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Espaço Aberto #5 | "Concertos de Ano Novo!"


Espaço Aberto
Edição 5 - Concertos de Ano Novo!
Uma crónica de José da Xã

É usual, pela altura da viragem numérica do calendário anual, os espectáculos de música com orquestra, comummente denominados Concertos de Ano Novo, muito na linha do que a RTP tem por hábito apresentar no dia 1 de Janeiro, com origem na celebérrima Musikverein na belíssima cidade de Viena de Áustria.

Algumas das melhores salas de Lisboa e Porto, principalmente nestas cidades, são reservadas para este tipo de concertos, quase sempre muito frequentados pelos apreciadores da boa música.

No dealbar deste ano de 2020 tive eu, outrossim, a oportunidade de assistir a dois desses espectáculos musicais, sendo que um foi no próprio dia 1 de Janeiro no CCB e o segundo no velho, mas sempre bonito e renovado Teatro Tivoli.

Dois concertos muito dispares, que se mediram por valências diferentes. Enquanto a Orquestra Metropolitana de Lisboa teve no maestro polaco a sua figura principal o concerto de 10 de Janeiro no antigo cinema, situado na Avenida da Liberdade, apostou numa coreografia com oito bailarinos e numa voz soprano muito bem timbrada e que deu uma vida diferente ao espectáculo.

Foto: Direitos Reservados
São já reconhecidos os méritos de Sebastian Perlowski, Maestro originário de Cracóvia na Polónia. Para além da escolha de peças um pouco mais pesadas e essencialmente mais longas Perlowski cuidou em mostrar porque é um maestro diferente. O cuidado que coloca em cada gesto, em cada olhar na condução da sua orquestra leva-o a tornar-se um verdadeiro bailarino.

Ao invés o Maestro da Strauss Festival Orchestra apresentou-se mais moderado sendo, todavia, bem ajudado pela coreografia que oito bailarinos da Strauss Festival Ballet Ensemble, apresentaram em palco.

Não havendo assim uma diferença abissal entre os temas tocados por ambas as orquestras, no entanto deu-me a sensação que a última orquestra estaria mais à-vontade a tocar algumas valsas, enquanto a orquestra lusa tocou melhor temas menos conhecidos.  

Final e independentemente das diferenças evidenciadas pelas duas orquestras, foram dois espetáculos de grande qualidade e com salas repletas.

Texto: José da Xã