COMING UP | The Lion King
A Disney soma e
segue na sua lista de Live Action. Com uma longa sequência de anúncios
que incluem Mulan, The Little Mermaid, Cruella, entre
outros, chegou a vez de The Lion King. Este é um daqueles clássicos que
ainda leva às lágrimas muitos fãs da versão original de Simba, mas era necessária
uma nova adaptação? Trouxe algo de novo ou diferente? Bem, para já fica na história como o projeto “menos
bom” desta nova leva do estúdio.
Os efeitos gráficos
são algo de louvar, seguindo o mesmo estilo de The Jungle Book, mas com
uma pequena diferença: A ausência de humanos na história. Em desenhos animados
talvez não se sinta tanta falta, pela adaptação das características dos animais
e a aproximação dos seus trejeitos com os seres humanos. Mas, quando falamos em
Live Action, a falta de expressividade prejudica e muito. É como uma
sessão dublada de um episódio de BBC Vida Selvagem feita a partir do
argumento de uma novela. Sim, são animais, é tudo realista, mas faltam emoções.
Todos os
elementos são bem desenhados e fiéis à narrativa original. É a adaptação do copy/past
ao estilo do que vimos em Beauty and The Beast, com a maioria das cenas
emblemáticas a serem mantidas de igual modo. Esse é um dos acertos, mas também
um dos defeitos. Depois de Aladdin ter mostrado que podemos dar alguma
atualidade aos clássicos, era esperado algo de diferente, algum pormenor que nos
fizesse sentir que a história estava mais ligada com o nosso universo, tal não
aconteceu. Contudo, há que mencionar que o humor de Timon, Pumba e sobretudo do
pássaro Zazu continua a ser irrepreensível!
A primeira
metade da longa-metragem é um problema. É difícil mergulharmos naquele mundo, chega
a ser complicado distinguir algumas personagens, pela falta de características
que os tornem únicos. Aqui salva-se a banda sonora que consegue dar momentos de
“explosão” e acelerar a ação. Mas mais uma vez, o mérito está na utilização do original
e não em algo novo. Spirit, a nova música do filme, é forte, fica no
ouvido, mas falta-lhe conexão com a história. Mais do que um pano de fundo,
poderia ser o momento de dar espaço a Nala para sobressair como personagem,
visto que Beyoncé é a interprete do tema e a responsável pela voz da
personagem. Entendo que não quisessem repetir a mesma mecânica de Jasmine e o
seu Speechless, mas aqui além de justificável, talvez fosse o auge do
projeto.
O elenco de
vozes foi um dos pontos fortes do filme. Nota-se bastante influência do humor
de Seth Rogen na sua interpretação de Pumba. Sem desvirtuar o original,
conseguiu trazer o personagem ao seu estilo e surpreendentemente melhorá-lo. Donald
Glover e Chiwetel Ejiofor mantiveram a linha da equipa original, numa abordagem
mais “segura”. Por outro lado, Beyoncé trouxe um lado sexy para Nala. A colocação
da voz, o tom, tudo parecia indicar para uma versão mais ousada e audaz da leoa,
uma construção que parece ter ficado a meio caminho.
Nem tudo é mau
nesta versão. A fotografia é ótima, a banda sonora continua a empolgar tanto
quanto na versão de 1994, o humor é coloquial, mas bem feito e a própria
montagem, sobretudo no final, conseguiu mostrar verdade, como se toda a trama pudesse
de facto acontecer com animais reais. Mas nem isso retira The Lion King
da lista de clássicos que não precisava de uma adaptação para em Live Action.
Foi o melhor resultado dentro da proposta dos remakes da Disney, apenas
foi errada a escolha inicial. Há espaço para se fazerem coisas diferentes e
abordar outras perspetivas na maioria das histórias do estúdio, mas The Lion
King não me parece que seja uma delas.
Comente esta notícia