COMING UP | Game of Thrones - Episódio V
Depois de uma
temporada em que as expectativas dos fãs não pareciam estar a corresponder com
o pretendido, a HBO “jogou” a última carta. O episódio cinco é impróprio para cardíacos.
Está a chegar o fim e depois de tanta espera, a Guerra dos Tronos é agora!
É o capítulo que
bebe inspiração de todo o desenho que foi feito no início da trama. Apesar das drásticas
mudanças no estilo da série, há um ponto que continua a ser trabalhado de forma
brilhante pelos produtores: a tensão. A primeira metade mantém o clima pesado
do episódio anterior e deixa antever que o argumento não vai ser linear. A
morte de Varys é a primeira pista para nos mostrar que não podemos estar descansados.
Na verdade, toda a despedida do “Mestre dos Sussurros” é uma antevisão do climax da história.
Game of Thrones move multidões, e são
milhares de teorias sobre o destino de cada um dos personagens de Westereos. No
meio de todas elas, uma está correta: Daenerys parece ter sucumbido à loucura. Em
conversa com Jon Snow, Varys já tinha referido a profecia que paira sobre os
Targeryan: “Quando um Targeryan nasce, os Deuses atiram uma moeda ao ar. E o
mundo suspende a respiração para saber sobre que lado cai”. Mas nada fazia
prever que a raiva pela morte de Missandei, pela traição de Jon Snow e Tyrion,
e a falta de amor que o povo tem por si levassem Khaleesi a destruir aquilo
que sempre ambicionou.
Longe de jogadas
políticas ou batalhas de bastidores, a narrativa trouxe todos os personagens
para o campo. Porto Real é a arena do confronto que inicialmente se resume a
jogos de estratégia bem delineada, mas que rapidamente foge do controlo de tudo
e todos. Os planos fechados em Cersei e Daenerys no momento que poderia ter
colocado um ponto final na luta já deixa a adrenalina de quem assiste lá em
cima, mas tudo tem tendência a ser ainda mais empolgante logo de seguida. Com o
exército real a ceder à investida dos Dothraki e Imaculados da Mãe dos Dragões, não sobra
tempo para respirar de alívio. Enraivecida, a mulher ordena que o seu animal
solte fogo sobre toda a cidade, independentemente de quem esteja em baixo. E é
aqui que todos pulamos da cadeira e começamos a temer pelas nossas personagens
favoritas.
Se na primeira season, George R. R. Martin não teve
qualquer remorso em matar o homem que carregava a história, agora que falta
apenas um episódio, não há motivos para esperarmos que alguém seja poupado. No
meio de toda a confusão, o plot
consegue segurar todas as ramificações da história correndo contra o tempo para
mostrar as dezenas de personagens que têm algum peso. Contudo, tudo é coeso e
interligado, conseguindo ainda despertar vontade de rever mais do que uma vez
cada cena para garantir que nenhum pormenor nos passou ao lado.
Há lugar para
alguns momentos épicos, um deles é o duelo entre o Cão e o seu irmão Montanha,
que estava prometido desde o início do enredo. Acompanhado com uma despedida extremamente
bem construída entre o guerreiro e Arya. A jovem Stark é, neste momento, uma
das figuras da história com a qual os criadores parecem ter mais cuidado. Os furos
de coerência que existem noutros núcleos não se aplicam à filha de Ned, e a
despedida entre ela e o seu antigo inimigo é a prova disso mesmo. Enquanto isso,
Jamie corre para conseguir ver pela última vez Cersei. Deixou para trás Brienne
para cumprir aquilo que ele próprio alvitrou: “Nascemos juntos e morremos
juntos”. No caminho, o irmão gémeo da governante encara Euron, um dos braços-direitos
da mãe de Joffrey nesta guerra. O mano a mano resulta em quebras para os dois
lados: Euron morre, mas antes disso consegue garantir uma morte bem dolorosa
para o homem da mão de ouro.
Destaque, ainda, para os detalhes que ficam na fotografia e nos efeitos visuais que roubam protagonismo. Não importa
quem está na cena, a mensagem de pânico e de um cenário quase apocalíptico é
vincada, colorida e realista. A escolha pela perspectiva de Tyrion volta a ser também
uma das melhores opções da realização. Ele é a visão de todos nós naquele momento de loucura.
O cliffhanger foi colocado no momento
certo, sem nos deixar entender com certeza quem estará vivo para a despedida da
próxima semana. “Forte e feio”, a HBO mostrou que ainda não perdeu o jeito de
mexer com o seu público. Depois do escuro do gelo, é tempo de criar um
verdadeiro e luminoso inferno vivo, é hora de entendermos que este é o momento
do adeus. Arriscou tudo, mas será que “quanto maior o risco, maior o prémio?”
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