Segunda Opinião | Nunca Digas Nunca
A TVI estreou no dia 18 de novembro a sua nova aposta das tardes de sábado. Nunca Digas Nunca é o nome do formato que prometia pôr à prova os medos dos portugueses. Mas de assustador teve muito pouco.
O programa começa por pecar na sua excessiva duração. Nunca Digas Nunca é emitido entre as 16h15 e as 20h00, quatro horas em direto que em nada ajudam na mecânica. A duração ideal passaria pelas duas horas, começando pelas 18h e concentrando-se mais nos jogos com os concorrentes.
Em vez disso, Nunca Digas Nunca acaba por ser uma mistura pouco conseguida – mas que ainda vai a tempo de ser corrigida. Os jogos não põem à prova as fobias dos concorrentes, são sim jogos engraçados ou de destreza, muitos deles semelhantes a outros formatos da concorrência – como é o caso do Vale Tudo ou Cante se Puder, da SIC.
Quando se poderia esperar um programa que fizesse lembrar o mítico Agora ou Nunca, da SIC, apresentado por Jorge Gabriel nos anos 90, a TVI optou por ir pelo caminho mais fácil. A maratona televisiva é ocupada por convidados musicais e as chamadas do 760. Para além das provas físicas, existem ainda perguntas sobre o universo TVI ou de cultura geral. Um quiz que gerou uma certa confusão, pois as regras não foram bem explicadas pelos apresentadores.
Ana Sofia Martins e Pedro Teixeira conduzem o formato e, tendo em conta a duração e a exigência do mesmo, podemos considerar que estiveram bem. Ainda assim, o nervosismo e o formato inédito fez com que a dupla se perdesse em alguns momentos – sobretudo Ana Sofia Martins, menos habituada a este tipo de programas.
Se à primeira vista a aposta na apresentadora e atriz poderá não parecer a melhor - sobretudo quando existiam outra opções mais viáveis, como Leonor Poeiras (que já provou ter uma química especial com Pedro Teixeira) ou até Isabel Silva - o facto é que resulta. A ideia de trazer para este formato uma dupla jovem e diferente compensa o risco.
Não deixa de ser notório o esforço da TVI para apresentar um formato diferente nas tardes de sábado. Do grafismo ao cenário, passando pelo conceito e até nas escolhas musicais, Nunca Digas Nunca é realmente diferente do que a estação nos habitou no horário.
Ainda assim, Nunca Digas Nunca tem um longo caminho a percorrer para se tornar num formato mais coerente e verdadeiramente desafiante. Para já, estreou a liderar e parece ter conquistado os portugueses.
Segunda Opinião - 105ª Edição
Uma rubrica em parceria com o
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