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Nicolau Breyner, o pai da ficção nacional


Ao longo de 55 anos de carreira, Nicolau Breyner mostrou-nos o seu talento e versatilidade. No dia 14 de março de 2016, faleceu e deixou um país de luto. O Fantastic recorda aquele que é considerado por muitos o 'pai' da ficção nacional.

Para muitos, Nicolau Breyner era um grande ator. Mas para muitos dos seus colegas, era também um amigo, um mentor e um professor. Habituamo-nos a vê-lo nos ecrãs, mas foi sobretudo no pequeno ecrã que protagonizou alguns dos papéis mais marcantes da sua carreira.

Foi o Sr. Contente, Nico, João Godunha, João Semana, Alberto Lacerda, João Costa, Mário Maltez, entre muitos outros papéis. Acima de tudo, foi um exemplo de determinação. Para além de ator era também ator, produtor e muito mais. Foi o grande responsável pelo início das telenovelas em Portugal. Recorde connosco alguns dos grande sucessos televisivos da sua carreira.


1975 | Sr. Feliz e Sr. Contente (Nicolau no País das Maravilhas)
No ano de 1975, o programa de televisão Nicolau no País das Maravilhas, transmitido no canal 1 da RTP, ficou imortalizado através da rubrica humorística “Sr. Feliz e Sr. Contente”, personagens protagonizadas por Herman José e Nicolau Breyner. As duas personagens, que tão bem satirizavam a situação política e social do nosso país, tornou-se intemporal. Passados mais de 40 anos, o “Sr. Feliz e o Sr. Contente” continuam a fazer parte do imaginário popular em Portugal.

1982 | Vila Faia
Vila Faia ficará para sempre na história da televisão nacional, por ser a primeira telenovela portuguesa . Foi transmitida na RTP1 os ias 10 de maio e 28 de Setembro de 1982, em horário nobre. Realizada por Nuno Teixeira, o argumento esteve a cargo de Francisco Nicholson, que foi ainda o criador desta história, ao lado de Nicolau Breyer. O ator protagonizou a telenovela ao lado de Margarida Carpinteiro, os eternos apaixonados Godunha e Mariette.

1982 | Gente Fina é Outra Coisa
Gente Fina é Outra Coisa foi uma das primeiras séries de humor da RTP. Emitida em 1982, com autoria de César de Oliveira e Nicolau Breyner e realização de Luís Andrade, a série contava no elenco com os nomes de Amélia Rey Colaço, Nicolau Breyner, Mariana Rey Monteiro, Rui de Carvalho, Carlos César, Margarida Carpinteiro, Luísa Barbosa, Simone de Oliveira e Luís Esparteiro.


1980 | Eu Show Nico
Transmitido nos anos 80, esta série de programas recreativos têm como denominador comum a presença de Nicolau Breyner. Este é um programa feito à medida do apresentador, à semelhança do que acontece em programas congéneres no Brasil e nos Estados Unidos, onde pode explorar o tipo de humor que o caracteriza. Produzida pela Edipim, a série Eu Show Nico, foi realizada por Nuno Teixeira, um dos melhores realizadores da RTP na área dos programas de entretenimento.

1990 | Euronico
Euronico é um programa de humor e canções, interpretado por Nicolau Breyner, Rosa do Canto, Fernando Mendes, Luís Aleluia, Estrela Novais e Mafalda Drummond, que pretendia, em forma de entretenimento, divulgar as particularidades de cada um dos países constituintes da União Europeia.
É um divertido programa de 1990, no estilo das melhores coisas feitas por Nicolau Breyner, que irá com certeza dar a conhecer melhor, divertindo, os países da CEE.

1993 | Nico D'Obra
Nico D'Obra é série de comédia que relata as peripécias vividas por dois casais vizinhos, Nico e Alice e Nando e Lila. Nico é a personagem central. Motorista de táxi, ele retrata um certo modo de ser português, umas vezes alegre, ouras colérico, pouco dado a delicadezas e atenções, mas ao fim e ao cabo, um coração de ouro. A série foi protagonizada por Nicolau Breyner, Fernando Mendres, Ana Zanatti e Rosa do Canto. Em 2011, a RTP estreou Os Compadres, um remake desta série de sucesso.


2005 | João Semana
Filmado em S.João da Pesqueira, no magnífico cenário do Douro, esta série protagonizada por Nicolau Breyner é um retrato de Portugal do século XIX. João Semana é o guia que nos conduz do Portugal antigo ao Portugal moderno que então começa a surgir, hesitante e medroso.Sendo o palco da ação desta série a aldeia mítica que Júlio Diniz criou, o nosso médico, fascinado pela ciência mas que se deixa submeter às antigas tradições de curandeiros e bruxos, faz a ligação com o mundo urbano, colocando no interior da ação as inquietações que começavam a agitar as elites culturais da época.


2006 | Aqui Não Há Quem Viva
Aqui não há quem viva é uma sitcom de televisão portuguesa, estreada na SIC em 2006. A série gira à volta do dia-a-dia dos inquilinos e proprietários de um prédio em Campo de Ourique, que têm histórias de vida verdadeiramente confusas. João Costa (Nicolau Breyner) é o administrador do prédio. O ator foi ainda diretor de atores deste projeto.


2007 | Vingança
Vingança foi uma telenovela portuguesa transmitida na SIC em 2007. Baseada n'O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas, esta era uma adaptação argentina do livro, para telenovela, chamada Montecristo, e exibida pela Telefe, canal de televisão argentino, ao qual a SIC comprou os direitos da história.  Na trama, Nicolau era o grande antagonista. A sua personagem, Alberto Lacerda, foi médico mas deixou de exercer no final dos anos 70 após um escândalo ligado a uma rede de trafico de bebés. Faz ‘desaparecer’ ‘Horácio Medina’ (António Capelo) e ‘Santiago’ (Diogo Morgado), por saberem de mais. Era um homem muito ambicioso e sem escrúpulos.


2008 | Equador
Equador é uma série portuguesa de ficção histórica, de drama e romance, baseada na obra homónima de Miguel Sousa Tavares. A sua estreia aconteceu no dia 21 de Dezembro de 2008, na TVI. No Brasil a série estreou às 23 horas, no dia 3 de Outubro de 2011, na TV Brasil, dublada em português brasileiro. Esta é a história de um homem, Luís Bernardo (Filipe Duarte), que é nomeado para o cargo de governador-geral de São Tomé e Príncipe. Esta foi uma das maiores produções de sempre da televisão portuguesa e Nicolau Breyner interpretou a personagem Mário Maltez.

2009 | Meu Amor
Meu Amor, da autoria de António Barreira, foi exibida pela TVI em 2009, sendo a primeira telenovela portuguesa nomeada e vencedora dos Prémios Emmy Internacional. As protagonistas são Margarida Marinho (Helena Vargas Mota), Alexandra Lencastre (Patrícia Correia) e Rita Pereira (Mel Fontes/Vargas Mota), três mulheres que têm em comum relações amorosas conturbadas. Na novela, Nicolau foi Caetano Vargas Mota, um milionário, dono de uma holding de importação e exportação.

2016 | A Impostora
A Impostora trata-se do último trabalho televisivo do ator. Quando faleceu, encontrava-se a gravar esta nova telenovela que estreou em setembro de 2016 na TVI. Edmundo Gaspar era a sua personagem, sendo um retornado e nostálgico de Moçambique de outrora. Edmundo é um reformado que trabalha porque gosta, explorando o bar do mercado. É uma espécie de mediador de todos os conflitos. António Barreira, autor da novela, confessou que Nicolau lhe tinha pedido uma personagem pobre. E assim foi.