COMING UP | Shazam!
Está aberto o
caminho para a recuperação do DC Universe. Depois de Wonder Woman e Aquaman,
Shazam é o mais recente herói a juntar-se à lista de acertos do estúdio com um
filme leve, despretensioso e divertido. Sente-se confortavelmente no seu sofá,
porque este é o típico filme que vai ser repetido em loop nas sessões de domingo à tarde.
Não há
compromissos ou esforços para deixar a história amarrada a conexões maiores. Há
referências ao universo da DC, porém nada que nos obrigue a rever outras
longas-metragens, há apenas pequenos apontamentos de fan service com Batman, Superman e até uma referência ao cartaz de
Aquaman.
Logo no início
percebemos que o plot não se preocupa
em usar os clichês. A narrativa desenrola-se com um vilão que não foi
considerado digno o suficiente para se tornar um herói, mas que anseia pelo
poder que lhe foi negado. Thaddeus Sivana, o antagonista da vez, é um jovem
excluído da sociedade e rejeitado pelo pai autoritário. Ingénuo, mas com alguma
coragem e confiança, fazem dele um dos candidatos perfeitos para assumir o
manto de Shazam. Contudo, os testes não correm como esperado e Silvana acaba
por ser expulso da caverna de mãos vazias.
Nada de
diferente do habitual no mundo dos super-heróis até aqui. Sivana, é o típico
miúdo mimado das bandas desenhadas clássicas. Por outro lado, o protagonista
Billy Batson consegue fugir do padrão. Se foi criança no final dos anos 90 ou
início de 2000 vai recordar-se daquela temporada de Power Rangers em que um dos membros da equipa era uma criança no
dia-a-dia, mas que se transformava num adulto na hora de enfrentar os “maus da
fita”. Com Billy a história repete-se. O jovem de 14 anos transforma-se num
super-herói cheio de poderes ao dizer a palavra “Shazam”.
O elenco
infantil é o que dá cor ao filme, o torna familiar e ainda mais descontraído. O
relato dos acontecimentos é feito através dos olhos inocentes dos membros da
família Vasquez. A contracena é perfeita e realista, com destaque para Jack
Dylan Grazer, que assume o papel de Freddy na adaptação cinematográfica. Depois
do sucesso em It, o ator volta a
roubar a cena e chega até a ser um destaque maior que o protagonista, Zachary
Levi. Na dupla entre Freddy e a versão adulta de Billy, Jack entrega uma
prestação bem mais coesa e realista que Zachary que dá um tom muito mais
infantil à personagem sem conexão com a versão jovem interpretada por Asher
Angel.
O final é a
confirmação de que estão previstas sequências e uma expansão da história. O
projeto tem a maestria de entregar um filme de Super-herói muito mais leve, que
facilmente pode ser introduzido num programa familiar com humor bem doseado.
Todos os momentos em que o personagem principal está a testar as suas
habilidades são feitos de forma bem divertida, relembrando alguns filmes da
década de 90. É esse o estilo que conduz Shazam!,
o revivalismo. Mas fica a dúvida: Com um primeiro filme tão bem conectado, será
que um segundo não vai manchar a franquia?
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