COMING UP | Pretty Little Liars: The Perfectionists
Não é só em
Portugal que existe uma guerra de audiências, nos EUA tudo se move pelo marketing, e seguindo o ditado: “em
equipa vencedora não se mexe”, a Freeform fez regressar a sua “galinha dos ovos
de ouro” num spin-off que enche as
medidas dos fãs da série original. O título assume logo o objetivo do canal que
passa por não se desligar da franquia original. Pretty Little Liars: The Perfectionists traz um novo mistério e
fomenta teorias ao tentar preencher um lugar que podia não estar assim tão
desocupado como se possa pensar.
Marlene King
regressa como showrunner para
expandir, ainda mais, o universo misterioso da história. Esta não é a única
conexão. Além da premissa de que outros membros do elenco de Pretty Little Liars poderem voltar a
interpretar os seus papeis neste novo projeto, Alison e Mona transferem-se para
o segundo produto gerado a partir da série de Sara Shepard. A envolvência é a
mesma, mas livre de obrigações de conhecermos a cronologia de A. Há referências
ou menções, no entanto todas elas são explicadas nos diálogos entre as duas
personagens que transitam para The
Perfectionists.
O plot volta a assentar no old school “quem matou?” muito ao género
de Riverdale com um ambiente muito
mais semelhante ao apresentado em Revenge
ou Dinasty. Tudo começa com a
apresentação de um suposto grupo de amigos, que personifica bem o lema da
cidade de Beacon Heights onde todos pretendem ser perfeitos. Ricos, bonitos,
inteligentes, é este o estereótipo procurado pela Universidade local, onde
estuda Nolan, o filho da diretora da escola e uma das figuras mais importantes
da cidade. Este é o “líder” do grupo que conhecemos nos primeiros minutos do
primeiro episódio. Ele tem Ava, Caitlin e Dylan nas suas mãos através de
segredos sobre eles ou as suas famílias que podem destruir vidas. Graças a
isto, consegue manipulá-los para que façam o que ele quer, e, sobretudo,
transmitir a imagem de menino perfeito que tanto ambiciona.
Mas, a vida não
corre tão bem como Nolan esperava e acaba por ser morto de forma bem dramática.
Tudo se torna ainda mais estranho quando os seus “amigos” tinham acabado de ter
uma conversa minutos antes sobre as vantagens que a morte do rapaz traria para
as suas vidas. O episódio dá, ainda, destaque a uma aula de Alison onde o tema
é uma das obras de Agatha Christie. Representação perfeita para mostrar qual é
a proposta da trama que nos promete colocar com “olhos de águia” em todos os
pormenores, nem que se trate de um simples pacote de pastilha elástica, ou não
estivéssemos a falar da criadora do icónico
Poirot.
A narrativa tem
a tarefa difícil de se distanciar de outros produtos e franquias com o mesmo
tema, sobretudo por cair facilmente no uso de clichês novelescos. É quase
impossível inventar algo totalmente novo, e talvez seja esse o conflito que a
Freeform terá de vencer sem que se perca as convenções previamente
estabelecidas no Universo de Pretty
Little Liars.
E se falamos em
semelhanças vamos usar Ava como exemplo. Sofia Carson dá vida a uma jovem rica,
cujo pai é responsável por um grande esquema de lavagem de dinheiro. Depois de
travar uma intensa batalha contra o bullying,
a jovem acaba por encontrar um novo
caminho numa nova faculdade. As fofocas espalham-se e rapidamente a verdade
sobre a família de Ava vem ao de cima fazendo com que ela volte a reviver o seu
passado, tudo isto até que ela se afirme e coloque um ponto final na situação.
Lembra-lhe alguém? Verónica Lodge, de Riverdale,
certamente poderia dar alguns conselhos a esta personagem. E as duas até
poderiam ser bastante amigas, uma vez que Ava é apaixonada por moda e
fotografia.
Música, moda e
política servem de base genérica para um storytelling
que volta a explorar a homossexualidade, o
bullying, a dependência e outros temas do dia-a-dia. Mas nem tudo é tão
básico assim, e há um fator bem ousado que deixa em aberto várias
possibilidades interessantes para o plot.
Beacon Highs é vigiado por câmaras que ameaçam até a privacidade dos seus
habitantes. Será que não estarão todos eles a ser manipulados como peões
fazendo lembrar Wayward Pines? Quem
controla quem? Respostas que vamos ter de esperar para encontrar.
Apesar dos
defeitos, a trama consegue convencer e prender quem é fã de mistério. Os
episódios são coesos e ritmados, continuando a melhorar de capítulo para
capítulo. Factos que fazem desta história uma excelente alternativa para os
intervalos das suas séries favoritas.
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