Saídos da Rádio | João Granola
João Granola é o convidado desta edição do Saídos da Rádio. O cantor, que considera que o seu percurso passa por um "caminho musical de alguém que vê nas árvores a metáfora perfeita para a sobrevivência" e que "a força das suas raízes complementa-se com a flexibilidade dos seus ramos, naquilo a que chamamos de resiliência", esteve à conversa com o Fantastic.
"O Convidado" é o seu primeiro EP, que marca o início de uma carreira a solo. O que podemos esperar deste projecto?
Honestidade e uma constante tentativa de evolução.
Antes de se lançar a solo, colaborou com outros artistas. Consegue destacar alguma dessas experiência?
Prefiro não fazer destaques individuais, até porque na maioria dos casos, colaborei como baixista. Mas posso adiantar que tive desde bandas de punk e rock, a folk e indie.
A resiliência é uma das suas maiores características enquanto artista? Porquê?
Sim. Porquê? Não tenho a certeza. Mas já passei por diversas experiências e nunca pensei em desistir, apesar de vários dissabores. Talvez porque tenha consciência que a resiliência é uma característica que implica memória e, muito concretamente, memória do falhanço. Agora que sei muito bem que quero ser músico e compositor a solo, tenho a consciência do que é não o ser... O que é algo que não quero que volte a acontecer, nem que só faça canções para mim e para a minha mulher.
Este seu primeiro álbum digital é composto por músicas em português. Nunca pensou em cantar noutras línguas?
Nunca pensei em lançar um álbum noutra língua, embora tenha composto em inglês para outras bandas.
"Amigo Vaivém" foi o primeiro tema, o single de apresentação deste EP. Porquê esta escolha?
É uma boa pergunta. Hoje teria escolhido outra. Talvez porque como não tinha uma inclinação em particular e queria guardar a música "A Todos (os que deixei na mão)" para o lançamento, escolhi pelo tempo que a canção tem.
O panorama musical português tem ganho, cada vez mais, novos artistas, com sonoridades bastante diferentes entre si. Acha que estamos numa boa fase da nova música em Portugal?
Acho que é uma ótima fase. Temos músicos e projetos interessantíssimos.
Que artistas, músicos ou não, o inspiram?
O artista plástico Dalmeida e Silva. Na música, os Wilco, a Laura Marling e Andy Shauf.
Depois do lançamento do EP, seguem-se vários concertos pelo país, como é caso dos showcases nas FNAC. Este contacto com o público é importante para si?
É a segunda melhor parte disto tudo, a seguir ao prazer de cantar uma canção que gostamos.
Como tem sido a recepção do público em relação a este projecto?
Sem falsa modéstia, muito boa. Deixa-me surpreendido a amabilidade das pessoas continua a deixar-me surpreso. Agora quero a chegar a mais pessoas.
Onde e como se imagina daqui a 10 anos, enquanto cantor e artista?
Em Portugal, a promover o meu terceiro LP e sem ter perdido a decisão sobre a minha carreira, sobre a minha música e sobre a minha escrita.
Saídos da Rádio - T4 | Edição 5
Novembro de 2017
Entrevista: André Pereira
Agradecimentos: 13/27
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