COMING UP | Harry Potter - O Concerto
Há quem diga que a epopeia de Harry Potter inspirou a geração dos anos 90 e 2000
a ser mais liberal e a ter um maior respeito pela diferença. Talvez este lado sociológico
seja só mais uma das muitas razões que fazem da história do menino bruxo um dos
maiores sucessos de sempre, com repercussões até aos dias de hoje. Além de todo
o Merchandising e da prequela de Monstros Fantásticos que veio alargar o Mundo
Mágico de J.K. Rowling, a trama voltou ao cinema com os filmes originais para reunir
todos os fãs e lhes mostrar as maravilhas da banda sonora. Estamos a falar, claro,
dos filmes-concerto de Harry Potter que todos os anos têm tido palco em Lisboa. Este
ano, a 9 de fevereiro, não foi exceção e chegou a hora de reavivar as memórias de
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban.
Este é, sobretudo, um lugar que serve para reunião aos fãs da franquia, mas é
também um espaço em que se abrem as portas a novos admiradores dos mais jovens
aos mais velhos. E sim, foi possível encontrar pessoas de todas as faixas etárias nos
corredores do Altice Arena. Trajados a rigor ou simplesmente fascinados pela
sensação que se fazia sentir na sala, o ambiente antes dos primeiros acordes era
realmente algo de mágico e nostálgico.
O filme é vivido através da música, conseguindo completar o objetivo a que o projeto
se propõe, com a sala a reagir aos momentos do filme aplaudindo as interpretações
da banda e soltando alguns assobios em momentos chave da trama. Um destes
momentos, em que o público se fez realmente ouvir, é protagonizado por Hermione
Granger e o seu famoso murro a Draco Malfoy, quando este a insulta chamando-a de
“Sangue de Lama”. Mas claro, existiram muitos mais.
O trabalho dos músicos é um ponto forte. É possível por momentos esquecermos que
eles ali estão e concentrarmo-nos na longa-metragem. É quando voltamos a
aperceber-nos que lá estão que toda a experiência se altera para algo muito melhor.
Este era, de resto, um dos meus receios: Que uma das partes (filme e concerto) se
sobrepusesse à outra. Não aconteceu, e todo o mérito se deve à experiência não
evasiva dos artistas.
Há um defeito: O tamanho do ecrã. Numa sala tão grande e com luzes a incidir sobre
os grandes protagonistas da noite, a Orquestra Filarmonia das Beiras, por vezes
ficava difícil manter a concentração na tela. Contudo, este é apenas um pormenor,
que pouco retira à experiência.
Harry Potter é grande parte do imaginário de muita gente e é por isso que esta é uma
experiência a adicionar à sua Bucket List. Marquem nas agendas o ano que vem e
preparem-se para mergulhar no som do torneio tribruxo com Harry Potter e o Cálice
de Fogo.
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