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Segunda Opinião | "Na Corda Bamba"


"Na Corda Bamba" é a mais recente aposta da TVI na área da ficção. Com um elenco de luxo - do qual fazem parte grandes nomes como Dalila Carmo, Alexandra Lencastre, Maria João Bastos ou Pêpê Rapazote, entre outros, a trama foi a grande aposta do canal para recuperar as audiências. O objetivo falhou? Redondamente. Mas a novela tem-se revelado uma autêntica pérola. 

"Na Corda Bamba" relata uma temática bastante atual e tem como ponto de partida a pergunta: até onde iria por um sonho? Os filhos dos protagonistas são raptados e os pais terão de colocar em causa o seu amor muitas vezes para conseguirem chegar à verdade. Mas se, à partida, esta descrição parece simples, explicar o enredo da novela não é nada fácil. Até porque esta é uma trama que se afasta do que a TVI tem vindo a apresentar. 

Escrita por Rui Vilhena, autor de sucessos como "Ninguém como Tu" ou "Tempo de Viver", a história de Lúcia, Pipo e companhia oscila entre os diálogos surpreendentes repletos de verdadeiras pérolas da escrita e as histórias fortes, onde nada é o que parece e as reviravoltas e coincidências são o ponto forte.

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Depois de "Amar Depois de Amar", a TVI tentou continuar a inovar com "Na Corda Bamba", apostando numa história diferente, e trazendo de volta nomes como Pêpe Rapazote, Margarida Vila-Nova, Pedro Granger, São José Correia, Marco Delgado, entre outros. Ou seja, atores menos presentes em telenovelas nos últimos tempos.  

Em termos de audiências a novela não tem conseguido impor-se. E a culpa não é da história, uma vez que esta é realmente diferente. O elenco é de luxo, o guião igualmente e a nível técnico e de produção a telenovela vai também somando pontos. Mas o insucesso de "Na Corda Bamba" terá sobretudo a ver com dois fatores decisivos. 

Primeiro, porque a concorrência da SIC está cada vez mais forte e a telenovela da TVI estreou uma semana depois da chegada de "Nazaré", o novo grande sucesso do terceiro canal. Por outro lado, a saturação dos espectadores à ficção e ao modelo que os canais seguem. Quem costuma assistir a este tipo de produtos optou pela concorrência, enquanto os possíveis novos espectadores acabarão por não ver "Na Corda Bamba" por acharem que é mais do mesmo.

No fundo, fazer telenovela em Portugal tornou-se numa produção em série, porque este é um produto, ainda assim, rentável, com espaço no tempo na programação. Mas enquanto o ritmo se mantiver, as boas produções, como é o caso de "Na Corda Bamba", passarão ao lado do público, que acharão que é apenas "mais uma" entre tantas outros. 

Porque não apostar menos na quantidade e mais na qualidade? Novelas com qualidade como "Na Corda Bamba" deveriam ser excepção, e o formato série - na real acepcão da palavra, e não num formato de "série diária que mais parece uma novela curta" - deveria ser a aposta forte dos canais portugueses nos próximos tempos.

 Segunda Opinião - 148ª Edição 
Uma rubrica em parceria com o