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COMING UP | Mary Poppins



Chamem os pais, os filhos, os avós e até os primos porque não há outra forma de assistir ao regresso de Mary Poppins. Com o carimbo Disney do início ao fim, esta é uma ode ao revivalismo, à música da Broadway e à fantasia. Os Banks estão de volta para apresentar um Michael mais crescido em 1930. A época parece distante, mas os problemas sociais são bem contemporâneos, por isso agarre o seu balão e deixe a magia fluir.

Mas depois de tantos anos, faz sentido fazer regressar este clássico? Será que não vão estragar? A Disney é perentória nas respostas com um plot que autojustifica a sua existência. Mary Poppins retorna para mostrar como se desenvolveram as crianças que conhecemos no filme anterior. Afinal, que efeito tem aquela governanta na educação e futuro dos seus pupilos? São dúvidas que se desfazem ao cruzarmos caminho com os irmãos Michael e Jane e a sua vida que está virada do avesso. Não perderam os valores de família e companheirismo, mas encontram-se com um problema bem atual: a iminência de perderem a casa de família para o Banco com o qual o protagonista acordou um empréstimo.



A longa-metragem começa com Jack, personagem de Lin-Manuel Miranda, o ator que personifica o ambiente musical de toda a trama. Há devoção na entrega de cada cena em que ele aparece fazendo-o roubar o protagonismo de Emily Blunt ao longo de parte da ação. Há ali algo mais de encantado do que humano como se fosse uma representação física da síndrome de Peter Pan, com um adulto fixado no tempo com a imaginação de uma criança que nunca deixou a inocência ser corrompida pelas questões do “mundo dos grandes”.

Tudo se desenvolve no ponto de vistas das três crianças da família Banks, que são, também, um dos maiores acertos do filme. O casting, que reúne várias “estrelas” de Hollywood, assentou que nem uma luva na narrativa que pretendem contar, mas peca pelo exagero quando parece introduzir personagens apenas para justificar uma participação de um determinado ator. Sim, falamos de Meryl Streep. A veterana é uma das intérpretes favoritas da Walt Disney Studios e com diversas parcerias firmadas, a empresa conseguiu encontrar uma brecha de argumento para a acrescentar ao elenco, num papel que pouco adiciona e que em nada enaltece todo o talento da atriz.



Há música do início ao fim, e momentos ótimos de entretenimento como a representação de “The Cover is not the Book” protagonizada por Emily Blunt e Lin-Manuel Miranda. Mas, há um exagero de extensão. O que poderia ser apenas um apontamento interessante por vezes acaba por ocupar demasiado tempo da narrativa tornando-se algo um tanto ou quanto maçador. Com o defeito de não encontrar nada de tão icónico como as Banda Sonora da prequela.

Tudo se move no vapor do clássico com Emily Blunt a assimilar cada pormenor da sua antecessora. É um filme que em nada esmorece ou estraga a obra. Tem o tom e o ambiente certo sem tentativas de se tornar em franquia, mas deixando uma porta aberta para que Mary Poppins regresse sempre que seja necessário.