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COMING UP | The Order


A Netflix prece ter tomado o gosto pelo uso da magia. Depois de nos oferecer a sua visão de The Chilling Adventures of Sabrina, chega The Order. Assumidamente teenager, o plot vem embrulhado com histórias de fantasia e personagens como Lobisomens, Magos, Médiuns e outras criaturas. Leve e descontraída, mostra mais uma vez o universo do streaming a aproximar-se ao género de produções feitas pelo The CW, com foco num universo juvenil sem descurar um contexto que possa agradar ao público geral. 

Jack Morton é um caloiro na Universidade de Belgrave. Mas mais que estudar, o objetivo do jovem é outro: Vingar a morte da mãe. Em parceria com o avô, Peter, ele delineou um plano para conseguir chegar perto de Edward Coventry, o seu pai e, até onde sabemos, responsável pela morte da progenitora. No percurso, Jack consegue ser introduzido à Hermética Ordem da Rosa Azul, uma espécie de Iluminati que todos os anos recruta novos membros com a premissa de lhe ensinar magia. 



Como em quase todas as histórias de temática juvenil, rapidamente surge o “amor à primeira vista” com Alysson, a menina inteligente que sabe muito mais sobre a sociedade secreta do que quer admitir. Este é um dos primeiros momentos que quem segue produtos deste género para e pensa: “Onde é que eu já vi isto?” The Magicians, é a resposta. Além das claras semelhanças do visual do protagonista, o romance também segue a mesma linha, para além de um número enorme de sincronismos que encontramos quando gastamos o nosso tempo a analisar as duas narrativas. 

As coincidências não se ficam por aqui e até se tornam num jogo divertido ao encontrarmos comparações com outras tramas. Tal como em As Crónicas de Nárnia, o Jack também encontra uma sala com um armário. Mas do outro lado não há uma passagem para um mundo novo, mas sim um passe só de ida para se tornar num lobisomem. Jack transforma-se numa espécie de híbrido de dois grupos rivais: Os praticantes de magia e os Lobisomens, bem ao estilo de Klaus de The Vampire Diaries.  

Cada lobisomem tem características muito próprias, e variações de poder associados aos seus ancestrais. Mais ou menos como numa versão adaptada de alguns animes, eles representam a função que cada um tem para que o grupo funcione. Sobre isto não precisamos de dar exemplos de produtos semelhantes porque é o modo regular de histórias que envolvam grupos. 

Seguindo nas referências, Harry Potter é um marco em histórias que tenham bruxaria como pano de fundo. No primeiro e segundo episódio de The Order é como se mergulhássemos, de novo e em diferente escala, na história do Torneio Tribruxo de Harry Potter e o Cálice de Fogo, com missões que colocam em perigo os protagonistas enquanto os obrigam a descobrir mensagens subliminares para garantirem que são bem-sucedidos nos testes. E já que cruzamos caminho com o universo mágico de J. K Rowling, a nova produção do gigante do streaming tem um paralelo de Dumbledor e na sua insistência em atirar Harry para o perigo, só que desta vez este papel é desempenhado pelo avô de Jack ao insistir que ele avance no plano de vingança que têm levando-o a fazer coisas que o poderão colocar em risco tanto na Ordem como com o seu grupo de Lobisomens. 



O tom tem algo de semelhante à produção de The Chilling Adventures of Sabrina, numa leve tentativa de nos dar uma perspetiva um pouco mais adulta, sem que de facto se comprometa a fazê-lo. Tem um rumo fluído com a sorte de assegurar ganchos que a tornem facilmente maratonável. 

Regada de influências de vários livros e filmes, The Order não parece ter pretensiosismos de se distanciar de outras produções e dos seus estereótipos, mas sabe como entreter os fãs do género. Os episódios são coerentes mantendo o mesmo ritmo em toda a série. O final desta temporada mantém suspense no ar para o que está para vir. Não sendo totalmente inovador deixa a mensagem de uma primeira temporada bem encadeada.