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"Faz-me Companhia" marca regresso do cinema nacional às salas


Ainda com várias condicionantes, as salas de cinema de Portugal começam a abrir as suas portas e lançar os primeiros filmes. Faz-me Companhia estreia esta quinta-feira, dia 2 de julho, nos cinemas nacionais e torna-se um primeiros filmes de produção portuguesa a chegar ao cartaz depois da pandemia do novo coronavírus. Gonçalo Almeida assina o guião e a direção do projeto, neste que é a primeira longa-metragem ficcional do realizador.

A sinopse da trama apresenta aquilo que prometia ser um encontro perfeito, a protagonista Sílvia aluga uma casa no sul de Portugal, onde promete refugiar-se com a sua amante. Contudo, nada corre como planeado e o terror e mistério invade a história de Faz-me Companhia, que volta a trazer cinema de género feito em língua portuguesa. «É um filme de género, onde qualquer espectador pode esperar uma história honesta que explora a psicologia das personagens para transparecer tudo o que sentem contando tudo da melhor forma possível», afirma o mentor do projeto, Gonçalo Almeida, ao Fantastic.

Vencedor do Prémio MOTELX para curta-metragens em 2017, o realizador apresenta agora Faz-me Companhia, que conta com três atrizes bem conhecidas no elenco. Cleia Almeida assume o protagonismo da história ao lado de Eunice Muñoz e Filipa Areosa, a amante Clara. «A Clara é uma atriz frustrada e desempregada e está numa fase da vida em que nada lhe corre bem. Tem esta namorada que é, de alguma forma uma figura maternal na vida dela e que acaba por lhe dar alguma estabilidade», é desta forma que Filipa Areosa nos apresenta a sua personagem, que será alvo de vários sustos e que promete trazer ao de cima a sua fragilidade.

A parceria entre Filipa Areosa e Gonçalo Almeida aconteceu por mero acaso mas acabou por «correr muito bem», afirma o diretor. «Já queria trabalhar com a Cleia desde que a vi em Sangue do Meu Sangue, ela sugeriu a presença da Filipa, confesso que não conhecia muito do trabalho dela, mas foi uma boa experiência. A Eunice é um sonho de infância, até pelas conversas que tinha com a minha avó», diz-nos Gonçalo. 

Do lado do elenco, Filipa deixa alguns elogios ao estreante em fitas de longa duração: «É uma pessoa muito calma e tranquila e esta tranquilidade ajuda muito a que as coisas sejam feitas de outra maneira. Mais profissional mas sem perder a humanidade que é tão necessária no que fazemos», confessa. Durante as gravações, Filipa dividiu casa com Cleia Almeida, com quem já tinha contracenado na novela Amor Maior da SIC, e como seria de esperar, tudo isso ajudou ao resultado final que vamos poder ver no grande ecrã. «Gosto muito de trabalhar com ela. Por mim fazia sempre tudo com pessoas como ela que estão sempre presentes mas sem julgamentos e que trabalham para um todo e não só para si próprias», revela Filipa Areosa em conversa com o nosso site.

Do terror ao mistério, Gonçalo Almeida descreve a experiência do filme como algo «muito visual» com influência, entre tantas outras, nas películas italianas dos anos 60. «Há filmes e filmes, esta é uma fita que é feita para o cinema, porque é uma experiência sensorial em termos de visual e banda sonora. Pede muito para ser vista numa sala de cinema. Até porque num género como o terror sentir o medo ou o susto no olhar do outro acaba por enriquecer toda a forma como entendemos o filme», é desta forma que somos convidados pelo autor de Faz-me Companhia a regressar às salas. Mas não é o único que nos convence a comprar bilhete.

Nas palavras da co-protagonista Filipa Areosa este é «um filme português feito com honestidade, um thriller psicológico para quem gosta de ficar colado à cadeira na expectativa do que poderá acontecer». Além deste convite, a atriz que já grava um nova película nacional deixa no ar o desejo de que tenhamos «alguns sustos, que é o suposto», conclui.