"A Febre" e "O Fim do Mundo" são os grandes vencedores do Indie Lisboa 2020
Foram revelados este domingo, dia 6, os vencedores do Indie Lisboa 2020, nesta que foi a 17ª edição do festival de cinema que acontece na capital. A realizadora Maya Da-Rin vence o Grande Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa com o seu filme A Febre, trama que explora as pressões de um modo de vida urbano e moderno. Já o Prémio Allianz para Melhor Longa Metragem Portuguesa foi entregue a O Fim do Mundo, de Basil da Cunha.
“O júri do concurso internacional atribui o prémio principal para A Febre. A mise en scène de Maya Da-Rin pode parecer discreta,
mas na verdade, é extremamente bem trabalhada. O resultado é um filme
rico e cheio de nuances e uma exploração altamente realizada da situação
difícil que os indígenas enfrentam no Brasil contemporâneo.", pode ler-se no comunicado da organização. Já o filme de Basil da Cunha destaca-se pelo "seu retrato íntimo e
sincero, embora cruel, de uma sociedade efervescente que está prestes a
explodir e queimar a todos nós".
Em destaque esteve ainda Victoria, de Isabelle Tollenaere, Liesbeth De Ceulaer e Sofie Benoot, ao vencer o Prémio Especial do Júri Canais TVCine, atribuído pelo júri da Competição Internacional. "Os documentários tendem a captar uma certa realidade. Victoria é diferente. Tem mais. Há sonhos, pensamentos, histórias e fantasias, há uma exploração de um espaço imaginário: uma corrida de tartarugas, a beleza das fontes de água em uma terra seca, buracos negros que levam a outras galáxias, um passado que pode ser um tanto sombrio, um futuro que pode conter uma promessa", adianta ainda a organização.
A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos |
O Prémio de Melhor Realização para uma Longa Metragem Portuguesa foi para A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos, "pela maneira muito terna e comovente de lidar com as relações paternas e maternas, o amor e a ausência. Pois é uma forma criativa de inventar sua própria biografia, brincando com imagens e ressignificando-as para seu próprio uso e memória".
Enquanto isso, o Prémio Dolce Gusto para Melhor Curta Metragem Portuguesa foi atribuído Meine Leibe, de Clara Jost, "um ensaio simples, mas não simplista,
preciso e poético" e que "toca a vida com sentimentos profundos". O Grande Prémio de Curta Metragem foi entregue a Tendre, de Isabel Pagliai, e Bernardo e Afonso Rapazote venceram o Prémio Novo Talento FCSH/NOVA, com o Corte, pela sua “irreverência cinematográfica”.
Da lista de vencedores internacionais incluem-se ainda This Means More, do francês Nicolas Gourault, com o Prémio Melhor Curta Metragem de Animação; Douma Underground, do libanês Tim Alsiofi e que venceu o Prémio Melhor Curta de Documentário; Shanzhài Screens, de Paul Heintz, como Melhor Curta de Ficção.
Nos palmarés destacam-se ainda o Prémio Novíssimos, atribuúdo a Contrafogo, de Carolina Vieira e a menção especial a Nestor, de João Gonzalez. Já o Prémios Silvestre para Melhor Longa-Metragem foi atribuído, ex-aequo, a Breve Miragem de Sol, de Eryk Rocha, e a Todos os Moros, Caetano Gotardo e Marco Dutra. Já o Prémio Silvestre para Melhor Curta-Metragem recaiu sobre Apparition, de Ismaïl Bahri.
Douma Underground, de Tim Alsiofi |
O Prémio Amnistia Internacional foi entege a Tim Alsiofi, pelo filme Douma Underground, que se vê assim duplamente premiado. Por fim, o Prémio IndieMusic foi atribuído a White Riot, de Rubika Shah, ex-aequo com Keyboard Fantasies: The Beverly Glenn - Copeland Story, de Posy Dixon.
Os Prémios do Público – Prémio Longa Metragem, Prémio Curta Metragem e Prémio do Público IndieJúnior – serão revelados no final do festival. O festival prolongar-se-á até dia 11 de Setembro com sessões adicionais no Cinema Ideal, onde terão lugar sessões de filmes premiados, e na Cinemateca Portuguesa, com projecções de filmes pertencentes às retrospectivas de Ousmane Sembène e 50 Anos do Forum Berlinale.
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