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Segunda Opinião | Festival da Canção 2018

É um dos sites mais influentes sobre a Eurovisão e já tem um favorito à vitória no Festival da Canção

Depois da vitória de “Amar Pelos Dois” em 2017, a RTP1 voltou a apostar forte no Festival da Canção. À semelhança do que aconteceu no ano anterior, a estação convidou uma série de compositores, que se apresentaram a concurso ao longo de duas semifinais e uma final. Se as duas primeiras emissões ficaram marcadas por um espetáculo mais monótono, a final emitida a partir de Guimarães mostrou que a estação pública está à altura da organização do Eurovision Song Contest.

A 18 de fevereiro, Jorge Gabriel e José Carlos Malato foram a dupla escolhida para conduzir a primeira semifinal. Os apresentadores estiveram iguais a si mesmo, mas a condução pareceu não agradar a todos os fãs do evento. Nas redes sociais, foram muitas as críticas à apresentação, com referências à falta de ritmo da dupla. O esforço da RTP foi notório, mas as intervenções de Malato e Jorge Gabriel só não resultaram melhor pelo guião enfadonho a que foram sujeitos.

A primeira semifinal terminou com uma primeira polémica: um erro na contagem dos votos dos telespetadores. Esta falha na conversão acabou por apurar, por um lado, uma canção que não deveria estar no leque das sete finalistas apuradas e, por outro, excluir a verdadeira classificada. O engano só foi notado depois do direto ter terminado e o equívoco só foi corrigido no dia seguinte.

Uma semana depois, Sónia Araújo e Tânia Ribas de Oliveira conduziram a segunda semifinal. A dupla feminina acabou por se esforçar para imprimir ritmo e simpatia às suas intervenções, mas mais uma vez foram traídas por um alinhamento sem grandes novidades ou momentos entusiasmantes. Uma falha técnica na primeira canção – que obrigou à repetição da mesma no final de todas as atuações – e a desistência de Diogo Piçarra, depois de ser acusado de plágio, foram as duas grandes situações negativas que se destacaram.

Já na grade final, que culminou com a vitória de “O Jardim” – composta por Isaura e interpretada por Cláudia Pascoal - a conversa foi diferente. Fora dos estúdios da RTP, o palco do Festival da Canção foi agora erguido no Pavilhão Multiusos de Guimarães, num cenário grandioso e com uma plateia de mais de 3000 pessoas para assistir ao desfile das 14 canções finalistas. A produção foi claramente superior à das semifinais e a dupla Pedro Fernandes e Filomena Cautela acabou por se revelar uma forte aposta e acertada, trazendo a jovialidade que era necessária para esta nova imagem do Festival.

A pouco mais de dois meses do Eurovision Song Contest, que este ano decorre no Altice Arena, a RTP teve aqui o derradeiro teste no que toca à sua capacidade organizativa de um evento como este. A primeira prova foi superada. Agora surgem outras questões. Como correrá a condução de Catarina Furtado, Sílvia Alberto, Filomena Cautela e Daniela Ruah? E Cláudia Pascoal, levará o nome de Portugal a um lugar cimeiro da tabela? 

A julgar pelo espetáculo da final do Festival da Canção, tudo parece estar no bom caminho. E o esforço que a RTP tem feito para recuperar os anos de ouro do Festival da Canção é de louvar. De facto, as coisas estão a mudar. Para já, a certeza que fica é a de que Portugal voltou a interessar-se pelo Festival da Canção – com mais ou menos polémicas – e, mesmo que seja impossível parar todo um país como acontecia em décadas passadas, o evento musical mais antigo da televisão portuguesa voltou para ficar. 

Segunda Opinião - 113ª Edição 
Uma rubrica em parceria com o
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