Filomena Cautela: "A televisão não pode ser sempre pertinente. O meu novo programa vai ser."
Foto: Direitos Reservados
Programa Cautelar, o formato que marca o
regresso de Filomena Cautela ao horário nobre da RTP1, chega aos ecrãs da
estação pública já este sábado, dia 5 de junho, às 21h00. O
novo formato contará com um tema diferente todas as semanas e será
exibido aos sábados, estando para já confirmada uma primeira temporada
composta por 6 episódios.
"Andamos a maior parte do nosso tempo com os olhos colados aos nossos
tablets e telemóveis. Este é o programa que amplia todos os ecrãs, com a
vantagem de pôr a verdade à frente do resto. Programa Cautelar é
uma combinação entre humor e análise, que tenta explicar a realidade de
forma simples, acessível, divertida e factual", explica a RTP.
"Todas as semanas um tema de fundo, mais ou menos fraturante, é dissecado de fio a pavio: da origem, lá atrás (às vezes, mesmo muito atrás), até aos efeitos que tem hoje na vida de todos, no que fazemos e vemos diariamente", adianta ainda a estação pública.
Cada episódio contará com um ou mais convidados especiais e terá uma duração aproximada de 45 minutos em cada semana. O objetivo principal deste Programa Cautelar será "munir os telespetadores de uma caixa de ferramentas que construa um ponto de vista mais sólido e construtivo sobre o tema da semana. Ou que os faça apenas rir à parva", vela ainda a RTP.
Em entrevista ao podcast Teatra, em janeiro deste ano, Filomena Cautela já havia revelado alguns pormenores sobre o programa que considera ser "pertinente e transformador". Apesar de considerar que nunca teve "um fascínio particular pela televisão" e que o teatro foi, desde cedo, uma das suas maiores ambições, Filomena revela que era o lado mais insólito do pequeno ecrã que a fascinava, sobretudo depois do aparecimento das televisões privadas em Portugal. "O que achava, sim, era que a televisão era insólita e fascinante, por ser tão louca", explica.
Sobre esta diferença entre teatro e televisão, Filomena Cautela esclarece ainda que acha que os dois espaços têm propósitos completamente diferentes. “Eu só me acho digna de me pôr num palco, em teatro, se tiver um texto muito bom, algo muito pertinente e transformador para dizer. Já a televisão não é sempre pertinente. O meu novo programa vai ser. Mas o que fiz antigamente nem sempre foi. E nem pode ser. A televisão não pode ser sempre pertinente", considera.
“Eu demorei muito tempo até que me deixassem fazer o que eu quisesse em televisão. Demorei muito tempo porque sou mulher, porque era miúda, porque me expresso de uma forma histriónica. Demorei muito tempo a ganhar o respeito para que me dessem tempo e dinheiro, porque em televisão o tempo é dinheiro, para que eu pudesse pensar televisão com profundidade. E é isso que estou a fazer agora. Se vai resultar ou não? Vou tentar", revelou a apresentadora ao podcast do Teatro Nacional D. Maria II.
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