COMING UP | Spider-Man: Far From Home
Está de férias?
Não é o único! Peter Parker regressa ao cinema para mostrar as consequências de
Avengers: Endgame, viver uma história de amor e fazer uma tour
por algumas capitais da Europa. No segundo filme solo de Tom Holland, será que
podemos finalmente considerá-lo o melhor Spider-Man?
Avengers:
Endgame foi o test drive da Marvel nos trailers. Depois de
nos ter enganado com personagens apagados digitalmente e situações que sugerem
grandes plots mas que pouca importância têm na narrativa final, a empresa
repetiu a façanha no longa que encerra a fase três do MCU. Para quem esperava
assistir ao início do multiverso no grande ecrã, Spider-Man: Far From Home
mostra que esse é um plano que não será explorado por enquanto. Contudo, Nick
Fury (ou Talos fazendo-se passar pelo representante da SHIELD) mostrou que a agência
secreta já desconfia da existência de outras realidades ao aceitar de forma tão
rápida a justificação de Quentin Beck.
Quentin Beck, ou
Mysterio, é um dos maiores pontos positivos do projeto. Além de trazer para um
filme de super-herói o talento de Jake Gyllenhaal, consegue impor-se como um
vilão do século XXI. Cheio de artimanhas que realmente colam com a nossa
realidade e que apesar do seu contexto fantástico conseguem deixar alguma
margem de credibilidade. A motivação é a mais básica e explorada do cinema, mas
mundana e por isso necessária para trazer de volta para a Terra os fãs da
Marvel que acabaram de sair de uma ameaça intergaláctica como Thanos, além de garantir
uma maior aproximação ao género adolescente que carrega boa parte do storytelling.
Na sequência de Spider-Man:
Homecoming, voltamos a acompanhar o mundo na visão de um grupo de adolescentes.
E se foi uma escolha positiva no primeiro projeto, tudo se confirma neste
segundo com o ponto de vista destes jovens a atribuir alguma ligeireza aos
acontecimentos pesados do estalo de Thanos em Avengers: Infinity War. É
um respiro positivo para os fãs, fechando pontas soltas de forma consistente ao
mesmo tempo que introduz uma das discussões do filme: As fake news. Se Tobey
Maguire nos mostrou o Peter Parker amante de fotografia jornalística, a Marvel
e a Sony resolveram desconstruir a base do personagem mostrando um Peter Parker
dado às redes sociais e que acredita na veracidade dos jornais. É algo
presente, atual, e colocado com uma personagem que tem tudo a ver com isso.
Na onda de
alterações e atualizações, a Mary Jane de Zendaya está a milhas de distâncias
das antecessoras, apresentando uma versão mais introvertida, dark, ao
mesmo tempo que se impõe. A química do casal é, até agora, uma das mais credíveis
dentro do MCU. Não há espaço para romance, deixando que tudo seja fluido e com
os “pés no chão”. Zendaya rouba a cena mesmo com curto espaço dentro da
história, e isso só vem provar que há muito potencial em MJ e talvez ela possa
encontrar um lugar como elemento de uma nova equipa ao invés de se manter como
um sidekick. Afinal de contas, até o melhor amigo de Peter Parker, o Ned,
provou que pode ter utilidade em futuras lutas do jovem.
A comédia do
filme é desequilibrada. Ao contrário de Avengers: Endgame, onde cada
piada estava milimetricamente colocada, aqui encontramos um argumento que parece
esforçar-se demasiado para ser “engraçadinho”. Dentro de todo o plot, os
melhores momentos de comédia ficaram entregues apenas a Happy e May, que na sua
relação totalmente inesperada garantiram bastantes gargalhadas. Este sim é um
casal por quem vale a pena torcer!
Spider-Man:
Far From Home vem esclarecer dúvidas, mas é mais um ponto de partida do que
um final. Talvez fosse melhor colocado como primeiro filme da nova timeline da
fase quatro do que propriamente como conclusão da terceira. A proximidade do
lançamento com o hype de Avengers acaba por prejudicar a sua
performance, são filmes completamente diferentes, mas ainda estamos à espera da
algo grandioso como a Marvel nos habituou recentemente. No entanto, a simbiose
entre o personagem e Tom Holland é tão bem feita que nem os defeitos ou a
simplicidade da longa-metragem ganham. O jovem é precisamente aquilo que a
Marvel precisa daqui para a frente: renovação. É aposta ganha em mais um filme
bom.
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