Fantastic Entrevista | LANE
Imagem: Tiago Iúri |
Luís Pereira tem 24 anos e estreia-se agora a solo como LANE. O seu primeiro single chama-se "Outside" e conta a história de uma relação que não correu bem. O Fantastic esteve à conversa com o músico natural de Óbidos, que nos falou acerca deste novo projeto e do seu percurso no meio artístico.
Como é que começou o teu percurso no mundo da música?
O meu percurso na música foi um crescimento gradual e foi vivido desde pequenino. Os meus pais eram músicos e eu sempre estive em contacto com a música desde criança. Ao longo dos anos, isto permitiu-me crescer a nível pessoal e ter uma percepção gradual da pessoa que sou. Aprendi a olhar para mim "de fora para dentro", o que fez com que este percurso também me tenha ajudado a crescer como pessoa, a perceber como é que eu sou e como é que eu me expresso artisticamente. Tem sido um crescimento riquíssimo.
A formação musical sempre fez parte deste teu percurso?
Como é que começou o teu percurso no mundo da música?
O meu percurso na música foi um crescimento gradual e foi vivido desde pequenino. Os meus pais eram músicos e eu sempre estive em contacto com a música desde criança. Ao longo dos anos, isto permitiu-me crescer a nível pessoal e ter uma percepção gradual da pessoa que sou. Aprendi a olhar para mim "de fora para dentro", o que fez com que este percurso também me tenha ajudado a crescer como pessoa, a perceber como é que eu sou e como é que eu me expresso artisticamente. Tem sido um crescimento riquíssimo.
A formação musical sempre fez parte deste teu percurso?
Eu,
desde cedo, tive a sorte de os meus pais me apoiarem, sempre tive a
música presente em casa. O meu percurso sempre passou pelas escolas de
música, eu não sou autodidacta, nunca fui aquele miúdo que aprendeu
sozinho e que nunca teve essa formação. O meu pai sempre me disse que se
eu queria ser músico tinha de estudar a sério. E sempre estudei.
Ingressei a Banda Filarmónica da minha terra, em Óbidos, quando era miúdo e
estive lá durante a minha adolescência. Aos 15 anos foi o momento em
que tive a certeza que queria mesmo fazer isto, foi o meu ponto de
viragem. Na altura, estive um ano a estudar no Conservatório de Música
das Caldas da Rainha e a seguir a esse ano lectivo fui para o Curso de Instrumentista Profissional de Jazz, completando assim o
meu secundário. Aí, sim, o meu gosto pelo Jazz começou. Atualmente
encontro-me na Universidade Lusíada de Lisboa, a tirar a Licenciatura em
Jazz e Música Moderna, em bateria.
A nível pessoal, quais são as tuas maiores influências?
A nível pessoal, quais são as tuas maiores influências?
Inevitavelmente,
terei de dizer que são os meus pais. Infelizmente, a minha mãe faleceu
quando eu era pequeno, tinha 8 anos. Mas sempre foram eles que me
incentivaram e apoiaram em ser músico. Como ser humano, sem dúvida, que
eles são as minhas maiores influências. Assim como o meu avô paterno, o
meu avô Américo, com quem dei os primeiros passos, não só na vida, mas
também na música, porque ele sempre foi um dos pilares da Banda
Filarmónica em Óbidos. Obviamente que os meus amigos e a restante
família também farão parte destas influências.
Imagem: Tiago Iúri |
E a nível artístico, consideras que existam cantores ou bandas que marcaram o teu percurso?
A nível artístico é complicado reduzir-me a um número de artistas e enumerá-los, porque eu funciono muito pelo efeito osmose. Ou seja, eu consumo de tudo, em todo o lado. Por isso gosto de muitos estilos, gosto de muitos cantores, de vários bateristas, produtores... Lá está, é difícil. Não consigo enumerar, porque não tenho uma só referência de eleição. Bebo de muitas fontes.
A nível artístico é complicado reduzir-me a um número de artistas e enumerá-los, porque eu funciono muito pelo efeito osmose. Ou seja, eu consumo de tudo, em todo o lado. Por isso gosto de muitos estilos, gosto de muitos cantores, de vários bateristas, produtores... Lá está, é difícil. Não consigo enumerar, porque não tenho uma só referência de eleição. Bebo de muitas fontes.
