A história de Maria Teresinha Gomes, a "Generala" da SIC

O nome Maria Teresinha Gomes pode não soar familiar a muitos de nós, mas nos anos 90 foi protagonista de um dos mais polémicos e comentados casos de burla no nosso país. Por quase 20 anos, a mulher enganou tudo e todos assumindo a identidade de um homem, mas este é apenas o início da farsa. Capaz de ludibriar vizinhos e até a companheira de casa, a mulher que ficou conhecida como "A Generala" tornou-se numa figura de repúdio num julgamento que arrastou imprensa e televisões. Uma história de vida que será contada em breve na antena da SIC.

Aos 16 anos, Maria Teresinha Gomes abandonou a ilha da Madeira depois de um desgosto de amor que a abalou profundamente. Os pais desligaram-se da filha, que em Lisboa adotou um visual masculino e o nome de Tito Aníbal Paixão Gomes, nome de batismo do seu irmão que morreu ainda em criança. No carnaval de 1974, o agora Tito vai até a um alfaiate onde manda ajustar um fato de general. É aqui o ponto de partida da história que estava longe de chegar ao fim.

Aproveitando-se da boa vizinhança e enchendo-os de ilusões, decide pedir-lhes dinheiro que seria investido e que trazia elevados retornos. Mas nada disso foi o que aconteceu depois. Pelo meio, além de assumir a identidade de um comandante das Forças Armadas, fez-se passar também por Advogada e Embaixadora dos Estados Unidos, sempre com o objetivo de conseguir extorquir dinheiro através de fraudes. Escudada na sua aparência firme e no seu poder nato de comunicação, os esquemas foram-se adensando. Começou a partilhar casa com Joaquina Costa, conhecida com Quininha. Estiveram juntas durante 15 anos, até novembro de 1992.

Nesse ano o processo levado a cabo pelo Ministério Público, na pessoa de Maria José Morgado, consegue os maiores avanços e Tito é exposto. Em tribunal, em imagens emitidas na época, Quininha garantiu que nunca desconfiou de nada e que elas nunca partilharam o mesmo quarto durante o tempo em que dividiram casa. Começa aqui o declínio da "Generala", que depois de exposta e com vergonha dos olhares do público, que acompanhou todo o processo pelos media, passou a estar reclusa em casa, numa pena suspensa de dois anos. As saídas foram poucas, até que em 2007 foi encontrada morta em casa, já em avançado estado de decomposição e sem meios financeiros para pagar o próprio funeral. 

Esta será a narrativa verídica adaptada na antena da SIC em oito episódios. O elenco da série reúne vários nomes habituais da ficção da estação como José Fidalgo, João Jesus, Carolina Carvalho, Pedro Laginha, Soraia Chaves, entre outros, aos quais se junta Anabela Moreira que no seu vasto currículo passou por diversas séries de sucesso e aclamadas produções de cinema, mas no canal de Carnaxide apenas integrou o elenco de um episódio da série Médico de Família.

Com a chancela de produção da Coral Europa, A Generala conta com a realização de Sérgio Graciano e a autoria de Patrícia Müller, que assinou o livro e a série Madre Paula, e Vera Sacramento, mentora de Golpe de Sorte. «As gravações ainda não arrancaram, mas arrancam muito muito em breve», garantiu fonte do projeto ao Fantastic.