COMING UP | Captain Marvel
Foram meses a ouvir falar da primeira mulher
com um filme solo dentro do Universo Cinematográfico da Marvel. Mas o
Marketing nem sempre é o melhor amigo de um projeto e Captain Marvel é o
exemplo de uma promessa para com o espectador que sai furada no resumo de
um filme que é bom, mas corre o risco de se tornar esquecível.
Brie Larson é a atriz a quem coube a difícil tarefa de interpretar Carol Danvers,
a personagem que pretende ser a bandeira das fases futuras do universo
compartilhado dos filmes de Super-Herói. A estreia é feita com dificuldades num
processo de construção com algumas lacunas em que o caminho é muito mais
o lado cómico ao invés de nos fazer encará-la como ser especial. Impossível
deixar de comparar e de afirmar que aqui o DC Universe consegue um maior
acerto com Wonder Woman.
Para quem assistiu Room, longa-metragem que de resto lhe deu o seu primeiro
Oscar, sabe da qualidade da intérprete. Mas em Captain Marvel vai perceber que a atriz não
conseguiu encontrar o seu lugar na história, e está longe de nos transmitir a
mensagem de que ela é o ser mais poderoso do MCU. Há ligação com a banda desenhada satisfazendo alguns fan services. Talvez seja a responsabilidade de seguir fielmente o cerne da super-heroína na BD o grande motivo que faz Brie Larson não entregar uma prestação mais segura. Contudo, é um primeiro filme e certamente Avengers: End Game já tratará uma Capitã em "plenos poderes".
O plot inicia-se com Carol Denvers a ser tratada por Vers, um “soldado” Kree
que se prepara para a sua primeira missão contra o inimigo, os Skrulls. Toda a
envolvência das cenas do espaço e os efeitos especiais são irrepreensíveis
acompanhados do talento dos veteranos Jude Law e Ben Mendelsohn que seguram os paradigmas da trama.
Falando em elenco, e com a ressalva da primeira impressão que temos de Brie
Larson, a Marvel voltou a acertar em cheio nas suas escolhas. A família
Rambeau consegue roubar várias vezes a cena e trazer um humor muito mais
ao estilo a que a produtora nos habituou ao contrário de algumas piadas a que
assistimos no início da narrativa.
Captain Marvel pode dividir-se facilmente em duas metades: O antes e o depois
do reencontro com a identidade de Carol Denvers. A primeira parte consegue
fazer uma introdução mais que completa sobre quem é esta nova personagem. Na segunda
sentimos a falta de algum tempo que foi “roubado” para dar enquadramento, rapidamente percebemos que o auge da ação se desenrola num processo muito
mais acelerado que quebra um pouco o clímax e deixa espaço para algumas
questões de lógica.
É uma película de trajetória de personagem que tem a função de ligar o Ponto A ao
Ponto B. Ou seja, de nos expor o que podemos esperar daqui para a frente
com esta personagem. Peca, apenas, por se focar tanto em ser só uma conexão de pontos soltos de outras histórias dos Avengers. Quem assistiu Doctor Strange, Spider-Man: Homecoming ou Black
Panther, pode esperar sair do cinema com a sensação de que esteve a exibição
toda à espera do “momento chave”, de algo mais do que o que o que é
apresentado.
Vale a pena assistir ao filme? Sim! É um novo herói, uma nova descoberta, há
um Nick Fury e um Agente Coulson que mostram facetas que nunca vimos e
abrimos aquilo que poderia ser o prefácio da Iniciativa Avengers. É bom na sua
premissa, não deixa de entreter, tem boas representações e um twist bem interessante em relação aos vilões, mas não vai perdurar na memória.
Algo negativo quando a Marvel Studios aposta o jogo todo nesta nova heroína.
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