"Outside" é o nome do teu primeiro single, um projeto que lançaste juntamente com o videoclipe, realizado pelo Tiago Iúri. Achas que a imagem é, atualmente, uma ferramenta importante na divulgação de conteúdos musicais?
Acho que é, sem dúvida, uma ferramenta de impacto gigante, à qual podemos, felizmente, recorrer. Nos últimos anos, com o boom da tecnologia, passou a ser possível chegar aos conteúdos que queremos com um só clique. Não é como antigamente, em que tínhamos de andar a trocar discos entre amigos e familiares, por exemplo. Hoje em dia está tudo disponibilizado na internet, a oferta é enorme e é muito difícil que um trabalho tenha algum impacto e muita visibilidade inicialmente. É por isso que a imagem dá uma ajuda enorme na criação deste impacto. Eu acho que se lançasse só o áudio deste meu single, não teria nem metade da projeção que está a ter. Por isso, sim, cada vez há mais conteúdo visual a acontecer, tanto com live sessions, como com streamings de concertos, videoclips, telediscos, etc... A imagem é, sem dúvida, uma ferramenta brilhante da qual nós podemos dispôr.
Em relação a este videoclipe, qual é o conceito por trás da produção do mesmo?
A história do vídeo retrata muito aquilo que a música conta. A letra do Outside fala de uma relação amorosa muito intensa que eu tive e que correu mal. Como eu sou uma pessoa muito intensa, vivo tudo à flor da pele, era muito difícil tirar essa pessoa da cabeça. Sofri tempo demais, daí o "I can't get outside my mind". O vídeo retrata essa história, uma ambiguidade entre querer tirá-la da minha cabeça, mas ao mesmo tempo de não estar a conseguir. A certa altura, a letra diz que "ainda sinto os teus beijos e o teu toque" e é disso que o vídeo fala, desta dificuldade em tirar as memórias da minha cabeça, tal como a música.
Vídeo: Tiago Iúri
O que é que as pessoas que acompanham o teu trabalho podem esperar do LANE?
Para ser honesto, não sei. Eu próprio, não sei o que esperar, não sei onde é que isto vai parar. Em breve terei mais novidades, esta é apenas a primeira música, o single. Irei lançar um EP nas plataforma digitais, mas lá está, eu não sei o caminho que isto poderá desbravar. O que sei é que me estou a divertir a fazer isto. Este trabalho surgiu da necessidade de eu sair da minha zona de conforto, ou seja, de produzir uns temas em que estivesse a cantar. Inconscientemente sempre quis ter um registo meu a cantar, mas eu não estou à espera de vender imenso, nem de dar concertos. Não era esse o intuito, o de simplesmente vender. Se acontecer, tudo bem, claro. Mas eu não fiz isso com o intuito de criar impacto, mas sim como uma espécie de desafio pessoal.
Então este projeto acaba por ser o superar de um desafio ao qual te propuseste, tal como disseste, para que pudesses sair da tua zona de conforto?
Sim. Eu como quero fazer trabalho de produção musical, para mim e para outras pessoas, fiz isto com o objetivo de ganhar uma percepção do trabalho e de todo o processo que implica - desde escrever a gravar, passando por produzir, equalizar e masterizar uma música, em estúdio. Este projeto acabou por ser uma escola para mim. Assim como há o Navio Escola Sagres, este foi o meu "Disco Escola", para aprender produção, acima de tudo. De qualquer forma o feedback está a ser muito bom, felizmente. Mas o meu trabalho é ser baterista, músico, e futuramente produtor, se tudo correr bem. Quanto ao cantar, estou ainda um bocado às cegas, porque ainda não sei onde é que isto me vai levar. Como disse, se vierem concertos, tudo bem, até fico bastante contente. A minha cena é a bateria e o trabalho com a música, mas se surgir a possibilidade de atuar num palco e levar a minha música às massas, claro que ficaria muito contente, como é óbvio.
Fantastic Entrevista - Lane
Julho de 2020
Por André Pereira
Fotografias retiradas do videoclip "Outside"
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