra no setor cultural, a fim de "contribuir para a elaboração de políticas de reparação e medidas de ação afirmativa ao nível das artes e da cultura, em articulação com artistas, movimentos sociais, entidades públicas e privadas", prossegue o texto disponível na página inicial do site da UNA.

Neste momento fazem parte da equipa da UNA 35 profissionais que abrangem as várias áreas do setor cultural, nomeadamente a artística, gestão cultural, agenciamento, curadoria, programação, investigação e arte-educação. Ana Sofia Martins, Cláudia Semedo, Cleo Tavares, Isabel Zuaa e Welket Bungué são alguns dos atores conhecidos que dão a cara pela União Negra das Artes.

Ainda assim, a associação mostra-se disponível para receber todos aqueles que se revejam nos seus princípios, dos quais se destacam a "celebração, denúncia, transparência, intersecionalidade, horizontalidade, representatividade e ancestralidade". 

Apesar de se ter tornado pública há poucos dias, o trabalho já desenvolvido pela UNA e o diálogo com a Direção Geral das Artes permitiram que a equipa alcançasse alguns avanços ao nível da "inclusão da diversidade étnico-racial, designadamente de afrodescendentes, entre os fatores a considerar na avaliação de candidaturas ao Programa de Apoio a Projetos, a par da igualdade de género, da inclusão social e do diálogo intercultural", uma informação avançada no regulamento publicado no passado dia 13 de julho.